Ben não se contentou em não ter seus poderes de volta, ele estava focado em conseguir isso, mesmo que não fossem seus poderes originais. Ele estava certo de que Cassandra saberia de uma forma de conseguir isso e foi até ela, perturbar sua paz na sua casa. Ela o atendeu sem vontade alguma, mas o fez porque queria entender mais ele.
-Para o que você quer seus poderes? – O questionou logo após ele dizer o objetivo de sua visita.
-Para destruir o Lex. – Falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
-Não vou ajudar. – Cassandra falou calmamente e começou a mexer nas unhas. – Só o seu irmão pode devolver, ache um jeito de consegui-los à força, sozinho. – Ela foi até a porta. – Agora pare de desperdiçar meu tempo.
-Existe algum ritual que se possa fazer? – Ben perguntou e Cassandra o olhou desconfiada.
-Garoto, não estamos falando de um poder qualquer, é a força de um elementar, não é apenas misturar alguns ingredientes e pronto. – Cassandra falou fazendo gestos com as mãos, um pouco nervosa. – Você deu seus poderes a ele, se ele não quiser devolver, com ele os poderes permanecerão.
Ben odiava quando as pessoas tinham razão, e Cassandra tinha a total razão no momento.
-Eu preciso deles! – Ele tentou parecer triste e desesperado para comover ela.
Cassandra olhou para ele notando sua expressão e respirou fundo.
-Você pode procurar alguém disposto a doar os poderes. – Ela falou já arrependida de ter dito. – Tem sempre um infeliz disposto a isso.
Ela até entende um elementar que decide mudar de mundo, mas não consegue entender alguém que doa os seus poderes por livre e espontânea vontade.
-Caso não funcione, engane alguém para que fale as palavras mágicas. – Cassandra estava sentindo raiva de si mesma nesse momento.
Ben saiu de lá satisfeito por ter conseguido o que queria, como Cassandra não falaria as palavras mágicas da qual ele necessitava, ele foi procurar em um dos seus livros que tem em casa. Ele passou quase uma hora procurando, e quase três horas tentando entender o feitiço. Ele não queria sair dali sem falar as palavras perfeitamente.
Quando ele dominou as palavras, foi para a grande praça da cidade, um local que fica bem no centro, o ponto de encontro das pessoas que moram ali. Ele escolheu ficar ao lado de uma árvore observando tudo e todos a sua volta. Um grupo de amigos estavam se divertindo jogando xadrez, outro grupo, próximo a eles, jogavam um jogo de cartas. Ali perto estava um casal sentados em um banco enquanto conversavam sobre suas vidas monótonas e trocando carinhos. E mais afastada de todos estava uma jovem menina, aparentava ter uns quinze anos, o alvo perfeito paro Ben, que andou calmamente até ela e se sentou ao seu lado. A menina o olhou desconfiado e ele inclinou a cabeça na sua direção.
-Voli me. – Ben sussurrou fazendo o olhar desconfiado da jovem se transformar em um olhar apaixonado. – Qual o seu nome? – Ele perguntou com uma voz dócil.
-Harriet. – Respondeu dando uma risadinha e o olhando como se ele fosse a única pessoa que importava no mundo.
-Querida Harriet. – Ele segurou as mãos dela e sorriu. – O que acha de repetir umas palavras para o seu amado? – Levantou a mão direita dela e pressionou seus lábios em sua pele. – Não tem com o que se preocupar, é só uma forma de nos unirmos, como um casamento. – Os olhos da inocente Harriet se iluminaram e seu sorriso se abriu ainda mais. – Repita depois de mim. – Ele segurou seus pulsos bem firme para que ela não conseguisse se soltar.
Ele sussurrou as palavras em seu ouvido e ela repetiu tudo perfeitamente. Não era um tipo de casamento, eram as palavras para acontecer as transferências de poder.

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A escolhida
FantasiAs vezes pensamos ser algo que não somos. As vezes descobrimos a verdade da forma mais inusitada possível. Verdade essa que pode ser outro mundo, outra vida, outra personalidade, outro amor, outra paixão... Tudo pode passar de verdade a mentira num...