12 - Uma pequena Omissão

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Maeve pegou as chaves no bolso de trás da calça jeans e abriu a porta da frente de casa. Quando entrou, tirou o moletom e jogou no encosto da cadeira. Ela acendeu a luz e se jogou no sofá, exausta. O dia fora longo e cansativo, não havia como descrevê-lo com simples palavras. Uma briga com a menina mais chata da escola, revelações, a quase descoberta do paradeiro da mãe, uma luta com clones... Sim, definitivamente tinha sido um dia bastante longo, porém compensador. Se ver livre da tormenta que tinham sido os últimos meses e descobrir que ainda existiam esperanças de ter sua mãe de volta a animaram, e muito. Mesmo que para isso ela tivesse que arriscar a própria vida. Maeve não podia negar que estava muito assustada, mas a garota não tinha alternativas a não ser encarar. Ela era humana, era uma pessoa com sentimentos e aflições, era praticamente impossível evitar se sentir impotente e frágil. Só que devia ser forte não apenas por ela, mas também para manter a segurança da mãe e do pai. Se eles ficassem a salvos tudo valeria a pena.
E deixando de lado a parte manter as pessoas que amo seguras, também tinha a parte dos seus poderes recém-descobertos. Uau. Aquela luta na floresta fora uma diversão e tanto. Ela nunca pensou que fosse se sentir tão bem batendo em alguém, mas era como tinha se sentido. Maeve estava num frenesi de emoção, um tornado de liberdade. Ela sentiu como se nada pudesse fazer mal a ela, embora aquilo não fosse verdade, já que Octavian deixara bem claro que pessoas ruins quisessem pôr as mãos nela, os Amantes, aquelas pessoas assustadoras que atacaram a igreja naquele dia. Ela ficara assustada quando vira do que eles eram capazes de fazer, e após isso poucas coisas faziam sentido, mas uma fazia: por algum motivo, Maeve e Katrina eram importantes para alguma coisa. Octavian prometera que contaria tudo para ela na hora certa para que Maeve não se sentisse mais confusa do que já se sentia, mas ela resolveu aceitar e esperar. Sabia que fazer alguma coisa precipitada e mal pensada traria consequências catastróficas, sem mencionar que ela não tinha ideia de no que estava metida.
Enquanto estava largada no sofá e olhando fixamente para o teto de gesso, um feixe de luz chamou a atenção de Maeve. Pelo canto do olho ela viu uma pequena bola de brilho roxo flutuando em sua direção. Rapidamente ela se levantou e ficou de joelhos nas almofadas, observando boquiaberta enquanto a minúscula esfera brilhante caía. À medida que a esfera caía, ela começava a crepitar como uma fogueira, e de repente ela começou a cuspir faíscas de fogo. Por fim, quando a esfera queimou por completo, um pedaço de papel surgiu em seu lugar.
Maeve sorriu e esticou o braço para pegar o papel flutuante. Ela desenrolou e leu seu conteúdo:
Maeve, espero que tenha chegado bem em casa e que você esteja bem e confortável. Seu progresso hoje foi impressionante, mas muito mais para aprender. Estou torcendo para que possamos ter outra aula o mais rápido possível. Espero uma resposta breve.
PS: Caso queira entrar em contato comigo por este mesmo meio, basta escrever a mensagem num pedaço de papel, jogar numa fogueira e sussurrar as seguintes palavras: " Caia, caia, caia nas mãos certas. Queime, queime, queime e entregue minhas palavras. Chegue, chegue, chegue e estarei ansiando um porto seguro. "
Dita essas palavras, é visualizar o rosto do destinatário e pronto, está entregue.
Com os melhores votos, Octavian.

Escolhidos - Entre os Hereges e Amantes [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora