25 - A guerra está próxima

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Apoiei minhas mãos nos ombros do Alex e o virei na direção certa, para que ficasse de frente para o Lex.

-Ele está ali. – Apontei para o Lex e o Alex olhou diretamente para o lugar certo.

-Ah, certo. – Deu um sorriso sem graça e se ajeitou. – Oi, eu sou o Alex.

Lex deu alguns passos para frente e parou bem perto do Alex, era estranho ver os dois no mesmo lugar, tão parecidos e tão perto.

-Você já sabe quem eu sou. – Lex falou grosseiramente e eu repeti de um jeito mais gentil para o Alex. – Então, cuide muito bem da Ella, ou eu.... tecnicamente não posso matá-lo, mas vou arranjar alguém que o faça. – Balancei a cabeça negativamente para o Lex e dei um sorriso.

-O que ele disse? – Alex perguntou me olhando e eu encostei minha mão no seu ombro.

-Que você é realmente como ele, e isso é bom, porque ele era bonito. – Falei a primeira coisa que me veio na cabeça para não ter que repetir a ameaça de morte.

-É feio mentir. – Lex falou para mim.

-Obrigado, você é gentil. – Alex falou e o Lex sumiu sem aviso.

Me senti um pouco triste com isso. Puxei o Alex e me sentei em uma das cadeiras. Ficamos conversando sobre o Lex, mesmo depois de tudo o que já contei do Lex, ele ainda tinha muitas perguntas.

Cassandra apareceu algum tempo depois para avisar que tinha que ir resolver algumas coisas. Boaz foi embora logo em seguida mas o Max se juntou a nós dois na varanda.

-Não vai embora? – Perguntei querendo que ele nos deixasse em paz.

-Não estou a fim. – É óbvio que ele estava fazendo isso para me provocar.

-Faça o que quiser, só não fale comigo. – Olhei para as árvores para não ter que olhar para a cara dele.

-Alex, você ouviu alguma coisa? – Falou debochado e eu me levantei, não ia continuar ali aturando isso.

Alex se levantou também e segurou minha mão, me puxando para o seu quarto. Me sentei na cama e ele se deitou ao meu lado, não falamos nada, apenas ficamos em silencio até ele dormir.

Ele estava ficando a cada dia mais parecido com o Lex, mas só fisicamente, a personalidade continuava totalmente diferente, e eu tinha certeza de que ele não teria o mesmo fim que o Lex.

Eu fiquei no escuro e em silêncio enquanto ele dormia, eu não tinha mais nada de interessante para fazer, mas achava isso um pouco doentio. Devia ser umas três da manhã quando o Boaz entrou no quarto e eu levantei assustada.

-O que está fazendo aqui? – Sussurrei para não acordar o Alex.

-É bom vê-la também. – Mesmo no escuro eu pude ver o sorriso no seu rosto. – Considerando que nós não dormimos, iremos utilizar esse tempo extra para treinar.

-Como assim treinar? – O empurrei para fora do quarto e sai também.

-Treinar, lutar, combate, mano a mano, porrada, entendeu? – Me imaginei lutando e comecei a rir.

-Sério que você vai me fazer aprender a lutar? – Ele não estava com cara de quem estava achando graça.

-Vou tentar. – Boaz estava disposto a isso.

-Então vamos.

Antes de acompanhá-lo para a primeira tentativa de aula, eu fui colocar uma roupa decente para lutar. Encontrei Boaz me esperando no quintal e me juntei a ele para começarmos o treinamento.

Ele começou com o básico onde eu descobri que minha coordenação motora nos pés era péssima, e o Boaz se aproveitou disso para tentar melhorar isso em mim. Boaz avançou para tentar me derrubar mas eu trapaceei, utilizei o ar para manter meu equilíbrio e continuar em pé, e fiz isso várias outras vezes.

-Seus poderes são muito úteis nisso. – Ele comentou e eu sorri.

-Eles têm que ajudar, caso contrário, não faria sentido tê-los.

Depois de mais algumas horas me desequilibrando, caindo e me arranhando, ele resolveu pegar mais leve comigo e a focar mais na parte do equilíbrio.

-O que está acontecendo? – A voz da Cassandra ecoou pelo quintal e nós nos viramos para ver ela, o Max e o Alex nos observando.

-Estamos treinando, não percebe? – Boaz respondeu como se fosse óbvio.

-Vejo que está na hora de você treinar o Alex. – Apontei para o céu que agora estava mais claro.

Fui andando ofegante na direção deles e recebi um chute nas pernas, usei o ar para me impedir de cair de cara no chão e fiquei flutuando por alguns segundos antes de jogar meu braço esquerdo para trás e fazer o Boaz voar para longe.

-Trapaça! – Ele gritou e começou a rir.

-Você também não jogou limpo. – Me coloquei em pé e de volta ao chão.

-Parabéns! Pela primeira vez usou seus poderes para algo útil. – Max falou quando cheguei perto.

O ignorei e fui para a cozinha, eu precisava beber todas as águas que existiam na geladeira. Peguei um copo e enchi de água, eu estava prestes a beber quando ele foi arremessado na parede. Olhei para frente e encontrei o Ben parado ali rindo.

-Sério? – Sacudi minha mão molhada e ele sumiu.

-Está tudo bem? – Cassandra entrou correndo na cozinha e analisou a cena.

-A guerra está próxima. Ele voltou.

 Ele voltou

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