Capítulo Vinte e Quatro

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- Como é...a morte?

- Eu não lembro direito o que aconteceu, apenas da conversa da proposta com Aleksandra.- Digo olhando para meu copo vazio.

Estava ao lado de Henry, ambos com os braços apoiados no corrimão de madeira do convés superior na parte da frente do navio, no convés embaixo os piratas faziam uma festa dançando, rindo, bebendo e comemorando o fim da maldição.

A rota do navio era para a primeira cidade que aparecesse, o primeiro pedaço de terra há vista.

Tomei um banho e vesti uma blusa e uma saia, não tinha nenhuma cicatriz no peito, apenas as cicatrizes nas costas que o demônio fez.

- E os seus poderes?- Mostrei a mão e um leve raio de luz saiu dela.

- Não consigo fazer bolas ou faixas, mas ainda posso servir de lampião e posso cegar alguém, temporariamente.- rimos.

Henry colocou a mão na minha cintura e eu me aproximei. Olhei para baixo vendo todos se divertindo, até Abigail dançava com um pirata.

- Sophia...

- Henry Crosswell se você pedir desculpas mais uma vez, eu te arremesso no mar.- ele riu.

- Está roubando minhas ameaças.- ele beijou perto da minha orelha.

- Eu já te desculpei, você não teve culpa, não sei porque continua se culpando. Estava escrito no nosso destino que aquilo tinha que acontecer e aconteceu, mas agora estamos aqui. Olha a sua tripulação como estão felizes, você irá pisar em uma cidade em alguns dias.

- Apenas me de algum tempo, eu...me apeguei muito a você, santa. Não foi fácil ver você morrer nos meus braços.

- Você ainda vai me chamar de santa?

- Posso procurar outro apelido depois.- ri fraco, uma mulher se aproximou e encheu nossos copos com rum. O olhar da mulher foi para a mão de Henry na minha cintura, estalei os dedos e ela correu para as escadas.- Assim você vai assustar todo mundo.

- Então pode procurar outra para aquecer sua cama.- andei dois passos e Henry me puxou de novo enquanto ria. Bebi rum do meu copo, Henry beijou meu rosto mas eu tentava desviar.

- Ciumenta, ia sentir falta disso.- revirei os olhos.- Mas eu também estou seriamente pensando em arrancar os olhos dos homens que estão tentando ver o que tem embaixo da sua saia.

Olhei para baixo e tinha três pirata, claramente bebados olhando para cima na minha direção. Joguei o resto de rum neles e eles xingaram.

- Canalhas.- saímos de perto do corrimão.

Coloquei um braço no ombro de Henry, ele me abraçava pela cintura.

- Você quer saber um sonho que eu tinha, antes de tudo acontecer?

- Qual?

- Eu queria um navio, para viver altas aventuras pelo mundo todo, igual nos livros.

- Por isso que você estava no timão naquela vez meses atrás.

- Era.

- Bom, Aleksandra te fez uma proposta e e eu vou fazer outra.

- Hoje é o dia das propostas.- Henry riu.

- Eu posso te deixar na sua cidade e você terá sua vida normal ou você pode viver no meu navio pelo tempo que quiser e viver aventuras comigo e minha tripulação.

- Tem que ser com você?- Henry se aproximou e mordeu de leve meu ouvido, eu ri fraco.- Eu aceito, mas eu quero passar na minha cidade, para ver como meus pais estão.- Henry assentiu.

- Eu posso te ensinar o que quiser sobre o navio, além das coisas que aprendeu nesses meses.

- Eu adoraria.

- Pronta para viver aventuras, santa?

- Pronta, capitão.- sorrimos e ele me beijou, o toque da sua língua fez meu coração bater mais forte no meu peito, mostrando que realmente estava viva.

Segurei a nuca de Henry e enfiei meus dedos no seu cabelo.

Poderia ficar o beijando a noite toda mas um grito nos interrompeu, separei o beijo e olhei para a escada onde Kailani subia eufórica.

- Sophia! Jack me beijou! Eu tive meu primeiro beijo com um humano!- eu e Henry acabamos rindo.

- Pelos Santos.- digo rindo enquanto tentava acalmar a sereia.

- Eu sei que as mulheres podem ficar loucas por mim  mas meus Santos foi só um beijo, um selinho.- Jack disse se aproximando.

- Não exagere, pegador.- Henry disse para Jack.

- Quer saber, vamos descer, dançar e comemorar.- digo. Jack levou Kailani, Henry passou o braço nos meus ombros e beijou o topo da minha cabeça, descemos as escadas nos juntando a tripulação.

A Maldição dos SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora