Can I do it again?

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Notas: Vamo Zoro eu sei que você consegue ser um ser humano minimamente decente 👐 //

Depois de terminarem a refeição, Sanji organizou a cozinha pois odiava que suas coisas ficassem bagunçadas, em especial a cozinha. Ele levou Zoro para o quarto em que costumava ficar, perguntando no caminho se ele não gostaria de tomar um banho, mas apenas ouviu uma negativa e deixou que o outro fizesse como bem entendesse. 

Chegaram no quarto do qual Zoro se lembrava bem, ele pôde sentir o frio daquelas paredes que o aprisionaram por tanto tempo durante sua recuperação. Era bastante diferente do calor da cozinha e do forno e Zoro ajeitou seu casaco automaticamente ao entrar nele. O que o fez lembrar do outro casaco que carregava consigo junto das espadas. 

— Tome. — Zoro praticamente jogou o casaco no vampiro, como se ele queimasse sua própria pele e ele não aguentasse segurá-lo nem por um segundo. Nem sabia porque havia carregado aquela tentação consigo durante todo esse tempo, se era porque queria se torturar ou torturar o vampiro mostrando seu desprezo, agora não importava mais.

Sanji franziu o cenho ao receber o casaco que o moreno havia roubado na última vez. Aquele casaco trazia lembranças agradáveis, era como se ainda sentia o calor do corpo moreno, ambos se chocando um contra o outro em desespero, necessitados. Ele balançou a cabeça pra afastar os pensamentos impróprios e pegou o casaco, mesmo hesitando. 

— Pode ficar com esse, eu tenho outros. — Empurrou o casaco pesado de volta na direção do outro. 

— Não preciso. Não está fazendo muito frio hoje. — Zoro mentiu descaradamente, já que a noite avançava impiedosa e a temperatura certamente cairia ainda mais depois. — Por falar nisso, sempre tive impressão do castelo ser um tanto gelado. Não gosta de calor?

Zoro divagou enquanto sentava na cama e retirava as botas pesadas de viagem e suas espadas, deitando na cama gélida e tremendo discretamente. Não fazia ideia da preferência de vampiros por calor ou frio, apenas sempre imaginou que não houvesse necessidade de um cadáver ambulante de se esquentar. Mas, poderia estar enganado, já que aparentemente estava descobrindo que sabia pouco sobre eles naquela noite. O vampiro se aproximou carregando a vela que pôs ao lado da cama e ajoelhou ao seu lado como sempre fazia no tempo em que morou ali e velava seu sono diariamente.

— Na verdade, eu gosto... Mas meu corpo não é muito quente... — Sanji respondeu com a voz bem mais baixa do que de costume. Ainda tentou entregar o casaco outra vez para o humano, mas ao ser ignorado ele apenas se agarrou ao tecido e desistiu. 

Era inevitável que Sanji pensasse que Zoro apenas não queria o casaco por ser dele, já que ele continuava com aqueles trapos enrolados no corpo o esquentando, era um tanto humilhante. Ele tentou não se afetar com aquilo e agir normalmente, indo para o lado do mais novo e se ajoelhando no chão como de costume, dando espaço para que o humano não se sentisse pressionado. 

— Bom, isso é óbvio, não? — Zoro falou enquanto encarava as sombras de ambos dançando no teto do quarto, muito nítidas já que a vela recém-acesa ainda queimava forte e Zoro agradecia mentalmente pelo seu calor próximo ao seu rosto. — Vampiros são basicamente corpos sem vida, frios como uma carcaça.

Ele conseguiu ouvir o suspiro do vampiro, mesmo que tenha sido um suspiro muito contido, já que estavam bastante próximos e um silêncio momentâneo se instalou até que finalmente ouvisse o loiro se dirigir a ele de novo.

— Meu corpo é um pouco diferente... — Sanji disse bem baixo e sentiu que o outro não se atentou a esse detalhe, isso até sentir aquela mão que parecia pegar fogo de tão quente tocando sua pele bastante gelada. Ele engoliu a seco e fechou os olhos, deixando que Zoro fizesse o que desejava com ele. 

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