Epílogo

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21 ANOS DEPOIS... ATUALMENTE, EM 2021

HARRISON

Acordei de repente junto com um ruído altíssimo de um trovão. Estava ofegante, então me apoiei na cama com um dos meus braços, jogando o cobertor pro lado. Tinha acabado de ter um pesadelo horrível, mas eu só queria esquecer.

Quando me dei conta, ainda ouvia um barulho irritante e uma vibração. Olhei para o lado e percebi que era o alarme do meu celular que ainda tocava, sobre a mesinha que ficava do lado da minha cama. 

5:20 da manhã. 

Desliguei o alarme. 

Segunda feira... Ah não... Começa tudo de novo.

Respirei fundo e esfreguei os olhos com ambas as mãos. Bocejei e espreguicei todo o meu corpo, esticando os braços pra cima. 

Lentamente, atravessei a cama até a borda, repousando meus pés no chão e ficando de pé. Caminhei até a janela e abri as cortinas. O céu ainda estava escuro, ia demorar pra ficar mais claro. E mesmo que ficasse, estava óbvio que o dia hoje ia ser nublado, com provavelmente nenhuma chance do sol dar as caras. Chovia demais e os relâmpagos clareavam todo o quarto. 

— É... Melhor deixar a janela fechada. — murmurei pra mim mesmo. 

Dei as costas e caminhei até o corredor do apartamento, ainda de pijama. Entrei no banheiro e escovei os dentes. Fui até a cozinha fazer café.

Claro, o café. Eu não era muito fã, mas Gael não podia ir pra escola antes de tomar uma xícara. Ele sempre me dizia que precisava disso pra se manter acordado. 

Depois do café estar pronto, lavei a louça que, por preguiça, deixamos na pia na noite passada depois da pizza que comemos juntos.

Olhei rapidamente pro relógio e já eram 5:40. Hora do dorminhoco acordar.

Fui até o seu quarto e dei leves batidas na porta para logo depois abri-la. 

O quarto estava todo escuro, com as cortinas tampando qualquer rastro de luz possível que passaria pela janela. 

Caminhei até lá e abri apenas uma fresta. 

Me virei e o vi dormindo como um anjinho na sua cama. O cobertor rosa combinava com o seu cabelo que ele havia tingido recentemente. De início, eu não queria deixar. Estava muito relutante. Não por maldade ou porque eu achava feio. Eu não achava feio. É que um menino com cabelo rosa pode sofrer tanto preconceito pelas pessoas e... Eu jamais ia querer isso pro meu filho. 

Eu jamais ia querer que ele sentisse a dor que eu senti. 

Mas infelizmente eu não tenho controle de tudo.

Ele não pode se privar de viver com medo das pessoas.

Eu não posso privá-lo. 

Ninguém deve privar sua liberdade e felicidade por outros. Ainda mais quando estes são insignificantes. 

De qualquer forma, sei que ele é forte. Sei que qualquer coisa ruim que possa vir a acontecer, ele vai ter apoio aqui em casa. Sempre. Vou estar aqui pra ele sempre. 

Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora