capitulo 11: agnus dei e o portador da luz +18

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NOTA DA AUTORA: EITA BIXOOOO E VEIO MTO AI
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Todos as noites após o jantar, Will não costumava fazer companhia a Hannibal ㅡ já o ajudava nos assassinatos e nas sessões de terapia, não se sentia totalmente confortável estando em outros momentos com ele ㅡ, mas embora não tivesse pretensão, naquela mesma noite acabou ficando com ele.

Will não tinha um sono tranquilo, nunca teve, só conseguia se mexer e ter crises de sonambulismo, às vezes, era Hannibal quem o guiava de volta à cama. Ele despertou numa noite chuvosa e sombria, como todas as suas noites, suado e nervoso, a cama molhada com seu calor era um indicativo de ansiedade e inquietação. O quarto estava frio e somente com uma lâmpada de baixa luminosidade, as únicas coisas que Will conseguia enxergar dentro daquele quarto era a cômoda onde estava o abajur e a própria cama.

Ele esfregou o rosto, tentando se acalmar, ofegante e com a camisa acinzentada colada ao corpo. Will escorregou para fora da cama, o piso estava frio e ele esperava que a madeira gelada o despertasse. O professor caminhou tonto para fora do quarto ㅡ sem se importar que usava somente uma camisa molhada e cueca branca, mas para isso, enrolou-se em um lençol branco macio e pesado ㅡ, aquela casa enorme como sempre escura, sobretudo nos cantos, dava a impressão de que bem ali nas sombras, havia algo o observando, e talvez tivesse algo mesmo, não a toa estava descendo ao covil de Satã pela madrugada.

Will desceu as escadas rumo à minibiblioteca do lugar, com alguma dificuldade devido ao peso do lençol, entrando sem bater pois sabia que Hannibal estaria lá, e ele realmente estava.

ㅡ Teve algum pesadelo, Will? ㅡ Ele perguntou.

Hannibal estava sentado numa poltrona, frente a lareira acesa, e tal como em seu quarto, Will só via duas coisas: Hannibal sentado na poltrona e a si mesmo. Era o caminho até Roma.

ㅡ Não, está sendo uma noite sem sonhos. Se bem que, algo não me deixa dormir ㅡ Will aproximou-se.

ㅡ Sente-se... ㅡ Ele convidou, sinalizando para a poltrona ao seu lado, onde Will se sentou. ㅡ Aceita uma taça de vinho, Will?

ㅡ N-não, Hannibal... A única coisa que eu quero é não me sentir observado dentro da minha própria casa.

ㅡ Sente-se em casa, Will?

ㅡ Só me sinto em casa quando estou perto de você. Além disso, sinto que estou sendo observado nas sombras desse lugar.

ㅡ Garanto que não há ninguém vigiando você, Will. Nós estamos seguros aqui dentro.

ㅡ Será que estamos? ㅡ Will virou seu olhar para Hannibal, já que a luz da lareira lhe dava uma visão clara do rosto dele. ㅡ Não consigo me sentir seguro sem que esteja do meu lado, o que é irônico? *Agnus Dei se sentir seguro ao lado do **Portador da Luz.

ㅡ Agora se refere a mim como o Portador da Luz? ㅡ Hannibal destacou.

ㅡ Sempre foi o Portador da Luz, porém, eu nunca quis correr até ela. Agora estou frente a ela e... Me agrada, me faz ver com clareza ㅡ Will olhou em seus olhos, dessa vez sem medo, e também não temeu ao ver somente os olhos brilhantes do Wendigo o encarando de um canto escuro daquela biblioteca. ㅡ A luz permite que eu me enxergue como realmente sou, e eu gosto do que vejo, mesmo que não consiga abraçar a tudo de uma vez só.

ㅡ Não se cobre, Will. Você está despertando para si próprio.

ㅡ Sim, mas me lembro daquilo disse. "Ser livre é ter o poder de escolher ficar". Bem, eu quero ficar, não só porque meu refúgio é você, mas também porque... me sinto livre. E consigo admirar a beleza de Roma e tudo o que há nela, eu quero ficar ㅡ Will falou, sorrindo de canto, mirando aquela face de Hannibal, e o analisando. Daquela vez, Hannibal não vestia roupas formais, vestia uma calça de moletom escura e uma camisa de mangas longas na cor vinho, e estranhamente, aquilo lhe caía bem.

the way down we go | johnlock | hannigramOnde histórias criam vida. Descubra agora