3 - Chilique

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Após toda a conversa com o meu sequestrador, ele me deixou sozinha para resolver alguma coisa longe da casa. Obviamente que eu não iria ficar plantada no quarto esperando que alguém viesse salvar minha vida. A primeira coisa que fiz foi procurar por um casaco, a casa era fria e parecia não existir aquecedor. Abri as portas do armário que só tinha roupas masculinas, passei a mão pelos casacos pendurados ali e peguei um. Olhei as outras roupas que existiam ali, pois só tinha isso, roupa e mais roupa.

Sai do quarto direto para um corredor enorme e espaçoso, e com várias portas. Por pouco não daria para saber onde fica o final do corredor. Andei por ele sentindo o chão frio nos meus pés. Não foi muito difícil para achar a escada, ela ficava a quatro portas à direita do quarto em que eu estava. Desci os degraus lentamente sem fazer barulho, não querendo correr o risco de ter mais alguém ali.

A casa era muito maior do que eu imaginava, do meu lado esquerdo tinha uma sala enorme, a minha casa devia ser menor do que aquela sala. A minha direita estava a sala de jantar, também grande, com uma mesa gigante e muito bonita. Meus olhos focaram mais na porta que estava bem a minha frente, a porta de saída e entrada da casa.

Corri até ela e tentei abrir, não fiquei nem um pouco surpresa ao encontrá-la trancada. Comecei a sacudir esperando que por algum milagre ela abrisse. Desisti depois de dar uns socos de raiva e me virei para olha para a enorme casa a minha frente. Vi uma cortina enorme do outro lado da sala. Andei até lá e puxei a cortina para o lado. A cortina esconde uma porta de vidro enorme, o lado de fora estava totalmente escuro, não dava para ver quase nada. Empurrei a cortina toda para o lado e tentei abrir aquela porta, que se encontrava trancada também. Tentei abrir e o vidro nem vibrava com os meus puxões.

Revirei a sala a procura de uma chave, ele não seria estúpido de deixar uma chave em um lugar tão idiota. Fui para a cozinha, também enorme, tudo ali era enorme. Abri os armários e vi as coisas que estavam dentro deles, tinham pratos, copos e várias outras coisinhas de cozinha. Pensei em pegar algo para comer, mas meu estômago parecia que não ia aceitar muita coisa. Voltei para o corredor e olhei para a porta enorme no final dele. Andei até ela e tentei a abrir. Também estava trancada. Parecia que nada ali estava aberto.

Voltei para o andar de cima e fiquei andando pelo corredor, olhando as imensas portas que continham algo dentro, talvez uma cama ou algum segredo. Passei pela porta do quarto onde eu acordei e continuei andando. Passei por várias outras portas e parei aleatoriamente na frente de uma, tentei a sorte para ver se ela estava destrancada, e dessa vez a sorte ficou ao meu favor. Abri a porta e eu deu um sorriso de vitória, finalmente algo estava aberto nesta casa.

Entrei num quarto parecido com o que eu estava, só que bem maior. Tinha uma cama e um sofá pequeno de frente para ela, um armário enorme embutido na parede. Fui direto para o armário e me decepcionei bastante por só encontrar roupas. Abri umas gavetas e encontrei uma foto junto de vários papéis embaixo de umas camisetas dele. Peguei um dos envelopes e li o nome que estava escrito ali, Lex Graylow. Eu não descobri o nome do meu sequestrador com ele me falando, foi por um envelope antigo de carta.

Não me interessei em ler as cartas, não devia ter nada ali, e talvez fosse algo pessoal, não que eu me importasse. Não tinha mais nada para olhar no armário, olhei em volta e fui até a janela. Era tudo escuro, a luz mais próxima estava a quilômetros de distância, se eu gritasse ninguém escutaria, eu só iria fazer mal a minha garganta. Respirei fundo e me apoiei na janela, queria saber quando eu iria sair dali, se é que eu sairia.

-Sei que sou maravilhoso, mas não imaginei que você fosse tão rápida. – Me virei assustada e vi o Lex parado na porta. Me apressei a sair do quarto e parei do lado de fora da porta.

Lex se aproximou e puxou a porta para fechá-la me fazendo ficar com as costas quase encostada na mesma.

-Comprei umas roupas novas para você, estão no seu quarto. – Revirei os olhos quando ele se referiu a aquele quarto come meu e balancei a cabeça.

A escolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora