10 - O último baile colegial

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2 DE MAIO DE 1990

SCOTT

Tom, Dave e Mark me convidaram pra passar a tarde com eles na praça que gostavam de matar o tempo, andar de skate, fumar... Porém, eu não estava nem um pouco afim, então disse que estaria ocupado.

E é verdade sim, estaria ocupado vendo o Harry.

Há alguns dias, o colégio finalmente anunciou o baile de formatura: 24 de maio. Esse baile, acredito eu, seria o mais importante pra nós porque estaríamos concluindo uma fase inteira: a escola. Uma transição para a fase adulta, universidade, novos ares... Entre outras coisas.

— Nossa, a gente não tinha combinado um pouco mais tarde? — Harry perguntou, erguendo uma sobrancelha, assim que abriu a porta da sua casa. 

Olhei no meu relógio de pulso e brincando, disse:

— Hum... Acho que meu relógio está adiantado. — sorri. 

Na verdade, eu não estava mais aguentando esperar para vê-lo. 

 — Sorte que eu tô pronto pra te receber. — ele sorriu também. — Vem, entra. 

Eu não sabia qual seria a reação das pessoas. O que outros alunos e até os professores, coordenadores, diretores iriam pensar... Mas eu queria convidar Harrison para ir ao baile comigo. Será que ele aceitaria? Eu tenho certeza de que os meus amigos estranhariam, óbvio, mas eu poderia dizer que essa ação estaria fazendo parte do meu "plano para conquistar Robin" e estaria tudo resolvido.

— Então, vai ser aquele jogo que você comentou comigo ontem mesmo? — ele me perguntou.

— Sim, pode ser. — sentei na cama dele.

— Não aguentou perder pra mim em todas as vezes no California Games, não é? — Harry riu.

— É, né... — dei de ombros. — Fazer o quê. Você estava certo. É um nerd incorrigível. — ri.

Enquanto ele ligava o videogame, ficamos conversando sobre assuntos banais quando de repente o senhor Richard nos interrompeu. 

— Filho, é a Robin no telefone. 

— Já vou, pai. Obrigado. — ele se levantou e olhou pra mim rapidamente. — Já volto. 

Escutei ele descendo as escadas e atendendo o telefone. Sozinho, inevitavelmente comecei a pensar de novo sobre como poderia fazer para convidá-lo para o baile e...

Espera

Aquela revista de novo. Nossa, ainda está aqui embaixo da cama? Já tem tantos dias que a vi aqui e acabei não pegando pra ver o que era...

Eu mal podia acreditar no que eu estava vendo. Era uma revista da playgirl. Aquela que as meninas compravam pra ver celebridades e modelos nus... Bom, não só meninas, não é? Alguns meninos também. Isso só podia ser do Harrison. Não, não tinha outra explicação! Comecei a sentir um frio imenso na barriga enquanto folheava aquelas páginas, minhas mãos suando, o coração acelerando, respiração ofegante...

Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora