Capítulo 34: Velhos Amigos

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Fa morava em uma pequena casa afastada da cidade, do lado oposto ao litoral. André sabia como alcançar sua cabana estranha. Subindo um pequeno morro, ele havia chegado até o local de sempre. Por fora, era apenas uma cabana de madeira, mas por dentro, todo o interior roxo, Fa tinha armários e livros por todo canto, uma pequena mesa na cozinha, um quarto simples e uma sala trancada que o homem nunca viu. Sua porta escancarada, André resolveu gritar.

"Fa? Onde você está?"

Um barulho veio de seu quarto. Ela levantou e foi até a porta gritando. "Senhor! Eu não quero comprar leite de vaca!" Quando abriu os olhos, sua surpresa foi iminente. "André?"

André foi abraçado até ficar sem ar. "Okay, não é para tanto!"

"Como assim? Você é meu melhor amigo! Eu sofro muito com você morando na direção oposta." Ela o soltou.

Ele começou a rir. "Sério, eu já tenho um babão para cuidar. Você não precisa ser igual a ele!"

Fa imediatamente fechou a cara. "Você está tão próximo para o chamar assim?"

"Nos assumimos...Amantes, é recente. Eu vim te visitar, mas estarei de partida pela manhã."

"Amantes? É por isso que você ficou tão radiante! Eu não gosto dele, mas por você tenho que lhe dar presentes." Fa virou até seu quarto para pegar algumas coisas.

André não entendeu muito bem a necessidade de presentes, mas havia algo que queria perguntar para sua amiga. "Fa, você pode me dizer, o que são os três grandes e os Lazúli?"

Ela congelou em seu lugar. Fa sabia que seu amigo iria descobrir, também sabia que em um futuro próximo, ele precisaria de ajuda, sabia o que ia acontecer entre os recentes amantes, e saber de toda a sua linha, não era algo que a deixava em paz. "Se estou certa, você ouviu pelo rei do Leste. Eu não tenho a intenção de esconder meu passado. Ele está certo. No futuro, não deixe de olhar uma carta específica."

"Uma carta?"

"Sob seus pés, olhe a carta. De qualquer forma, tenho outros assuntos para lhe dizer."

"Espere, e os Lazúli? Como eu encontro um?" Em sua lógica, encontrar um Lazúli seria uma vantagem. Essa história era rasa demais para ser definida.

"Um Lazúli? Você já encontrou um." Sua expressão era óbvia.

"Como?" André franziu as sobrancelhas.

"Você beija um Lazúli todos os dias e não sabe quem?" Ela falou com um tom irritado.

André ficou um pouco chocado, mas ao olhar para situação, fez muito sentido, mas é claro que Bernado não sabia o que era.

Fa continuou a falar, "Mas se você quer saber a história, pode pesquisar por si mesmo. Em alguns meses vou reunir as informações que preciso. André, sei que você almeja acabar com as guerras, só, não vá tão longe."

"Irei longe o suficiente até que acabe. Se eu o ver sofrer, sinto que não valerá a pena."

Pensando por um momento. Sofrer, ele disse, o pobre homem não sabia de fato o que o destino o aguardava. "Eu confio em você. Mudando de assunto, sua primeira vez foi concluída com sucesso?"

"Como?"

"Você e ele...Sabe? Como uma grande feiticeira, eu era encarregada de abençoar e ajudar casais com romance."

Suas bochechas ficaram vermelhas. "Fa, seu passado é engraçado, mas não há necessidade de ajudar com assuntos assim."

"Qual é! Somos melhores amigos, não há necessidade de esconder!"

"Eu disse que é recente! Ah! Eu e ele apenas nos beijamos, qual o interesse em nossa vida! Sério!"

Fa pegou livros e uma garrafa de vidro. "Eu não vou comparecer em seu casamento, então estou adiantando meus presentes."

"C-casamento?" André segurou os livros e a garrafa com um líquido misterioso.

"Tudo bem lhe dizer algumas coisas sobre o futuro." Fa piscou para ele.

"Sobre o futuro?"

"Não é óbvio para você que ele quer casar?"

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Bernado suspirou enquanto treinava com uma espada de madeira qualquer. Leonardo não aguentou. "Qual o seu problema? a cada duas palavras você suspira. Você ficou anos longe do homem e agora não consegue ficar uns dias?"

"Não é assim. Antes eu não havia me declarado."

"Você se declarou?" Anabel apareceu por trás dos homens.

"Me declarei como um homem que gosta de outros homens!" Bernado inventou alguma desculpa para Anabel, no momento, não planejava contar o seu recente relacionamento.

"Isso eu já sabia. Mas não entendo o motivo da sua recente estranheza."

"Bel, deve ser a dor de amar! Olhe para ele, a sua cara de tonto apaixonado." Leonardo encobriu Bernado.

"Quem tem cara de tonto?" Ele chutou a bunda de seu amigo.

Leonardo correu para trás de Anabel e fingiu estar dolorido. "Ah, Bel, você vê o que este homem faz comigo todos os dias? Desde que eu entrei na guarda real eu sofro com os maus tratos do meu chefe!"

Ela riu. Por algum motivo, esse homem sempre a fazia rir. "Você bem que mereceu!"

Bernado se sentiu deixado de fora, ele não gostava nem um pouco de pensar Anabel e Leonardo como um casal, era difícil a visão de seu melhor amigo e sua prima, que é como irmã. Os dois juntos? Não, impossível. Definitivamente não. Ele tossiu. "Penso em visitar o Sul em breve."

"Não." Anabel não gostou da ideia dele sair novamente.

"Você não manda em mim. Eu preciso ir."

"Para quê?"

"Anabel, eu vou apenas visitar Tomás. Pretendo fechar negócios com ele."

Leonardo sentiu que a dupla iniciaria uma briga em breve. "Eu posso ir com ele, já que te preocupa."

"Não quero."

"Bernado H." Bernado cobriu a boca dela antes que terminasse de dizer o seu outro nome. Ele não gostava nem um pouco.

"Bel, eu posso ir com o André. Olhe aqui, ele luta bem e tem aliados pelo Sul, eu ficarei seguro ao lado dele."

Leonardo rapidamente entendeu o esquema de seu amigo. "Sim, Bel, olhe, o André é melhor para acompanhá-lo."

Ela suspirou. "Certo...Eu permito."

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