Capítulo 16

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Jade Bueno

Ainda não acredito que ele teve coragem de encostar o dedo em mim.

Mas o que eu queria?

Que um mafioso me fizesse carinho?

Passei longas horas chorando.

Eu não quero essa vida.

O que eu fiz pra merecer tudo isso?

Sei que a culpa não é minha, e sei que é mais errado ainda colocar a culpa no meu pai até por que ele não me obrigou a casar com ninguém.

O único culpado disso tudo é o Leonardo.

Escuto algumas batidas na porta e limpo as minhas lágrimas numa tentativa quase impossível de não parecer que eu estava chorando.

Nunca gostei de demonstrar o que eu tô sentindo, principalmente se for tristeza.

– entra – vejo a poli entrar no quarto e me encarar com seus olhinhos curioso.

– olá tia Jade

– oi meu amor, tá tudo bem?

– por que você tava chorando? – ela pergunta e eu fico surpresa.

Tá tão óbvio assim?

– nada não meu bem, só coisa de adulto – falo e ela revira os olhos.

Que garotinha atrevida.

– foi o meu pai né, ele é assim mesmo não liga não – fala e eu deixo escapar um sorriso do meu rosto.

Uma criança fez eu me sentir melhor.

Uau.

Faz algumas horas que eu estou brincando com a poli e o Lorenzo no jardim.

Até a Nina vim me dizer que eu teria que participar de um evento beneficente.

Que eu duvido muito que seja real.

Ela já deixa o recado que o Leonardo não quer atrasos.

Não quero mais problemas com ele.

Pelo menos não hoje.

Deixei as crianças brincando no jardim e  subo para o quarto.

Vou até o banheiro e tomo um banho quente e rápido.

Não sei que horas ele vai chegar então é melhor estar pronta rápido.

Quando termino o banho vou até às minhas roupas e escolho um conjunto bem sofisticado.

Espero que ele não reclame das minhas roupas.

Se quisesse algo específico teria avisado.

Depois de me vestir, faço uma maquiagem e arrumo meu cabelo.

Pelo menos estou bonita. (Mídia)

Passo algumas horas esperando e vejo que ele ainda vai demorar.

Já está quase na hora das crianças irem dormir e decido ir até o quarto ver como eles estão.

Eu sempre gostei muito de crianças e tô me apegando bastante a eles.

– oi amores – falo entrando na biblioteca onde eles estão jogando algum jogo de tabuleiro.

– oi tia – a Poli fala e eu dou um sorriso de lado.

– já te falei que ela não é nossa tia – o Lorenzo fala.

– então é o que? – a Poli fala e ele me encara.

– madrasta – dá ênfase no “má” e dá de ombros.

– olha que eu não sou do mal não viu – falo em tom de brincadeira e eles riem.

Eu entendo o Lorenzo não gostar muito de mim.

Afinal eu tomei o lugar da mãe dele.

Mesmo não sendo por vontade própria.

– vamos bambinos ( crianças) já está na hora de dormir – a Nina fala entrando no quarto.

Acompanhou eles junto com a Nina.

Alguns minutos depois de terem se preparado para dormir já estão deitados.

– mas a gente não quer dormir – a poli fala.

– tem hora pra tudo, e agora é hora de dormir – falo e e ela cruza os braços.

– sabia que lá na escola tem uma menina que o Lorenzo gosta? – Fala e o Lorenzo joga uma almofada na irmã.

– é mentira Jade – ele fala e eu rio.

– ué, mas não tem problema gostar de alguém – falo – quando a Poli crescer ela também vai gostar de alguém.

– eu não – fala com vergonha e o Leonardo ri.

– vai sim, você vai gostar de um menino – o Lorenzo fala e eu dou risada.

– e você tia Jade, gosta de alguém?

– dãã, claro que ela gosta – o Lorenzo fala – ela gosta do nosso pai ué

– ah é – ela fala.

O que eu sinto pelo Leonardo tá muito longe de ser o que eles pensam.

– tá bom, já tá na hora de dormir – falo dando um beijo em cada um e vou até a sala esperar o Leonardo.
Vejo a Nina passar por mim e a chamo.

– o Leonardo já chegou? – pergunto e ela assente.

Me sento e seguro o meu colar.
Ganhei esse colar do meu pai.

Desde então não desgrudo dele.

– Andiamo – saio dos meus pensamentos ao ouvir aquela voz.

Olho pra ele que está extremamente lindo com exceção da sua gravata que está torta.

Por impulso paro em sua frente arrumando sua gravata.

Ele me encara e eu solto as mãos dele abaixando a cabeça.

Será que ele vai me castigar por isso?

Eles apenas me ignorou e saiu até a garagem.

Sigo ele e vou até o seu carro.

Seja o que Deus quiser né.

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