capítulo 23 - euglassia watsonia

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(nota inicial da autora: MEU POVO O CONFORTO TÁ PRONTO, espero que gostem pq eu to a meia hora olhando com olhar boiola pro meu computador)

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Alguns dias após voltarem para Londres, ambos receberam sua alta e puderam voltar para o 221B da Baker Street. No período que ambos estavam no hospital, Sherlock contou a verdade para John, está certo que John ficou quase três dias calado depois de uma discussão dos dois no hospital, mas John sempre o perdoa. E por sempre perdoar, Holmes confirmou outra vez o que o Dr. Lecter afirmou, "ele perdoa tudo o que você faz por medo de ficar sozinho".

Sherlock jurou a si próprio que iria mudar, não só por John mas também por si.

Eles chegaram em casa no fim do dia, tentando evitar os olhares de muitos que queriam saber o que tinha acontecido com eles e também curiosos sobre o caso. Chegando em casa, eles foram logo recebidos pela Sra. Hudson que pôde ver o quanto Watson tinha um semblante triste, ele sentou-se em sua poltrona e parecia estar perdido, talvez estivesse nos seus pensamentos. Ela foi vê-los no hospital no dia anterior e agora queria os ajudar a melhorar, sobretudo John.

Ambos estavam exaustos e precisavam descansar, Sherlock e a Sra. Hudson ajudaram John a subir para o quarto, visto que ele ainda estava parcialmente sedado. Além do mais, tinha dificuldades para dormir por conta própria, e quando dormia, tinha pesadelos terríveis, então tomava remédios prescritos até mesmo para isso.

ㅡ Qualquer coisa que você precisar, estarei no andar debaixo, querido, não hesite em chamar ㅡ A Sra. Hudson falou.

ㅡ Sim... ㅡ Ele forçou um riso falando timidamente.

Viram a Sra. Hudson sair do quarto e descer escadas abaixo. Sherlock ainda tinha pontos na cabeça mas incrivelmente sentia-se tão bem que até esquecia que estava doente. Assim que viu John se enfiar debaixo dos lençóis, disse:

ㅡ Bem... Eu vou te deixar descansar ㅡ mas antes que saísse do quarto, ouviu uma resposta.

ㅡ Você pode... pode ficar aqui comigo? Eu sei que deve ter outras coisas pra lidar, é só que... Não sei... ㅡ Ele tentava se explicar.

ㅡ Não precisa se justificar, eu fico até que você acorde ㅡ Sherlock sorriu, voltando a se aproximar da cama e se deitando ao lado dele. ㅡ Não se preocupe.

Àquela altura, Sherlock faria tudo para que John se sentisse melhor, não que estivesse achando ruim ficar com ele nesse momento, era mais sobre deixar de lado as outras coisas por alguns instantes e priorizar uma outra pessoa ao invés de priorizar seus problemas. Vendo-o dormir, Sherlock acabou caindo no sono, não sabe por quanto tempo dormiu, mas despertou ouvindo John chamar por ele.

ㅡ Sherlock.

O detetive piscou repetidas vezes, vendo que já era noite e que um dos abajures estava ligado, não que sua luz fosse muito forte mas era o suficiente para que pudesse ver as expressões de John.

ㅡ Sim? ㅡ Ele disse ㅡ Está tudo bem? Eu dormi... Desculpe.

ㅡ Está tudo bem... ㅡ Watson tinha a voz rouca ㅡ Eu não tive pesadelos. Você os tem?

ㅡ As vezes, mas não gosto de falar sobre eles. Os pesadelos perdem o poder quando acordamos, mas tem sua relevância sobre nós quando despertamos.

ㅡ O que está nos seus pesadelos?

ㅡ Alguns dos meus maiores medos.

Ele suspirou.

ㅡ John, eu quero perguntar algo e gostaria que fosse totalmente sincero comigo.

ㅡ Pode perguntar.

ㅡ Acha que eu sou uma pessoa ruim?

John tocou o rosto dele, com a mão ainda enfaixada e cujo dedo estava amputado, parecia até mesmo um lembrete.

ㅡ Não, você não é uma pessoa ruim. É... diferente, só isso, e pra muitos, isso é ser ruim.

ㅡ Mas e pra você? Tem certeza disso?

ㅡ Tenho, ㅡ ele atreveu-se a sorrir, e não era forçado como das outras vezes, e entre suas frases, dava algumas pausas ㅡ se fosse uma pessoa ruim, não sentiria culpa, não teria me contado a verdade nunca, não iria admitir o próprio erro, não tentaria consertar as coisas. Você foi correndo me salvar, brigou com Hannibal Lecter, foi ferido gravemente na cabeça, podia ter morrido e ainda sim não se importou em ficar comigo. O mundo inteiro parece estar contra nós por causa do que aconteceu neste caso e está tentando me proteger dessas coisas. Está aqui agora porque eu simplesmente não queria ficar sozinho e com medo. Me diga, uma pessoa ruim faria tudo isso?

ㅡ Em alguns momentos acho que... Não te mereço, depois de tudo, ainda consegue ser uma pessoa boa. Eu enlouqueceria... ㅡ Sherlock desanimou. ㅡ Eu te admiro por isso, na verdade por muitas coisas.

ㅡ Quem diria... O grande Sherlock Holmes admitindo que admira alguém? E ficando corado por isso?

ㅡ Por favor... ㅡ Ele se enrolou e ambos acabaram rindo.

Em meio aos risos, Sherlock acabou chegando mais perto de John e beijando suavemente seus lábios, o que deixou o militar surpreso porém retribuiu. Entre os beijos, Holmes sorriu.

ㅡ Se eu soubesse como, diria algo clichê agora ㅡ Ele falou.

ㅡ Já está dizendo.

ㅡ O quê?

ㅡ Dizer que não sabe falar algo clichê é um clichê bem típico seu.

Sherlock fingiu fechar a cara e eles riram novamente.

ㅡ Posso dizer algo clichê? ㅡ Holmes pediu.

ㅡ Vai em frente.

ㅡ Não poderia imaginar uma vida sem você, ㅡ agora foi Sherlock quem tocou o rosto dele ㅡ eu te amo, John. E... desde aquele primeiro momento, que deu aquele tiro à distância, sem errar um milímetro, pra me salvar... Eu soube que você era diferente, e desde aquele momento, eu te amei. Eu... quero cuidar de você, como você muitas fez por mim.

Ouvindo aquilo, John não pôde esconder seu sorriso.

ㅡ Eu também te amo, Sherlock... ㅡ ele responde, mas estava tão extasiado com aquelas palavras dele. que sequer conseguia pensar num clichê para poder falar ㅡ Não consigo pensar em nada a altura para dizer agora, mas... Ah, perdi as palavas.

ㅡ Hm... Não se preocupe. Quando você melhorar, podemos fazer isso de uma forma melhor, mais romântica ㅡ Holmes propôs. ㅡ Posso escalar a Millennium Wheel e gritar isso para todo mundo.

ㅡ Faria isso? ㅡ John instigou.

ㅡ Está duvidando de mim?

ㅡ Jamais ㅡ o médico riu, afundando no seu abraço.

Sherlock o apertou em seu abraço e acarinhou seus cabelos loiros, enchendo-o de beijos no rosto.

the way down we go | johnlock | hannigramOnde histórias criam vida. Descubra agora