Capítulo Vinte e Dois

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Estava no templo, mas ele não estava em ruínas. Estava completo, as vidraças eram coloridas, tinha detalhes em dourado por todas as pilastras e paredes.

Usava uma roupa completamente branca, estava em paz, nunca senti tanta paz na minha vida.

Mas eu estava morta.

Me levantei da mesa e Aleksandra estava apoiada em uma das pilastras, não usava joias ou vestido, se vestia como uma garota normal, de calças, botas e casaco.

- Venha, Sophia. Quero te contar uma história.

Tentei falar mas minha voz não saiu som, sai do altar e segui Aleksandra para fora do templo. As portas eram de madeira e as escadas eram de pedras, mais ao longe havia uma vila.

Andamos até a vila, crianças corriam alegres, o céu era claro e o sol brilhante.

- Sophia, essa é a vila onde eu cresci, aquela floresta era onde eu caçava para alimentar meu povo.- apontou para uma floresta afastada.- E ali, foi onde eu fui morta.- apontou para uma praça perto do templo.

- Então o templo era seu?- minha voz saiu.

- Meu e de outros Santos, quando morri aquele templo ganhou meu nome, os homens passaram a respeitar mais as mulheres e elas rezavam agradecendo a mim. Foi assim que eu virei a Santa da justiça e proteção.

- Você planejou isso tudo não é?

- Não, eu sabia o que iria acontecer, mas eu não sabia que a minha reencarnação ia ser morta.

- Sou a reencarnação de Aleksandra e morri no templo dela, onde um dia foi sua vila onde você morreu.- a Santa riu fraco.

- O destino é igual a morte, uma força que não podemos controlar, ele forma um fio dourado da vida e liga ele a outros fios.

- Eu morri...mas alguém poderia ter morrido no meu lugar.- digo com algumas lágrimas nos olhos.

- Pode ter raiva de mim sophia, mas está feito. Você quebrou a maldição, os piratas estão livres.- paramos de andar e a Santa me olhou colocando a mão no meu ombro.- Eu sei que você amava os seus pais, amigos e Henry Crosswell.- olhei para ela.- Isso foram suas emoções, eu nunca mexi nelas.

- Vou sentir falta deles.- digo.

- Irei fazer uma proposta.

- Não quero nada seu.

- Escute, criança.- a vila ao nosso redor mudou para uma rua da minha cidade natal.- Você pode morrer em paz agora se juntando a mim, conhecerá os outros Santos e verá sua avó, ou pode voltar a terra, ainda será minha reencarnação, mas não terá todo o meu poder.

Olhei para o lado e vi alguns Santos, minha avó entre eles, abaixei a cabeça em respeito. Sorri vendo a velha, a pele branca e com rugas, o cabelo preso branco e um vestido da mesma cor.

- Eu te amo minha neta! Agora vá voltar para aquele pirata, case com ele logo!- ela gritou fazendo todos rirem, era surreal ver todos os Santos ou a maioria deles tão de perto.

- Estou te dando uma segunda chance, uma chance de ser feliz. E então?- olhei para ela pensando na resposta, a mulher assentiu e me abraçou, tudo se tornou uma luz branca.

A Maldição dos SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora