Capítulo 36

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Boa leitura maravilhosas.
Votem e comentem muito 😘😍.

Ludmilla Oliveira

Entramos em casa e eu pego Brunna no colo e a levo para o quarto, deixo-
a em cima da cama e ela me olha, sei que quer tocar no assunto, sento de frente para ela e começo a acariciar seu rosto pensando como começar essa conversa.

Que venho tentando esquecer, mas serei a papá, tenho uma família agora e preciso deixar o medo no passado.

Quer colocar uma camiseta meu amor? Eu também vou tomar um
banho e trocar de roupa.

Quer vir também? Eu sei que você quer conversar Brunna, eu lhe contarei tudo o que você me perguntar, mas vamos tomar um banho para relaxar antes?

Está bem. — Ela diz se levantando e me abraça, eu a pego no colo
novamente.

Ela solta um gritinho.
Ficamos nos beijando e nos acariciando debaixo do chuveiro, acaricio sua barriga e converso com meu filho.

A Papa promete que a partir de hoje
será uma mulher melhor por você meu amor. — Digo.

Eu amo você e estarei aqui para tudo.  Eu digo.

Não vou a lugar algum, mesmo se fosse, eu não sobreviveria nem um
dia, pois sem você nada faz sentindo em minha vida. — Ela diz me abraçando.

Eu sei, eu também te amo muito. E não tenha dúvidas do que faria
para defender você e meu filho.

Hoje eu tenho uma família graças a você que não desistiu de mim.

Eu sei que nunca me abandonaria, mas tenho medo de um
dia acordar e não encontrá-la aqui comigo, você não sabe a sensação de
abandono que eu carrego, por mais que eu seja uma lutadora, uma mulher com 1,94 de altura de vinte e cinco anos, eu tenho medo.

Só tive o Marcos como companhia
esses anos todos, desde que... Não consigo amor, não consigo. — Ela me abraça e eu deito minha cabeça em seu ombro e choro, a água do chuveiro nos aquece,mas eu sinto frio.

Ficamos em silêncio só ouvindo o choro uma da outra.

Ela era boa comigo, amável. Começo dizendo.

Era tudo que eu tinha. Meu pai se é que se pode chamar um ser como aquele de pai, era omisso,
negligente e espancava minha mãe além de nos deixar passando fome por dias.

Ela pedia comida aos vizinhos para me alimentar, eu devia ter uns seis anos nessa época, mas me lembro muito bem.

Eu comia a metade e logo dizia que já
estava cheia, mas não estava,entende? Eu sentia fome, mas fazia isso para ela poder se alimentar também, pois estava magra demais.

A minha mãe era linda,tinha o sorriso mais lindo que já vi.

E era tão carinhosa, me chamava de minha bebê, minha Lud. — Soluço e ela me abraça dizendo que me ama.

A casa que morávamos era pequena e não tinha quase móveis, pois meu pai vendia todos para sustentar seus vícios.

Eu ouvia as brigas e ouvia os murros que ele dava em minha mãe, os choros dela baixinho para eu não poder ouvir.

Quando ele saia para a rua eu corria para o quarto e cuidava dos seus ferimentos.

Eu dizia sempre que nunca a deixaria e quando crescesse seria uma lutadora famosa e a protegeria.

Ainda continuamos no chão do banheiro.

Naquele dia em que ela foi brutalmente agredida, eu estava em seu colo e ela me segurando como se eu fosse um bebê.

The solitude of a fighter( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora