Capítulo 41

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Boa leitura pessoal.
Votem e comentem muito 😘😍.

Ludmilla Oliveira.

Peço para uma enfermeira chamar o médico, estou no quarto e Brunna
ainda dorme de forma tão serena, nem parece que acontece algo com ela hoje.

Dou um beijo em sua boca e sussurro que estou com saudades.

Ela se mexe,balbucia algo e volta a dormir.

O médico entra perguntando se eu queria falar com ele.

Se você tiver um tempo gostaria sim. Respondo. — Mas não aqui,acha que ela vai acordar agora?Pergunto.

Agora não, quem sabe lá pela madrugada.Vamos até a minha sala.

Ele diz, acompanho-o até chegar à sua sala, me indica uma cadeira e me sento de frente para ele.

Essa paciente Silvana Oliveira existe mesmo? — Pergunto com um nó em torno da minha garganta.

Pois desde que cheguei aqui Brunna não para de falar dela.

Silvana Oliveira — Ele diz e vejo em seus olhos um brilho diferente. Me lembro como se fosse hoje...

Estava saindo do meu plantão
quando fui chamado pela emergência da clínica e disseram que uma mulher por volta dos trinta anos tinha dado entrada com traumatismo craniano e com perda de massa encefálica e que ela tinha sido atropelada em um local não muito longe daqui.

Ela estava acompanhada de uma mulher, seu nome é Regina e foi ela
quem pagou todo tratamento, pois Silvana não tem nenhum parente a não ser Ludmilla, a filha que ela deixou.

A mulher disse que tinha acabado de conhecer Silvana no momento que saia de um restaurante, pois a encontrou desesperada pedindo-lhe ajuda e dizendo que tinha acabado de deixar sua única filha em um orfanato porque não tinha condições de criá-la no momento. — Ele diz notando meu desconforto.

Tento puxar o ar com toda força do meu pulmão e fazer a respiração lenta que minha psicóloga me ensinou, senão entrarei em pânico, meus olhos começam a arder, quero gritar, pois tudo que a Brunna tentou me dizer pode ser verdade, ou seria muita coincidência outra menina chamada Ludmilla e outra mulher chamada Silvana, penso.

Depois que ela se recuperou perguntou pela sua filha? — Digo tão
baixo e com medo da resposta que ele dará.

Ludmilla, ela passou sete anos em coma, já estávamos quase desistindo
de mantê-la viva e no outro dia ela acordou, mas não se lembrava de nada claro,ficou sete anos dormindo.

Ele diz gesticulando com as mãos.  Teve problemas na fala, na coordenação motora, não andava, não demorou muito para os tratamentos adequados serem feitos logo.

Mas foi difícil, pois no começo ela
não aceitava, chorava muito, tinha lapsos de memórias e gritava muito dizendo que queria sua bebê.

Meu Deus, será que errei muito não procurando por ela? Poderia ter
imaginado que ela precisaria de mim, porque fui tão omissa, eu não mereço
encontrá-la.

Então foi quando Regina me explicou tudo, que ela tinha deixado a filha
no orfanato para procurar um trabalho e depois retornaria para buscá-la.

E no mesmo dia as duas seguiram para esse orfanato para buscar a filha.

Regina disse que daria um emprego e que ela poderia levar a filha, só que o destino foi cruel e aconteceu um acidente e ficou difícil para Regina ir atrás da criança, pois não saberia em qual orfanato ela estava, sabem quantos orfanatos existiam naquela época?

Vários! E ela ficou cuidando de Silvana, deu toda assistência,nunca a deixou sozinha e depois que ela recuperou a memória, pelo menos
alguma parte, ela a leva para sua casa para passar o final de semana.

Da criança logo no começo ela lembrou, ela entrou em desespero, queria a  sua bebê, a sua Ludmilla,
tínhamos que colocá-la para dormir, pois até se matar ela tentou quando
falamos que não sabíamos da criança.

Mas era assim sua memória, uma hora ela sabia que tinha uma filha e no outro dia já não lembrava mais.

Entende? — Ele diz olhando para mim e vejo tristeza em seus olhos quando conta o que se passou com ela.

Depois de tantos acompanhamentos com psicólogos e
psiquiatras ela está muito melhor, no começo ela sofria demais chamando pela filha,era de partir o coração, ela dizia que iria buscá-la onde a deixou, pois sua bebê esperaria por ela.

Abaixo a cabeça puxando os cabelos tentando ao máximo não surtar como aconteceu com a Brunna.

Mas Ludmilla o mais incrível foi quando colocamos uma TV em seu
quarto e ela viu uma de suas lutas, ficou encantada com você, deve ser pelo fato de você ter o mesmo nome que a filha dela, não sabemos, mas só sei que ela melhorou muito.

É sua fã e assiste sempre que tem uma luta sua na TV. — Ele diz sorrindo.

Ou deve ser pelo fato de que sou sua bebê,a sua Ludmilla.A filha que
ela deixou naquele orfanato.

Eu fui deixada lá por minha mãe, tinha apenas sete anos na época, mas lembro muito bem de como ela era.

Seu nome também é Silvana Oliveira
me chamo Ludmilla Oliveira da Silva, uso mais o Oliveira,pois o outro sobrenome é daquele monstro.

Já estou chorando e me controlando para não enfartar. Coitada da Brunna por isso entrou em choque e eu fui tão rude com ela.

Eu termino de dizer e Mário se levanta.

Não pode ser, Deus! Você estava tão perto esse tempo todo! Comobnão percebemos a semelhança?

Agora olhando para você noto que os olhos são parecidos, o sorriso, os cabelos são da mesma cor.

E ela te amou desde o momento que pôs os olhos em você, ela dizia que a filha dela falava: "mãe quando crescer vou ser uma lutadora famosa e comprar uma casa imensa".

Ela dizia quando se lembrava de algo do passado.

Meu Deus, ela se lembrava de mim e eu achando que ela tinha me
abandonado.

Digo já fora de controle. — Eu preciso vê-la, não viverei em paz sabendo que minha mãe estava impossibilitada e por isso não me procurou e eu
deixei a mágoa tomar conta de mim.

Poderia ter contratado um detetive ou eu mesma poderia ter procurado por ela, já que sou famosa, poderia ter falado dela na televisão e teria obtido uma resposta positiva.

Sinto-me tão arrependida. Meu
Deus! — Caio de joelhos no chão. Eu poderia ter procurado... Eu poderia.
Digo chorando.

Não se culpe Ludmilla, como você imaginaria uma coisa dessas? Ele
diz me levantando do chão e me dando um abraço.

No começo fico tensa, mas depois me entrego e choro como se fosse uma criança...

The solitude of a fighter( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora