Capítulo 37

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Heyoon se vestia automaticamente. Sua cabeça não estava naquele quarto, tampouco naquela mansão. A coreana apenas pensava na namorada e vários e se passavam-se pela sua mente.

E se machucassem Sina ainda mais?

E se Sina tentasse algo e eles fizessem alguma coisa de grave com ela?

E a pior hipótese.

E se Sina fosse morta?

A coreana balançou a cabeça espantando as circunstâncias ruins e concentrou-se apenas em calçar o par de tênis antes que Jisoo finalizasse seu banho e entrasse em seu quarto.

Vestiu a jaqueta sobre a blusa de algodão branca e saiu do closet, quase esbarrando com a figura de braços cruzados e o semblante sério.

— Sabina? — Indagou surpresa. — O que está fazendo aqui?

— Você acha que me engana, Jeong? — Arqueou as sobrancelhas. — Ontem todos passaram horas tentando convencer você de que deveria ir com a polícia disfarçada e quando você concordou sem muito protestar alguma coisa estava errada.

— Eu não posso ir com a polícia, Sabina. — Respondeu. — É a vida da Sina que está em risco. Você não entende a dimensão disso tudo? Eu estou assustada e quero fazer o que foi ordenado naquela carta.

— Eu entendo a dimensão disso, Heyoon, e estou pensando com sensatez, assim como todos aqui, exceto você. — Retorquiu, descruzando os braços. — Eu estou assustada também e não paro de pensar na Sina, mas se você for, os riscos dobrarão. Eles não vão deixar que vocês saiam.

— Eles querem a mim, Sabina. Eu não sei o que vai acontecer. Eu não sei se vou morrer ou continuar viva. Eu só sei que quero acabar com tudo isso. Quero ter a Sina comigo. — A voz saiu quebrada. — E finalmente quero ter paz. — Engoliu o choro que ameaçava escapar.

A latina suavizou a expressão e aproximou-se, abraçando a menor fortemente. Heyoon deixou um soluço escapar e apertou-se contra a amiga.

— Vai ficar tudo bem, Yoon. — Sabina murmurou. — A Sina vai ficar bem. Todos iremos ficar bem. — Beijou o topo da sua cabeça.

— Eu quero muito acreditar nisso. — Respondeu em um tom de voz baixo, separando-se do abraço e enxugando as lágrimas que desceram com as costas das mãos. — Vai me deixar ir ou vai me impedir?

— Eu não conseguiria impedir você. — Suspirou. — E mesmo se eu o fizesse, ao meio-dia você deveria estar lá, caso contrário a Sina não ficará bem. — Migrou seus olhos até encontrar o relógio sobre a mesa de cabeceira. — Você tem vinte minutos.

— Eu preciso ir logo! — O tom de voz saiu apressado, mas antes de se mover, a latina segurou-lhe pelo braço.

— Antes arrume esse cabelo. — Soltou um riso nasal.

— Eu não estou indo passear, Sabina. Isso é sério. — Ralhou.

A latina revirou os olhos e caminhou até o closet, voltando segundos depois com a escova de cabelos em mãos.

— Eu sei que isso é sério, mas você está parecendo uma louca descabelada. — Parou atrás da amiga, penteando os cabelos castanhos calmamente.

Heyoon apenas bufou impaciente enquanto batia o pé no chão de madeira.

A latina logo terminou o que fazia e retirou o prendedor do seu próprio cabelo, pondo-o no de Heyoon e formando um rabo de cavalo.

— Assim está melhor. — Deu a volta até encarar o rosto da coreana.

「 O preço da volta 」- Siyoon e Joalina Onde histórias criam vida. Descubra agora