You can drink.

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Conforme os dias se passavam, Sanji achava que a relação dele com Zoro estava se tornando mais... Próxima? Ele sabia que costumava se iludir muito com uma pequena demonstração de carinho ou atenção, mas era impossível não pensar que talvez o garoto estivesse ficando apegado a ele.

Zoro ainda se recuperava, mas era um completo idiota e mesmo que o vampiro negasse de todas as formas se alimentar dele durante esse período, afirmando que não precisava, o imbecil praticamente mordia a própria língua ou boca para se cortar e sangrar, então o puxava com força e enfiava a língua em sua boca.

Era bom, Sanji não podia negar o quanto desejava beijá-lo, o quanto necessitava de seu sangue, então ele apreciava esses momentos, especialmente por nunca terminarem rapidamente, sempre era um beijo que se prolongava por minutos, até os dois estarem muito excitados para continuar. Claro, às vezes acabavam se desesperando mais do que deveriam e Zoro empurrava sua cabeça até o meio de suas pernas, implorando com o olhar para que o chupasse, mordesse naquela região tão sensível, Sanji não conseguia negar nesses momentos.

Uma coisa que não era novidade para o loiro, era que Zoro sempre seria um idiota inconsequente. Ele era obcecado com seu regime de treinamentos, em se tornar mais forte e por mais que tentasse pará-lo, era impossível. Se não aceitasse ajudá-lo com os treinos, sabia que o burro faria sozinho enquanto estava dormindo, então acabava sempre cedendo aos caprichos daquele mimado. Como estavam naquele exato instante.

Mal estava recuperado e já parecia em perfeitas condições, parecia que sua habilidade de regeneração era melhor do que a de um vampiro.

Zoro fazia com que ele fosse tanto além de seus limites que deixava Sanji ofegante. Um vampiro, ofegante, parecia algum tipo de piada. Era cansativo. Mas se pudesse ficar admirando por horas o sorriso, meio doentio, no rosto daquele idiota, sempre iria aceitar lutar contra ele, deixar que testasse sua força em seu corpo, porque Sanji era um vampiro, e era o que Zoro caçava, que tipo de melhor treinamento que aquele?

- Já está tão cansado, vampiro? Achei que eu quem estivesse machucado... - Zoro sabia que era uma provocação vazia, que apesar de Sanji estar visivelmente ofegante ainda podia lutar a noite inteira. Mas o jovem caçador gostava de vencer, gostava de provocá-lo e gostava da força com a qual Sanji chutava depois de ser irritado.

Treinar com o loiro era bem mais proveitoso do que fazê-lo sozinho, Zoro descobriu há muito tempo. E antes talvez tivesse algo a ver com o fato de olhar para o vampiro e ver nele todos os seus semelhantes, em imaginar qualquer um daqueles sanguessugas e sentir ódio, em treinar com mais raiva e, consequentemente, mais força.

Mas agora, era longe disso. Não conseguia olhar para Sanji e imaginar que era um deles, imaginar-se degolando sua garganta e apunhalando seu coração.

Treinar com o vampiro o ajudava porque Sanji era forte, porque o fazia ter que se esforçar para bloquear todos os seus golpes, o fazia perder e se frustrar tanto quanto ganhar e inflar seu ego. E porque era algo natural para eles, Zoro começou a perceber.

Discutir verbalmente até que a discussão virasse uma disputa física, até que um deles vencesse o outro e declarasse infantilmente que era melhor. Ou ao menos até a próxima derrota. Era bom, porque era uma linguagem que Zoro conhecia. Diferentemente das coisas que ele acreditava que Sanji esperava dele, diferentemente da forma tão gentil com a qual o outro o tratava tantas vezes. Pelo menos troca de golpes de espadas e chutes era algo que Zoro conseguia entender sem o menor esforço.

Sanji cuspiu o filete de sangue que Zoro havia tirado de sua boca e olhou para o caçador com ódio nos olhos, não de verdade, apenas por causa da provocação. Se havia algo que Zoro era, sem dúvidas seria irritante. Estava claramente pegando leve até então para evitar que as feridas daquele idiota abrissem, mas se ele iria provocá-lo dessa forma, Sanji o atacaria com toda sua força.

E foi exatamente o que fez, distribuindo chutes tão fortes que ferir o garoto acabou sendo inevitável, mas Zoro merecia, afinal. Da mesma forma que se feria, também o feria, nada mais justo. Era cansativo e o sorriso vitorioso nos lábios daquela criaturinha irritante o dava nos nervos, Sanji queria chutá-lo até fazer o sorriso sumir, por mais que amasse vê-lo sorrindo tão empolgado com algo.

O barulho do metal ecoava no castelo vazio, ele conseguia perceber que toda vez Zoro defendia seus fortes chutes com a parte não cortante da espada e isso o fazia sorrir bobamente, ele não queria mais feri-lo. Talvez o loiro ficasse tão empolgado quanto durante aquelas lutas.

O vampiro conseguiu deixar o outro desarmado ao chutar suas espadas e antes que Zoro tivesse tempo para sequer compreender a situação e buscá-las, Sanji apelou e usou de suas habilidades, correndo tão rápido que parecia ter se transportado. Ele empurrou o corpo moreno até a parede e segurou seus pulsos com força ao lado da cabeça, enquanto o próprio corpo pressionou o outro contra a parede, fazendo sem querer sua perna pressionar a região íntima do outro e o mesmo aconteceu com a coxa de Zoro em sua própria intimidade. Ele percebeu que ambos estavam mais excitados do que deveriam para apenas um treinamento.

- Você só pode me vencer quando eu pego leve, pirralho. - Sanji sorriu vitorioso, mas a sua provocação não era do tipo que um vencedor faria.

A voz carregada parecia sensual e era sussurrada com os lábios quase colados na orelha do outro, tão perto que sentia o toque dos brincos em sua boca. Mas ele não se afastou, mesmo percebendo seu estado vergonhoso, por mais que desejasse lamber cada gotícula de suor escorrendo naquele pescoço, ele não se afastaria até que fosse empurrado, repudiado.

Estava ofegante, a respiração mais quente que o normal em contato com a pele do pescoço que parecia tão saboroso, assim como sentia o peito do outro se expandindo em contato com o seu, a respiração ofegante ainda mais quente aquecendo seu próprio pescoço, era uma sensação muito agradável e Sanji não queria se afastar.

- Até parece... - Zoro tentou pensar numa resposta melhor, mas Sanji estava tão próximo da sua pele, fazendo seu pescoço se arrepiar e suas veias saltarem, implorando para serem mordidas. Ele deveria ter vergonha do que se tornou, do quanto esperava a próxima vez em que o vampiro se alimentaria direito.

Mas Sanji apenas continuava parado, seu corpo pressionando o de Zoro com ansiedade, fazendo ambos buscarem avidamente o contato da perna um do outro por cima das roupas. Ele olhou para o vampiro e seus olhos tão azuis já começavam a mudar de cor por causa da fome, mesmo que nenhum sangue tivesse sido derramado ainda, ainda assim conseguia ver claramente a bondade que inundava aquelas íris.

Aqueles olhos diziam que Sanji jamais o morderia ali se não quisesse, mesmo que ele estivesse salivando de vontade, as presas a meros milímetros da carne morena, mas ainda retraídas. Ele nunca violaria Zoro, nunca faria algo que o caçador não havia permitido, porque aquela era a verdadeira natureza dele. A natureza que Zoro sempre se negou a ver, que seu erro no julgamento de caráter havia impedido que aceitasse.

Porque tudo que conseguia enxergar em Sanji, em seus olhos, era bondade. E sempre foi assim. Zoro sempre esteve errado e nada do que assumiu sobre o loiro podia ser verdade. Que era um monstro vil e desprezível, que havia matado sua irmã e milhares de outros humanos. Até mesmo na primeira vez em que julgou Sanji, quando ele estava numa posição tão parecida com uma mulher, nada do que imaginou poderia estar certo. Que a mataria, que estava se forçando sobre ela, que poderia machucá-la.

O que aquele meio vampiro estranho fazia quando Zoro estava inconsciente e vulnerável era observá-lo dormir a noite inteira. O que fazia quando estava ferido era tratar todos os seus machucados, dar-lhe banho e trocar suas ataduras. O que fazia todas as vezes que Zoro estava sob aquele teto era se preocupar com ele, alimentá-lo, sorrir e ser gentil até com o maldito cavalo.

E o que fazia quando Zoro tinha seu pescoço completamente exposto e cheio de sangue apetitoso, era respeitar seu corpo e seu consentimento.

- Pode beber. - Zoro disse como uma concessão, uma permissão. À qual Sanji respondeu arregalando aqueles olhos bondosos e balançando de leve a cabeça, fazendo Zoro perceber que dar algo a ele não iria funcionar, precisaria pedir. - Eu quero que me morda aqui. - Ele disse abaixando a gola e expondo ainda mais seu pescoço ao vampiro.



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