capítulo 20 - a noite é escura e cheia de terrores

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(nota inicial da autora: olha qm voltou rsrsrs... por favor não me matem)

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ㅡ Abaixe a arma, Sr. Holmes. E eu prometo que não estouro essa sua cabeça oca ㅡ Will falou.

ㅡ Eu é quem deveria estourar as cabeças de ambos, principalmente do Sr., Dr. Lecter ㅡ Sherlock empunhou a arma com mais força. ㅡ Poderia me matar mil vezes, mas a culpa não é dele...

ㅡ A culpa não é do Dr. Watson, é sua mesmo ㅡ Hannibal retrucou.

ㅡ Pare de atirar na minha cara o que fiz e o que deixei de fazer por ele, até parece que alguém como você é capaz de amar. Embora não duvide do seu amor pelo Sr. Graham, imagino que ele seja tão doente quanto você, vocês se merecem...

Sherlock cortou a fala ao escutar um gemido sofrido e baixo, era John despertando, quer dizer, parcialmente desperto.

ㅡ John! ㅡ Chamou e foi em direção a ele ㅡ Por favor, fala comigo, John...

John lutava para abrir os olhos, as mãos presas a cadeira tremiam timidamente, em seu rosto expressões de sofrimento e muita dor, de seus olhos fechados escorriam lágrimas e de seus lábios escapava sua respiração descontrolada, como se estivesse sem ar.

ㅡ Ah, meu Deus, ㅡ o detetive pôs a arma sobre a mesa e tocava o rosto dele buscando acalmá-lo, ele devia estar alucinando devido às drogas no organismo ㅡ John... Por favor... Eu estou aqui...

Ouvindo a voz de Sherlock, John pareceu ter ficado mais nervoso ainda, no impulso, o detetive apressou-se em desatar os nós que prendiam o doutor a cadeira.

ㅡ Pare com o que está fazendo, Sr. Holmes ㅡ Lecter falou.

ㅡ ELE ESTÁ SOFRENDO! E EU VOU TIRÁ-LO DAQUI QUEIRA VOCÊ OU NÃO, HANNIBAL LECTER! ㅡ Sherlock gritou, indo rumo ao canibal e socando-lhe em cheio no maxilar, fazendo Hannibal cair no chão.

Hannibal levou uma mão ao maxilar dolorido, erguendo um olhar de ódio para Sherlock, levantou-se e o socou de volta, o fazendo desabar sobre a mesa posta, derrubando os pratos e louças ali em cima. O detetive pegou uma faca que ali estava e partiu para cima de Hannibal que se esquivou e tentou fazê-lo enfiar a faca em si mesmo, sem sucesso, ambos brigavam por uma faca enquanto Will vigiava John Watson ㅡ que ainda estava alucinando e chorando.

Sherlock escapou por pouco de ser perfurado pela faca, foi agarrado por trás e quase sufocado pelo psiquiatra. Hannibal empurrou Sherlock o fazendo ficar de bruços contra a mesa, o canibal apertou os cachos do detetive, levantando sua cabeça e empurrando-a com força contra a madeira, repetindo o movimento diversas vezes até que ele conseguisse escapar e socar Hannibal no estômago e em seguida o atirar no chão e começar a pisoteá-lo.

Will surgiu no meio da briga e apanhou um atiçador de chamas que tinha ao lado da lareira apagada, aqueles atiçadores estavam ali de enfeite apenas já que a lareira era acesa com gás. Ergueu o atiçador e conseguiu acertar Sherlock bem na cabeça, o derrubando e abrindo um buraco em sua cabeça, nada que fosse tão grave a ponto de desmaiar-lo, ainda sim doloroso. Sangue escorria do ferimento dele, que estava catatônito com a dor, gritando.

Holmes se arrastou pelo chão tentando alcançar Lecter, que ficou de pé mais rápido com o auxílio de Graham, e quase levou um tiro (tiro que acertou a parede próxima a lareira), o som do disparo assustou aos três que olharam na direção de onde veio.

Era John, que estava caído no chão, empunhando a arma que Sherlock deixou sobre a mesa de modo trêmulo. Com isso corria o risco de ter acertado qualquer um e ter matado.

ㅡ Largue a arma, John... ㅡ Sherlock se equilibrou de pé e foi até ele, abaixando-se ㅡ Vai ficar tudo bem... Vamos embora...

ㅡ Você está machucado... ㅡ John observou, largando a arma.

ㅡ Não importa, eu só me importo com você... Vamos para casa, John ㅡ Sherlock falou, tomando a arma e apontando para o Dr. Lecter, com raiva e sem pensar ㅡ Nós vamos embora...

ㅡ Se atirar e errar vai matar a todos nós, mas talvez mereçamos tal fim ㅡ Hannibal falou, referindo-se ao gás que vazava da lareira, um disparo e a casa inteira podia ir pelos ares.

ㅡ Neste nível, qualquer tiro que eu der vai matar a nós três... Errando ou não... Estamos todos mortos nesse nível... ㅡ Sherlock concluiu ㅡ Eu não deveria fazer isso... Sou detetive, não sou um juiz ou um carrasco... Juízes julgam e condenam e os carrascos executam as pessoas, mas você não é uma pessoa, Hannibal Lecter... É um demônio...

ㅡ E como se matam demônios? Pondo fogo no Inferno?

ㅡ Acertando onde mais dói... ㅡ E Sherlock puxou o gatilho.

A bala poderia ter acertado Hannibal Lecter já que a arma estava mirada nele, mas o psiquiatra se esquivou da bala que entrou na parede. Will Graham aproveitou-se para brigar com Sherlock Holmes pela arma, ali mesmo no chão. Claro que poderia acabar dando em merda, já que muitas e muitas vezes disparou acertando objetos, e no fim o último disparo do tambor da bala acabou acertando alguém.

Olhares assustados foram trocados até que um deles começou a sangrar com um buraco de bala no abdômen.

ㅡ Will? ㅡ Hannibal chamou.

Sim, Will Graham estava com esse buraco de bala e era Sherlock Holmes quem tinha a arma em mãos, ele quem disparou, mesmo que por acidente e por mais que Hannibal Lecter soubesse disso, não levaria em consideração na hora de arremeter a culpa a alguém, porém, naquele momento, o que importava era salvar Will, e para Sherlock, tudo o que importava era ir até John e leva-lo para longe dali, para longe daquele ambiente.

Um cheiro de fumaça subiu no ambiente e eles se deram conta que algumas chamas se espalhavam pelo carpete e pelas cortinas do lugar, uma explosão não tardaria a acontecer. Sherlock atirou a pistola longe e tomou John em seus braços, ele estava quase voltando ao seu estado de inconsciência e alucinação, as chamas no lugar o fizeram acreditar que havia descido ao quinto círculo do Inferno.

ㅡ Está tudo bem, John, está tudo bem... Você está apenas alucinando... ㅡ o detetive disse ao vê-lo nervoso com meio as alucinações, o levando embora dali em meio as chamas.

Sem hesitar e se render ao ferimento em sua própria cabeça, Holmes conseguiu sair da mansão, tossindo e aspirando fumaça. Quase escorregou nos degraus de entrada, por pouco isso não aconteceu, seguiu caminhando rumo ao caminho que levava à estrada principal onde deixou o carro que havia alugado para fazer aquela viagem para Leeds estacionado, não arriscaria chegar com o carro até a frente da mansão para alertar os maridos assassinos de sua chegada. Mas naquele instante se arrependia de não ter deixado o veículo um pouco mais perto, mas não tinha que caminhar tanto assim, é que estar com um buraco na cabeça e carregando um enlouquecido Watson nos braços fez o caminho parecer mais longo.

ㅡ Sherlock... ㅡ ouviu a voz baixa dele o chamar.

A ventania da noite o fazia tremer ao passo que trazia um alívio para a alma.

O detetive o apertou mais em seus braços e percebeu que agora ele estava febril. E ao fundo ouviu uma explosão... Era a mansão de Lecter explodindo em chamas, e aquilo preocupou Sherlock, que apressou seus passos e chegou ao carro, estava preocupado pelo o que havia feito e sabia que iria cair sobre suas costas. Sherlock colocou John deitado nos bancos de trás do carro e dirigiu como um louco até o hospital mais próximo, fugia tanto de sua irresponsabilidade quanto fugia de Hannibal, sabia que se ele tiver sobrevivido ao incêndio e Will Graham estiver morto, o caos e o terror viriam ao seu encontro para um último encontro.

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