I'm not in a hurry.

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Notas: Agora sim atualizando essa história no dia certinho finalmente sz Obrigada pela paciência e pelo apoio pra 💓 //

Zoro chegou ao castelo razoavelmente cedo. Não se arriscaria novamente a presenciar a cena patética que viu da última vez. Mas não apenas por isso. Zoro havia se dado conta do estado deplorável em que se encontrava. Ele havia se acovardado ao procrastinar sua ida da última vez, de forma vergonhosa e desonrosa. Não tinha que temer nada, por mais raiva e confusão que sentisse.

Além do mais, fizera um juramento e estava determinado a cumpri-lo, não tentar esquecer suas obrigações como uma criança mimada e idiota. Nos últimos tempos estava vivendo apenas como uma sombra do caçador que costumava ser, a beber e ser enxotado de bares, dormindo na rua. Era uma desgraça e ele voltou ao trabalho assim que deixara o castelo da última vez.

Então, pela primeira vez, se dedicava em fazer a jornada o mais rápido possível. O que estava sendo mais prático depois que se matou de trabalhar o suficiente para comprar um cavalo. Não era o mais bonito, nem o mais veloz, mas era suficiente para seu propósito e Zoro não ficou descontente com seu progresso em chegar lá bem antes do esperado. Só não imaginava que chegaria antes do sol se pôr, o que ironicamente nunca havia acontecido antes.

O caçador franziu o cenho enquanto acomodava o cavalo do lado de fora do castelo. Entrou no lugar sem nem bater à porta, sabendo que de nada adiantaria àquela hora, e tentou se acomodar no salão principal.

Entretanto, ficar sentado esperando rapidamente se tornou entediante. Zoro já havia dormido e acordado tantas vezes que tinha perdido a conta e como não havia sequer um relógio ou uma janela, não fazia nem ideia de que horas era naquele momento. Se levantou e se pôs a andar pelo castelo, a fim de pelo menos esticar as pernas.

Zoro já conhecia quase todos os cômodos existentes ali, graças às suas andanças enquanto tentava se localizar no local, mas nunca havia observado muito detalhadamente nenhum deles. Geralmente estava ocupado praguejando e amaldiçoando o arquiteto do lugar, mas agora que não tinha um objetivo não se importava em vagar pelos cantos da casa, que basicamente eram quase todos quartos no mesmo estilo do seu. Seu quarto. Aquele era definitivamente um pensamento estranho.

Depois de passar pela cozinha algumas vezes, agora estranhamente sem vida sem seu anfitrião, e pela biblioteca, que tinha mais livros do que vira em sua vida inteira, Zoro se viu parado no mesmo cômodo que havia encontrado em sua última estadia ali. No centro do calabouço gelado estava o caixão e Zoro poderia sentir a presença de Sanji ali mesmo que não tivesse visto o objeto. O jovem caçador se aproximou do abrigo mórbido do vampiro e pôs a mão sobre a madeira, sentindo sua qualidade e imaginando quantas centenas de anos ela teria.

Ao invés de retirar a mão, no entanto, Zoro apenas continuou explorando o objeto até impulsivamente retirar a tampa para observar o interior, se deparando com Sanji num sono aparentemente profundo. Era interessante observá-lo daquela forma. Ele parecia tão sereno e vulnerável, bom, não era como se não tivesse testemunhado vulnerabilidade daquele vampiro antes. Mas o motivo maior pelo qual a situação lhe era peculiar, era que estava fazendo algo que o vampiro sempre fez consigo, mas ele nunca havia entendido direito a razão.

Nem mesmo sabia se agora, fazendo o mesmo, conseguia entender. Ele não tinha uma razão. Apenas continuava a observar o rosto tão pálido quanto a cera da vela que segurava relaxado no conforto da inconsciência, aparentemente tão inocente e imaculado que era difícil imaginar as presas que jaziam sob seus lábios e todo o sangue que já havia manchado aquela pele perfeita.

E Zoro talvez tenha ficado alguns minutos ou horas o observando, mas não estava mais entediado.

Sanji acordou com uma estranha claridade e calor em seu rosto, o que normalmente deveria apavorá-lo, mas se fosse a luz do sol ele não teria muito tempo de sentir qualquer coisa que não fosse uma dor insuportável. Ele abriu os olhos devagar, recuperando a consciência aos poucos, até se dar conta de que aquela situação não era nada normal e imediatamente ficar de guarda para seja lá o que fosse encontrar ao abrir os olhos. Porém, quando sua visão se normalizou, ele viu apenas uma mão segurando a vela e, ao reconhecê-la, baixou a guarda, voltando a ficar tão tranquilo quanto estava quando inconsciente. Era Zoro, o que fazia sentido já que ele era o único ser a saber de sua residência naquele lugar. Mas por quê?

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