Prólogo

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Draco Malfoy

Eu nunca realmente me imaginei nessa situação.

Meus braços e pernas algemados, dentro de uma van policial sendo levado até uma prisão. Certamente não era uma imagem pra se pensar quando as pessoas te perguntam "Onde você se imagina daqui a cinco anos?"

Meu eu de cinco anos atrás provavelmente estaria surpreso, talvez nem tanto assim.

Sentia o policial a minha frente me queimando com os olhos como se eu fosse fazer um movimento brusco a qualquer instante e ele estaria pronto pra me deter. Um pensamento extremamente ridiculo na minha opinião.

Tentava me manter focado em meus pensamentos, mas o balançar nada delicado da van parecia estar começando a fazer efeito no meu estômago vazio, eu poderia supor que em poucos minutos eu ficaria enjoando.

Porém eu não poderia me dar o luxo de vomitar antes mesmo de chegar, as pessoas iriam notar e não seria uma boa impressão.

Tentava-me concentrar em observar a rua se mover pelas frestas da porta escura daquela van silenciosa, me agarrava a qualquer oportunidade de não colocar o meu jantar inteiro pra fora com esse mexe e mexe desnecessário. Imaginaria que o motorista talvez estivesse fazendo aquilo de propósito, se eu pudesse eu amaldiçoaria todas as gerações da sua família por estar sendo tão insolente, mas talvez eu merecesse passar por isso.

Mantive-me agarrado no que restava de minha sanidade até a van finalmente parar.

Alguns segundos em silêncio até finalmente ver a luz do dia batendo em meus olhos, pisquei algumas vezes tentando me orientar. O céu estava realmente bonito, o azul sem nenhuma nuvem destacava o verdes das plantas ao nosso redor, o dia parecia simplesmente esplêndido pra tirar aquelas férias de verão, ir a praia ou simplesmente dar uma volta em um parque qualquer, só aproveitar a brisa e a liberdade.

Isso se eu não tivesse sido tirado de meus devaneios por um puxão mais forte do que o necessário pelas correntes que prendiam minhas mãos pálidas, eu mal conseguia senti-las pelo aperto das algemas. Eu provavelmente poderia estar mais confortável com elas se eu no meio do caminho eu não tivesse esgotado toda e qualquer paciência do guarda que me escoltava, tendo que apertar ainda mais minhas mãos pra ver se eu calava a boca.

Sai da van, sentindo a grama verde sobre os meus calçados caros.

O guarda a minha frente prosseguia me puxando com brutalidade até a entrada daquele lugar imenso de concreto.

Nesse dia lindo, liberdade é a única coisa que eu não irei encontrar.

O barulho das correntes que me amarravam com tamanha vontade ecoava na minha cabeça como em um looping infinito, infiando-se sem minha permissão em meus pensamentos juntado-se em uma linha constante de agonia.

Cada passo que eu dava era um passo a mais pro fim de uma era, o garoto mimado que eu costumava ser morreu ao botar os pés nesse fim de mundo, certamente esse deve ser o fundo do poço.

Logo eu sairia daqui, meu pai me garantiu, pelo menos era minha única fé -- Se é que eu posso chamar assim -- Botei meus pés pra dentro daquele castelo de concreto, a placa bem acima de minha cabeça nomeava o lugar como "Askaban", um nome relativamente charmoso pra lugar que destruiria sua vida.

Conduziram-me pra uma sala separada, me despiram dos pés a cabeça antes de me entregaram roupas da cor preta como uma espécie de "uniforme" aparentemente. Bom, ao menos era preta, eu gosto de roupas pretas.

Não havia um minuto de privacidade, trocava-me na frente de dois policiais que me olhavam com tanto desprezo que era provável que conseguissem estourar minha cabeça só pela maneira em que me observavam de longe.

Drarry is the new black Onde histórias criam vida. Descubra agora