Capítulo 23

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O rapaz encarava a mulher andar imponentemente de um lado para o outro no quarto de tonalidade apática. As pequenas rugas ao redor dos olhos demonstravam a aflição que permanecia dentro de si.

Os olhos castanhos de Mary encararam-lhe raivosos pela quarta vez naquele início de tarde.

— Nós combinamos que faríamos tudo com cuidado. — Passou as mãos pelo rosto. — Você sabe o que significa cuidado? Ou é idiota e eu me enganei ao seu respeito esse tempo todo?

— Pare de falar assim comigo. — Pediu raivoso, gemendo de dor em seguida ao sentir os hematomas cobertos por curativos. — Eu errei, eu agi sem pensar, e agora estou pagando.

— Isso não é nem o começo do que você vai pagar, Jacob. — Ralhou. — Prudence e aquela corja vão destruir você. — Respirou fundo. — O que você estava pensando quando resolveu esfaquear Sina?

— Eu apenas queria me livrar dela o mais rápido possível, tudo bem? — Defendeu-se. — Eu não aguento saber que ela toca a Yoon e a tem só para si.

— Espera. — A mulher parou de andar e lançou-lhe um olhar surpreso. — Você se apaixonou por Heyoon? É isso? — Indagou.

— Não foi premeditado. — Passou a ponta dos dedos na barba por fazer. — Ela é linda e eu não me canso de observar cada curva daquele corpo. — Suspirou.

A mulher estava pronta para proferir alguma coisa, quando a porta fora aberta por Krystian.

— Você é maluco! — Apontou o dedo na face do rapaz. — Eu achei que não teria coragem de matar alguém.

— Eu agi por impulso. — Jacob revirou os olhos. — Parem de brigar comigo. Meu rosto inteiro está doendo.

— Deveria estar muito mais. Sina está em cirurgia agora e não sabemos o estado em que ela se encontra. — O rapaz de traços delicados esbravejou.

— E daí? Espero que ela morra e assim eu terei o caminho livre para conquistar a Yoon. — Repousou a cabeça no travesseiro.

— Você acha mesmo que se Sina morrer você vai conseguir conquistar Heyoon? — Riu em desdém. — Ainda há cinco pessoas lá fora que impedirão que você se aproxime dela. Seis se contar comigo.

— Do que está falando? — Mary questionou. — Vai ficar do lado da irmãzinha e da sua cunhada anormal?

— Por Deus! Ela é sua filha! Você deveria estar ao menos sentindo alguma coisa porque Sina saiu de você. Jacob é apenas adotado. Eu achei que seria certo fazer isso, mas eu não consigo. — Maneou a cabeça em negação. — Eu quero casar, ter filhos e quero que eles se orgulhem de mim. Quero ser um ótimo pai e marido. Quero viver sem ter algum peso na consciência por ter feito mal para alguém que não merecia isso.

O quarto ficou em completo silêncio e segundos depois apenas o estalo de peles se chocando ecoou pelo local. O rosto extremamente delicado e branco de Krystian possuía a lateral esquerda avermelhada e era possível ver os cinco dedos de Mary em sua bochecha.

— Você é um fraco. — A mulher apontou o dedo na face do rapaz. — Um fraco insignificante e se não está do nosso lado, então está no nosso caminho, e eu não gostaria de estar no seu lugar agora. — O maxilar trincado e os olhos negros gélidos quase fizeram Krystian recuar. Quase.

— Pois então passem por cima. — Rugiu com a mão sobre o rosto. — Vocês irão se afundar sozinhos. Eu ainda tenho esperança que pai e papai parem com essa maluquice.

— Fernando e Minjun estão até o pescoço conosco nessa, e se eu cair... — Sorriu friamente. — Eles cairão juntos. Agora saia daqui! — Apontou para a porta.

「 O preço da volta 」- Siyoon e Joalina Onde histórias criam vida. Descubra agora