36 - (Des)confiança

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HARRISON

Hoje era meu dia de folga, aproveitando que os alunos da escola tinham saído para uma excursão com alguns professores de história. Já estava quase na hora do Scott chegar e eu havia prometido a ele que faria um jantar simples, mas caprichado. 

Em uma panela, estava refogando o molho do macarrão. Sentia o cheiro subir junto com a fumaça e o som das bolhas estourando na panela. Como eu amava esse cheiro!

Em outra panela, tinha colocado algumas almôndegas junto de alguns cogumelos, coisa que eu só gostava, mas Scott era apaixonado por isso! E bom, quando a gente ama, é claro que fazemos de tudo pra agradar nosso amor, não é mesmo?

Adicionei o macarrão na panela de molho, dei mais uma mexida por algum tempinho e logo tudo já estava pronto. A essa altura, a cozinha inteira já estava cheirando bem com esse jantar. Bom, talvez até a rua estivesse sentindo o cheiro! 

Fiquei esperando Scott chegar depois de desligar o fogo. Estava sentado no sofá da sala lendo uma HQ. 

Foi bom ter voltado a Denver. Foi bom ter reencontrado Scott. Foi bom ter me reencontrado. Recapturar meus gostos, meus hobbies, quem eu realmente sou... Não sei se foi destino, pois não sei se eu realmente acredito nisso, mas... Acredito que tudo isso não foi atoa. Eu e Scott nos amamos tanto, tanto. 

De repente, senti a luz dos faróis pairarem sobre meus olhos, então levantei do sofá e olhei pela janela da sala. 

Algo estava estranho... Scott parecia ter chegado com pressa, talvez nervoso. Estacionou o carro na garagem de qualquer jeito e saiu apressado do veículo, batendo a porta com força e apertando o passo pra dentro de casa. 

Ao vê-lo abrir a porta principal e fechá-la logo num instante após, percebi o quão ofegante ele estava.

— Scott? — ergui as sobrancelhas, preocupado com o que estava acontecendo. 

— Arruma suas coisas, precisamos sair daqui. — ele caminhou pela sala em largos passos, passando por mim e encostando a mão no meu ombro enquanto me dava tais instruções. 

— Como assim? — perguntei confuso. 

— Por favor, amor, faz o que pedi.

— E sem nenhuma explicação? Eu não tô entendendo nada. 

— É que temos que ser rápidos. Eu não posso... — Scott suspirou sem terminar a frase. 

— Me conta, Scott.

— Eu te conto no carro quando estivermos indo embora. 

Ele tentou subir as escadas, mas logo nos primeiros degraus o puxei pelo braço. 

— Se acalma! — pedi.

— Não, você não entende!

— Scott, calma!

— Para de me pedir pra ficar calmo! — ele elevou a voz, já trêmula. 

— Vem cá. — o puxei pra um abraço. 

Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora