12 - É com você que eu quero estar

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SCOTT

E então, Harry me abraçou e encostou sua cabeça no meu peito, o que fez com que meu coração acelerasse ainda mais (coisa que antes parecia impossível de tão acelerado que ele já estava). 

Eu fechei meus olhos e sorri levemente enquanto apoiava meu queixo em seu cabelo molhado. Os dedos da minha mão esquerda desenhavam linhas por suas costas de uma forma gentil e lenta, enquanto minha outra mão fazia um cafuné na parte de trás de sua cabeça. Tudo isso parecia um sonho, mas dessa vez não era não. Dessa vez era real. O toque dele, o beijo, era tudo real demais. 

E eu estava explodindo de felicidade. 

Eu, que nunca fui um menino tímido, que já tinha namorado algumas meninas, havia passado quase um ano da minha vida aos 18 anos de idade com medo de me abrir e dizer como me sentia para uma pessoa, que diferente de todas as outras com quem me relacionei, era um menino. O porquê disso na verdade não era só um, mas vários. Era uma fase de descobrimento na minha vida. Muitos medos. Eu ainda tenho medo de ser julgado pelos outros, mas não por Harry. Ele gosta de mim... Assim como eu gosto dele e meu Deus, como eu gosto dele! Eu me descobri bissexual e isso não é fácil em um mundo onde muitas pessoas acham que homossexualidade é algo doentio, anormal ou até mesmo abominável. Quantas vezes me senti sozinho sem ser compreendido pelo resto do mundo? Robin e Harry sim, me acolheram. Foram várias as coisas simples que me confortaram também, como aquela revista onde mostrava David Bowie, uma estrela mundial, confiante em afirmar sua sexualidade. Não... Não havia nada de errado em amar alguém do mesmo sexo. Amar não é um erro. Porém, como sempre, existe a maldade em muitas pessoas e isso, infelizmente, acredito que sempre existirá. Além disso, me deparei perdidamente apaixonado por uma pessoa que me deixava de um jeito que ninguém jamais deixou. Harrison era especial, era um ser humano incrível, com uma energia que parecia vir de outro mundo... Ele me fazia tão bem. Ele sim se importava comigo de verdade. Estava lá pra mim. Me olhava com brilho nos olhos, com admiração, com carinho... Ele enxergava além do meu físico, enxergava a minha alma. Não satisfeito, permitiu que eu enxergasse a alma dele também e aos poucos, fazendo com que eu me apaixonasse por ele por completo a cada dia mais. Ele confiou em mim e eu também confiava nele. A gente tinha um ao outro. A gente se gostava demais. 

Aqui, neste momento, eu sentia que éramos um só. 

HARRISON

— Eu ainda estou tentando entender o que aconteceu. — afirmei enquanto meu ouvido direito estava abafado em seu peito nu, permitindo que eu escutasse as batidas aceleradas do seu coração. 

Scott soltou um riso nasal. 

— Não tem muito o que entender. — desapoiou o queixo da minha cabeça e levantou o meu rosto com a sua mão direita. — Nos beijamos. Uma vontade que estávamos guardando há muito tempo, não acha? 

Olhei pra ele enquanto sorria de lado pra mim. 

— Acho. — sorri de volta, estando um pouco nervoso ainda. — Eu também gosto muito de você, Scott. 

— Tinha medo de que não correspondesse. 

— Ora, eu também. — soltei um riso. — Isso é complicado. 

— Mas o que importa é que agora essas dúvidas foram todas resolvidas. — Scott sorria e fechava os olhos enquanto aproximava seu rosto de mim mais uma vez.

Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora