I don't want your food.

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Zoro se levantou da cama com uma dor de cabeça tremenda e se sentindo muito abatido e medíocre. Seu pulso ainda ardia levemente por ter sido mordido pelo vampiro, e apenas olhar para aquelas marcas de presas em sua pele morena era nauseante. Parecia que estava revivendo aquele dia, vendo as marcas no corpo pequeno e sem vida de Kuina outra vez, chorando e gritando pela sua morte. E agora sabia que tudo era culpa daquele vampiro.

Ele quase desejava que o tivesse matado naquela hora mais cedo enquanto estava completamente irracional e puto. Talvez agora se arrependesse se o tivesse feito, mas pelo menos já teria acontecido, sua irmã estaria vingada.

Agora que estava minimamente raciocinando não conseguiria fazê-lo. Por mais que a mera ideia de olhar para a criatura o desse ânsia de vômito, não poderia matar alguém a quem devia a vida. Alguém a quem fez uma promessa com seu próprio sangue.

Desça para comer.

Era o que o bilhete dizia. E mais uma vez, Zoro nem compreendia aquelas palavras, o que apenas o deixava mais zangado ainda com o vampiro. Não é como se tivesse tido tempo para aprender besteiras como ler e escrever enquanto treinava para ficar mais forte. Zoro tentou levar as mãos até as bainhas de suas espadas com o pensamento e notou que haviam sumido e mentalmente se xingou por estar sempre tão fraco e vulnerável naquele local.

Saiu do aposento rapidamente e, agora que estava bem melhor do que em sua última vez naquele castelo, podia notar o quão estranhamente limpo ele era. Geralmente castelos daquele tipo costumavam ter uma grossa camada de pó cobrindo todos os móveis e artefatos macabros, assim como descomunais teias de aranha por toda parte. Mas aquele lugar era estranhamente arrumado, então Zoro concluiu que ele só podia ser o vampiro mais fresco que existia.

Mas, nenhum daqueles cômodos se comparava à cozinha. Zoro chegou nela depois de rodar por todo o castelo e ficou um pouco espantado com o local. Ela era completamente diferente de todas as cozinhas de vampiros que havia visto na vida. Geralmente o cômodo era abandonado nos castelos e às vezes apenas inexistente. Mas aquela cozinha não parecia abandonada de jeito nenhum. Os utensílios e louça estavam muito bem arrumados em grandes armários e no fogão a lenha havia panelas fumegantes e cheirosas, que espalhavam pelo ar o cheiro dos temperos e vitalidade. Era a parte mais aconchegante e calorosa daquele castelo de pedra fria.

Nunca havia parado para pensar na comida que recebera em seu tempo ali no castelo. Mas, se tivesse, com certeza não teria deduzido que o vampiro havia preparado aquilo com as próprias mãos, porque era um pensamento absurdo.

Sanji cozinhou uma refeição incrível para seu hóspede. Não era algo recente que ele gostava de fazer, desde antes mesmo de atingir a maioridade como vampiro já se aventurava na cozinha do castelo dos Vinsmoke, que foram obrigados a criar um local para prepararem comida humana já que a vergonha do clã necessitava daqueles nutrientes. Quantas vezes seus irmãos não pegaram um animal de grande porte e o obrigaram a comer a carne com o bicho vivo ainda? Usando a desculpa de que se ele precisava de comida humana, então não faria diferença se era crua ou não. O loiro sempre odiou aquilo e acabou pegando trauma de carne crua. Estava distraído em seus pensamentos e montando dois pratos que eram não só lindos como também deliciosos, mas conseguiu sentiu a presença do caçador se aproximando.

O vampiro se virou quase automaticamente assim que o caçador chegou, como se já esperasse a presença de Zoro ali, e serviu seu lugar à mesa com mais má vontade do que de costume. Zoro se enfureceu ao ver aquele monstro agindo como se fosse um cozinheiro humano. Como se ele soubesse o valor de um prato de comida. Como se o que ele chamasse de refeição não fosse drenar o sangue das pessoas até matá-las. Era repugnante.

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