Draco Malfoy
“... nenhuma pessoa feliz de verdade tem a necessidade de ficar diante de um espelho repetindo para si mesma que é feliz.” - A Sutil Arte de Ligar o F*da-se
De maneira irônica, eu li essa frase pela manhã em frente a um espelho.
Na esperança de encontrar algum ar para respirar, em busca de no meio daquelas palavras encontrar uma coisa que eu a muito tempo perdi…
...Eu mesmo.
O choro tão preso na garganta quanto eu nesse instante, mas uma prisão interna que eu não quero escapar.
Não quero deixar sair, não quero me deixar chorar, não quero me sentir fraco.
Encarei aquele vidro que refletia a minha imagem exata, com a sombra de antigas lágrimas e o rosto tão pálido quanto jamais esteve, mas mesmo assim eu respirei fundo e me forcei a sorrir.
O sorriso tão açucarado quanto a mais pura das mentiras, era isso que eu sou.
Uma completa e doce mentira.
— tá tudo bem — eu disse a mim mesmo, enquanto encarava o meu reflexo
Mentira.
Eu odeio tudo isso.
Então eu prendo, prendo essa dor o mais fundo que eu possa esconder e não deixar sair nunca mais.
Uma prisão interna e externa, onde eu não encontro escapatória em cada lugar que eu passo.
É tudo como um caminho sem saída e em todos os lugares que sigo me levam para o mesmo precipício.
Minha pele tremia ao meu caminhar.
O andar apressado, mas estranhamente lento. Meus ombros não conseguiam se manter eretos e eu não parava de tremer, como alguma resposta involuntária do meu corpo.
Era só mais um café da manhã, só isso e eu poderia ir e ficaria tudo bem.
1200 segundos a se passar e eu poderia correr para onde eu quisesse.
Era só um passo de cada vez.
A caminhada em direção ao refeitório Draco, não é nada demais.
Mas quando eu atravessei aquela porta, com toda aquela gente eu nunca me senti tão humilhado com os olhares contentes vindo da mesa de uma certa pessoa, eu nunca me virei para olhá-los, mas o calor de seus olhares queimavam sobre a minha pele.
A cada passo eu sentia uma vontade maior de fechar os olhos e fingir que aquilo nunca tinha acontecido.
— Draco?
Só me toquei que estava parado em frente a mesa de sempre com todos me encarando quando finalmente me chamaram.
— Quem foi o rinoceronte que pisou em você nessa noite? — brincou Simas, por mais que sua voz saísse bem mais preocupada do que brincalhona.
— É amigo, você tá bem estranho… — Dino tentando me dar um sorriso mais acolhedor.
Eu não fiz questão de responder, eu não queria conversar.
Mas meus olhos não desgrudaram de Ron, tentando de alguma forma analisar ele por inteiro, como se procurasse qualquer mínimo fio de cabelo jogado pro lado errado para começar a entrar em pânico.
Acho que esse olhar não foi nada discreto já que ele começou a me encarar de volta e depois olhou para si mesmo, tentando achar o que tanto eu olhava para ele.
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Drarry is the new black
FanfictionCulpados. Ao menos foi isso que o juiz decretou após nossos julgamentos. Condenados a passar o resto de nossas vidas atrás das grades. Até onde você iria pela lealdade? Ou ainda melhor, até onde você iria pela sua liberdade? Gatilhos: Violência...