HARRISON
— Scott?
Subiu um ar frio pelo meu estômago, minha garganta ficou seca e o meu coração começou a acelerar rapidamente. Eu gelei por completo, como se tivesse levado um susto enorme. E foi um susto!
Eu não acreditava no que estava acontecendo. Como que Scott Miller, depois de todos esses anos, poderia entrar no mesmo táxi que eu, no mesmo dia e horário?
Por que o universo tinha que me jogar uma coincidência dessas?
A resposta de Scott foi um abraço forte. Muito forte. Até demais.
SCOTT
O abracei como se nunca mais quisesse soltá-lo. Na verdade, eu não queria mesmo.
A surpresa que eu tive foi grande. Como pode? Como que depois da vida tirá-lo de mim, depois de oito anos, ela o me devolver dessa forma tão aleatória e inesperada? Dentro do mesmo táxi que eu peguei, no mesmo momento...
Estava me sentindo nervoso, ansioso.
Harry, eu não esperava... Como esperaria? Achei que nunca mais fosse te ver.
— Scott, não consigo respirar... — ele forçou a voz no meu abraço apertado, mal conseguindo repousar suas mãos sobre meus braços.
— Meu Deus, desculpa! — o soltei.
Ele estava com o rosto vermelho, me olhando.
Mas obrigado, seja lá o que for que o trouxe de volta. Obrigado.
HARRISON
Ele ainda tinha aquele abraço bruto e forte. Não fazia de propósito, apenas não tinha noção da força que possuía, ainda mais ao tentar expressar com o seu abraço o mais perto de tudo o que sentia.
— Eu jamais imaginaria te encontrar aqui de novo, mas... É bom te ver. — eu disse, ainda espantado pelo ocorrido.
— Eu ainda moro aqui na cidade. — ele riu, ainda com a mão repousada no meu ombro depois do abraço. — Nunca saí daqui!
Enquanto íamos conversando, o táxi ia se movendo lentamente pelo engarrafamento da rua.
— Oito anos é muita coisa... achei que talvez você pudesse querer estar em novos ares. — comentei.
— Acho que não. Por enquanto Dener ainda é uma boa cidade, Harry. Mas me conta, pelo amor de Deus, o que você tá fazendo aqui? — ele me perguntou com uma feição curiosa em seu rosto.
— Bem, eu tive que voltar pra cá pra vender minha antiga casa... Precisava muito do dinheiro e enfim, melhor não comentar muito sobre isso. — decidi evitar o assunto porque me senti desconfortável em falar sobre.
— Entendi. — fez uma cara de preocupado e soltou a mão do meu ombro. — Senti sua falta.
Aquelas palavras me atingiram como um balde de água fria.
— Eu também senti a sua. — confessei.
— Olha só... — Scott disse ao olhar lá pra fora pela janela que ficava ao seu lado. — Parece que a chuva parou.
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Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)
Romance(COMPLETO E REVISADO) No ano de 1989, em Denver, Colorado - Estados Unidos, Harrison é um garoto de 18 anos que nunca se relacionou com ninguém por ter dificuldades de entender sua sexualidade. Se sentindo completamente confuso, a situação só piora...