34 - Fuga inexplicável

11 1 0
                                    

Alex passou o restante do dia em casa com sua família, tentando entender o que se passava, resultando em uma grande confusão na sua cabeça.

-Não acredito que você acordou depois de quinze anos e agora está seguindo sua vida. – As palavras que sua mãe disse ficaram ecoando pela sua cabeça, ele se lembra muito bem de partes da sua infância e adolescência para ter ficado em coma por quinze anos, mas ao pensar nisso, parecia que tudo tinha acontecido em outra época.

O resto da noite ele ficou no seu quarto se questionando em como sua mãe poderia ter se enganado e ter trocado o tempo de seu coma, trocar meses por ano.

-Vai viajar? – Sua irmã, Camila, entrou no seu quarto para se intrometer na sua vida.

-Não. – Ele se virou para ela.

-Depois daquela garota você nunca mais parou em casa, mas não é para menos, você deve ficar em cima de garotas como ela, marcando território. – Ela falou para o provocar e ele a olhou sem paciência para aquilo.

-Eu não marco território, não somos cachorros. – Respondeu irritado com seu comentário. – O que quer aqui?

-Nada. – Ela começou a andar pelo quarto com um sorriso maldoso. – Eu só estava pensando em como você não se parece com nenhum dos nossos pais.

Ela tinha razão, Alex não se parecia nem um pouco com eles, o pai era moreno de olhos castanhos e a mãe era branca de cabelos pretos e olhos castanhos também, e ele é loiro de olhos claros. Sua mãe dizia que ele puxou ao avô, que é pai dela, mas ao ver as fotos ele nunca achou muita semelhança.

-Me faça um favor, some do meu quarto. – Ele falou com raiva e ela sorriu triunfante, feliz com o fato de ter implantado aquilo na cabeça dele.

***

Cassandra e eu passamos a noite conversando na sala, depois de tudo o que já nos aconteceu, ela se tornou minha melhor amiga, e eu fico muito feliz que seja ela.

-Como você e o Max estão? – Perguntei puxando mais um assunto.

-Estamos bem, ele é meio grudento mas eu gosto. – Ela falou sorrindo, a paixão estava nítida em seus olhos. – Depois de muitos anos sozinha você acaba querendo alguém grudento assim, que se preocupe e que cuide de você. – Nunca imaginei que a veria tão apaixonada assim.

-Como o Lex era? – Perguntei fazendo seu sorriso de felicidade se transformar em tristeza.

-Quer mesmo falar sobre isso? – Ela me olhou e segurou miha mão.

-Ele morreu antes que eu descobrisse, então, sim. – Afirmei.

Cassandra olhou para baixo e deu um pequeno sorriso.

-Lex era uma pessoa boa, inteligente, um pouco explosivo, mas bom. Ele sofreu muito, mais do que eu ou você aguentaríamos. – Ela falou e eu pude perceber o carinho que ela tinha por ele. – Sei que você queria ter o conhecido melhor, mas, sendo sincera, foi melhor assim, algumas pessoas tem que morrer. – Ela tinha razão sobre isso. – Veja o lado positivo, você conheceu o Alex. – Ela falou me fazendo sorrir. – Você o amou?

-Não consigo definir o que senti exatamente, acho que foi mais uma paixão, ele me deixava curiosa e com raiva, isso me deixou atraída por ele, mas o que sinto pelo Alex é totalmente diferente, eu quero vê-lo feliz, não importa como ou com quem, com o Lex eu era egoísta, queria ele comigo e mais ninguém, e só agora consigo perceber isso. – Cassandra sabia exatamente como era.

-Ele fazia isso, nos intrigava mas nunca mostrava quem realmente era. Acho que só Lillian viu quem ele era de verdade. – Ele deve ter sido uma pessoa totalmente diferente com ela.

A escolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora