You're the only one.

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Notas: A gente adora enfiar um Sanlu maroto nas coisas, quem gostou bate palma, quem não gostou fica igual o Zorinho 🏄🏄🏄

Zoro estava voltando ao castelo de uma caçada e estava de bom humor. Ele costumava ficar assim quando seu trabalho terminava e os dias que passava fora chegavam ao fim. Sua égua sempre galopava mais rápido na volta, como se mal pudesse esperar para voltar ao castelo novamente, correndo afobadamente e fazendo Zoro precisar se segurar ainda mais forte no arreio. Não que o caçador achasse aquele comportamento ruim. Era bom que voltassem logo. O que era irônico se comparado a quanto tempo ele evitou ativamente voltar ali. 

Como sempre, o rapaz de cabelos verdes trouxe alguns ingredientes para o vampiro cozinheiro. Sabendo de sua predileção por coisas raras e diferentes, trazidas do Novo Mundo e de lugares longínquos, Zoro pediu especificamente pelas coisas mais exóticas que pudesse encontrar na feira, certo de que impressionaria o loiro com o que havia conseguido comprar. Ultimamente não conseguia economizar muitas moedas, pois, diferentemente de antigamente que gastava apenas com bebida e refeições baratas, agora Zoro era sempre estranhamente inclinado a tentar agradá-lo com tais presentes idiotas. Até mesmo mimando aquela égua de que o loiro tanto gostava com os legumes que ela mais adorava.

Ao entrar no castelo, escutou imediatamente a voz de Sanji, o que não era estranho já que o vampiro às vezes cantarolava enquanto estava cozinhando. E aquele parecia ser exatamente o caso, pois um cheiro delicioso invadia as narinas de Zoro, fazendo seu estômago roncar alto o suficiente para que ele próprio ouvisse. Por mais que a comida que levasse para as caçadas fosse de Sanji e, portanto, muito gostosa, nada se comparava ao gosto da comida recém preparada e quentinha. 

Entretanto, quando foi se aproximando da cozinha, outro odor foi sobrepondo o cheiro da comida de Sanji. Não era tão forte, pois Zoro sequer tinha um olfato tão apurado, mas era estranho sentir algo assim naquele castelo tão arrumado e limpo, ainda mais porque parecia se intensificar cada vez que ficava mais perto da cozinha. Quando finalmente entrou no aposento ele cheirou o ar e pensou que parecia até…

- Cook, por que sua cozinha está com cheiro de cachorro molhado? — Zoro perguntou depois de refletir sobre o odor que sentia, até seus olhos captarem a figura pitoresca de um desconhecido sentado à mesa. 

Nos últimos tempos, a vida de Sanji parecia ter virado ao avesso. A convivência com Zoro estava tão pacífica e havia se habituado tanto com sua presença que era até estranho quando ele saía para caçar. Porém, nos últimos dias, depois que Zoro havia saído, Sanji encontrou um lobo machucado na porta do castelo e acabou acolhendo-o e alimentando-o, tratando de seus ferimentos e dando um local para dormir. Por algumas horas, Sanji achou que poderia até mesmo adotar aquele lobo e cuidar dele. Até dar meia noite de lua cheia e o lobo se transformar em um garoto peludo, com orelhas e rabo...

Sanji sabia da existência de lobisomens, era algo tão normal quanto vampiros, mas ele nunca havia se encontrado com nenhum, então nada mais comum do que tomar cuidado quando estava lidando com alguém dessa espécie. E seu cuidado não durou mais que segundos, pois ouviu a barriga do lobinho roncar e se derreteu. Ele era adorável. Parecia ser ainda mais novo que Zoro, cabelos pretos e cheio de cicatrizes, mas a personalidade dos dois não se parecia em nada. 

Durante os dias em que Zoro não esteve, Luffy, que era o nome do jovem lobisomem, continuou em seu castelo, sendo alimentado e mimado pelo vampiro. Sanji achava agradável passar horas com ele, especialmente porque sua comida era sempre exaltada e elogiada. Luffy era só uma criança ainda, e conseguia transmitir um calor surpreendente apenas com seu sorriso. As bochechas do loiro estavam até doendo de tanto que sorria para ele nos últimos dias.

Zoro observava a cena e sua mão automaticamente pousou no punho das espadas em seu quadril. Sanji sorria tão radiante quanto podia, mais brilhante que o próprio sol, iluminando aquela cozinha melhor do que as velas fariam. Mas não era em sua direção. O loiro estava sorrindo para o desconhecido sentado na mesa com cheiro de cachorro e orelhas peludas. Zoro sentia a veia em sua testa pulsar de irritação. Não era como se ele odiasse lobisomens ou algo do tipo, não pensava nada demais sobre eles. Era o fato daquele maldito estar recebendo aquele sorriso enquanto comia a comida de Sanji.

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