41 - Sacrifícios

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Já se faziam dois dias que eles tinham ido atrás de mim, Alex ainda não tinha encontrado o Boaz e nem sabia se ele estava realmente lá, mas continuava a procura enquanto Max e Cassandra estavam escondidos planejando algo. Alex procurava pelo local quando deu de cara com o Ben próximo a um corredor escuro.

-Bom te ver por aqui. – Ben estalou os dedos e um domo de vidro apareceu em volta do Alex.

-O que é isso? – Ele perguntou sem entender e correu para os limites do domo.

-Uma maquina de tortura, mas pensando bem, - Eu entrei no corredor e congelei ao ver aquela cena. – vou tortura-lo fisicamente. Dói mais, tortura psicológica é boa em pessoas que se julgam muito espertas, elas dizem aguentar a dor, mas você não, você é diferente. – Ben quis dizer que eu era fraca?

Ben começou a arrastar o domo para um dos quartos e eu fui atrás, observando o Alex sendo obrigado a ir atrás dele.

-O que é tudo isso? – Perguntei dando uma risadinha fingindo apreciar aquilo.

-Objetos de tortura. – Ben respondeu achando que eu estava me referindo a tudo aquilo preso na parede.

-E você vai perder tempo torturando ele? – Perguntei tentando pensar em qualquer coisa que pudesse salvar o Alex. – Jogue-o em qualquer buraco e o deixe morrer de fome.

Alex me olhava implorando por ajuda e eu queria o olhar e dizer que iria ajudar.

-Está tentando proteger ele? – Ben chegou perto de mim, me olhando nos olhos.

-Não, mas acho que não deveríamos perder tempo com ele. – Coloquei minhas mãos em seus ombros para tentar amenizar.

-Não estou perdendo tempo, estou me divertindo. – Ele foi até uma das paredes pegando uma adaga. – Quer participar ou não aguentar ver seu amorzinho sofrendo? – Em um segundo Alex foi preso por correntes e o domo a sua volta se desfez.

-Depende do que você for fazer. – Falei me encostando na mesa que tinha ali e observando os dois.

Ele se aproximou do Alex e passou a lâmina afiada pelo lateral do seu rosto, deixando um corte ali. Fez isso várias e várias vezes até que seu rosto ficasse cheio de cortes e ensanguentado. Em seguida passou para o resto do seu corpo, me olhando a cada corte, fossem eles profundos ou superficiais, para saber se eu continuava observando.

-Chega! – Falei por impulso. – Vai matar ele!

-E você se importa? – Ben parou me observando e eu mantive minha postura.

-Não, mas podemos mantê-lo vivo caso precisemos fazer alguma troca. – Falei a primeira coisa que me veio à mente.

-Com quem? – Ele perguntou se aproximando, seu olhar demonstrava curiosidade.

-Não sei, mas pare. – Tentei parecer indiferente.

Ben ficou bem próximo a mim, me analisando, parecia um cão querendo sentir meu medo. Num rápido movimento ele me desferiu um golpe com a adaga e cortou meu rosto, senti o corte arder e segundos depois o sangue escorrendo pela minha bochecha.

-Você me enganou! – Eu pude sentir a raiva em sua voz, o que me deu muita satisfação.

-E você acreditou! – Falei começando a rir. – O que vai fazer agora, Benjamin? Me prender em um domo e me torturar mentalmente de novo? – O encarei e segurei seu queixo. – O que está esperando para me torturar com a morte de quem eu amo? Não vai ser nada que eu não tenha sentido antes. – Um sorriso malicioso apareceu em seu rosto, um sorriso que me deu medo.

-Não, sua tortura será ver sua amada mãe e irmão morrerem. – Fique um tempo o encarando para assimilar as palavras.

A raiva subiu pelas minhas veias, e com uma força que eu não fazia ideia de que tinha, empurrei a cabeça do Ben contra a mesa, foi o suficiente para o fazer desmaiar e eu poder tirar o Alex dali.

A escolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora