「 O preço da volta 」- Siyoon e Joalina

Capítulo 24

O rapaz assinou a papelada em uma velocidade notável. Estava louco para sair daquele lugar. Roupas casuais estavam postas sobre a cama para serem vestidas pelo mesmo.

A enfermeira segurou os papéis assim que Jacob os assinou e retirou-se da sala com um sorriso simpático.

— Vou aguardar na recepção enquanto se veste. Não demore. — Mary disse.

Jacob apenas assentiu, observando a mulher se retirar da sala com a bolsa de sobre o ombro.

As mãos grandes passaram delicadamente na face coberta por curativos. Tudo latejava e ganhava uma coloração mais arroxeada à medida que o tempo passava. Os efeitos dos medicamentos estavam passando. O rapaz virou-se para pegar os objetos e adentrou o banheiro, logo retirando a roupa hospitalar e vestindo as casuais. O jeans, camiseta e tênis eram um diferencial aos ternos sempre usados e os davam um ar mais novo.

Saiu do banheiro e seu corpo entrou em alerta ao observar as duas pessoas na sua frente.

A latina estava perfeitamente acomodada na poltrona ao lado da cama. As pernas cruzadas subiam o vestido preto colado e deixavam à mostra parte das coxas. Os dedos entrelaçados sobre o colo. Sabina sorria de maneira desdenhosa.

Noah se encontrava em pé em frente à porta. O blazer de seu terno estava jogado sobre a cama pouco tempo antes ocupada por Jacob. A gravata estava frouxa e os primeiros botões da camisa branca abertos. As mangas dobradas até os cotovelos e um sorriso semelhante ao da amiga banhava em seu rosto.

— Olá, Jacob. — A latina saudou.

O rapaz engoliu o nó na garganta e assumiu uma postura tensa.

— O que vocês estão fazendo aqui? — Indagou raivoso.

— Viemos apenas acertar algumas coisinhas. — Noah se manifestou, estalando os dedos da mão ainda sorrindo.

Jacob observou o barulho dos ossos sendo estalados e tentou não sentir medo. Seu corpo gritava para que ele saísse dali.

— É melhor vocês saírem antes que eu chame a segurança. — Proferiu, mantendo a voz firme.

— Você pode até tentar sair daqui, mas acho difícil conseguir. — Sabina respondeu, levantando-se e erguendo a mão, mostrando o aparelho celular de Jacob. — Não há para quem ligar, cara de feto. — Jogou o objeto no chão, pisando em cima com o salto fino de seus sapatos e abrindo quebrando a tela.

— Eu não vou ficar aqui com vocês! — Rosnou.

— E o que vai fazer? — Noah indagou. — Gritar por socorro?

Jacob até poderia gritar, mas seu ego também se manifestava dentro de si. O maior trincou o maxilar e partiu para cima de Noah. Seu punho fechou-se, mas antes de chocar-se contra a face do rapaz moreno, o mesmo esquivou-se e acertou-lhe um soco na boca do estômago, fazendo Jacob curvar-se pela falta de ar e ser empurrado em direção ao chão.

— Sabe, Jacob, quando eu tinha onze anos, um garoto muito parecido com você entrou no orfanato. — A latina começou, enquanto o rapaz mantinha-se no chão, tentando recuperar o ar. — Ele era assim, babaca e covarde. Sempre destruía os brinquedos das outras crianças. Batia nos mais fracos e não era amigo de ninguém. Quando eu tentei fazer alguma coisa juntamente com Noah, a Sina disse que violência não ajuda em nada e que apenas gerava mais violência. — Caminhou até estar na frente do maior. — Esse mesmo garotinho fez questão de acertá-la propositalmente com uma bola onde saberia que ia doer. Ele machucou uma garota de onze anos que nunca fez mal a ninguém. — Abaixou-se, encarando os olhos de Jacob. — Archie e eu entramos em seu quarto durante a noite, amarramos a boca dele e o arrastamos até o jardim pelos cabelos. E sabe o que nós fizemos? — Segurou fortemente os cabelos de Jacob, fazendo-o gemer de dor e negar com a cabeça. — Nós o amarramos em uma árvore e chamamos todos os garotos em quem ele bateu para revidarem tudo. Ele desmaiou com a surra que levou. — Sorriu maldosamente. — E então você tenta agarrar a Heyoon e depois matar a Sina e espera que saia impune disso? — Riu, balançando a cabeça em negação. — Um erro enorme, Jacobzinho. — Soltou os fios escuros e curtos do rapaz, levantando-se e acertando-lhe um chute na face.