17 - Há quem acredite em coincidências

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HARRISON

— Scott? 

Subiu um ar frio pelo meu estômago, minha garganta ficou seca e o meu coração começou a acelerar rapidamente. Eu gelei por completo, como se tivesse levado um susto enorme. E foi um susto! 

Eu não acreditava no que estava acontecendo. Como que Scott Miller, depois de todos esses anos, poderia entrar no mesmo táxi que eu, no mesmo dia e horário? 

Por que o universo tinha que me jogar uma coincidência dessas? 

A resposta de Scott foi um abraço forte. Muito forte. Até demais. 

SCOTT

O abracei como se nunca mais quisesse soltá-lo. Na verdade, eu não queria mesmo.

A surpresa que eu tive foi grande. Como pode? Como que depois da vida tirá-lo de mim, depois de oito anos, ela o me devolver dessa forma tão aleatória e inesperada? Dentro do mesmo táxi que eu peguei, no mesmo momento...

Estava me sentindo nervoso, ansioso. 

Harry, eu não esperava... Como esperaria? Achei que nunca mais fosse te ver.

— Scott, não consigo respirar... — ele forçou a voz no meu abraço apertado, mal conseguindo repousar suas mãos sobre meus braços.

— Meu Deus, desculpa! — o soltei. 

Ele estava com o rosto vermelho, me olhando. 

Mas obrigado, seja lá o que for que o trouxe de volta. Obrigado. 

HARRISON

Ele ainda tinha aquele abraço bruto e forte. Não fazia de propósito, apenas não tinha noção da força que possuía, ainda mais ao tentar expressar com o seu abraço o mais perto de tudo o que sentia.

— Eu jamais imaginaria te encontrar aqui de novo, mas... É bom te ver. — eu disse, ainda espantado pelo ocorrido. 

— Eu ainda moro aqui na cidade. — ele riu, ainda com a mão repousada no meu ombro depois do abraço. — Nunca saí daqui! 

Enquanto íamos conversando, o táxi ia se movendo lentamente pelo engarrafamento da rua.

— Oito anos é muita coisa... achei que talvez você pudesse querer estar em novos ares. — comentei.

— Acho que não. Por enquanto Dener ainda é uma boa cidade, Harry. Mas me conta, pelo amor de Deus, o que você tá fazendo aqui? — ele me perguntou com uma feição curiosa em seu rosto.

— Bem, eu tive que voltar pra cá pra vender minha antiga casa... Precisava muito do dinheiro e enfim, melhor não comentar muito sobre isso. — decidi evitar o assunto porque me senti desconfortável em falar sobre. 

— Entendi. — fez uma cara de preocupado e soltou a mão do meu ombro. — Senti sua falta. 

Aquelas palavras me atingiram como um balde de água fria. 

— Eu também senti a sua. — confessei. 

— Olha só... — Scott disse ao olhar lá pra fora pela janela que ficava ao seu lado. — Parece que a chuva parou. 

Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora