Capítulo 22

929 89 10
                                    

Boa leitura bondes .
Qualquer erro me avisem por favor.

Ludmilla Oliveira

Assim que me despeço da Brunna sigo para casa com o pensamento no dia
de amanhã, estou me sentindo uma adolescente virgem.

Balanço a cabeça, não quero nutrir nenhum sentimento por ela.

Eu sei que ela é linda, divertida e tem
uma família que eu sempre quis ter.

Uma mãe e um irmão que me deixa cada vez mais encantada.

Mas eu quero protegê-la do seu padrasto, não tem como não lembrar-me do meu passado, quando fui enganada por aquele mostro que usou de minha fraqueza para poder abusar de mim.

Eu jamais me esqueceria daqueles olhos, de vez em quando tenho pesadelos com o desgraçado me tocando.

Tomara que esteja morto, porque se estiver vivo e eu encontrá-lo o matarei com minhas próprias mãos, tamanha é a minha fúria.

Não me lembro do seu nome, mas
daquele olhar sombrio jamais esqueço.

Chego em casa e percebo que está tudo silencioso.

Até que seria bom se essa casa fosse mais cheia de pessoas.

Será que eu gostaria se tivesse algumas crianças loirinhas correndo por aqui?

Ludmilla, Ludmilla, não te reconheço mais.

Cadê aquela mulher fria?

Aquela lutadora sem emoções? Só a quero por uma noite, nada mais.

Quero sentir seu corpo no meu, ouvir seus gemidos e depois disso a deixarei em paz.

Tomo banho, como algo e em seguida vou deitar.

Meus pensamentos ainda estão nela.

Pego meu celular e vou até a galeria das fotos e fico olhando a
foto que tiramos agora a pouco, sorrio, pois ela é tão inocente, seus olhos são tão verdadeiros e me transmitem paz.

Brunna, o que você está fazendo comigo?

Fiquei um tempo vislumbrando aquela foto e nem me lembro de ter adormecido.

***

No dia seguinte acordei super disposta e fui correr no calçadão, depois fui fazer um treino com o Bibiu.

A Brad vai lutar hoje, deram mais uma chance a ela. Bibiu diz
enquanto desfiro socos no saco.

Não me importa o que acontece com a Brad cara. — Digo sem parar de esmurrar o saco.

Ainda com essa marra toda Ludmilla? — Ele diz sorrindo.

— Olha Bibiu eu e a Brad não nascemos para sermos amigas, não mesmo.

Esquece o passado Rainha. — Ele diz.
Não vamos falar do meu passado, não hoje, quando o que mais quero
é estar bem disposta. Falo dando um sorriso de lado.

Tem mulher na jogada não é mesmo Rainha? Ele diz sorrindo.

Ele me conhece muito bem. Mas mal sabe ele que essa mulher está sendo
a minha perdição.

Não te interessa cara, da minha vida sexual cuido eu. Digo sorrindo.

Despeço-me e saio após o treino. Já é quase meio dia, vou almoçar com
Marcos e depois buscar a Brunna.

Meu coração traidor acelera só de pensar que daqui a uma hora estarei com ela.

Entro no restaurante, Marcos acena para mim e caminho em sua direção,
estou de óculos estilo aviador, de jaqueta preta e calça jeans.

A mulherada só falta dar pirueta para eu olhar para elas.

Apenas sorrio e aceno, nunca gostei de chamar tanta atenção assim, sempre fui reservada, tanto é que a única foto que a impressa tem de mim com mulheres é aquela do dia da luta com a Brunna.

Está sumido hein Marcos. — Digo brigando mesmo com ele.

Olha quem fala. Estou trabalhando muito, minha patroa é uma carrasca.

Ele diz rindo.

Trabalhando? Sei... Espero que me conte com quem está saindo, pois
tenho que aprovar primeiro.

Digo para ele escolhendo minha refeição.

Você não é minha mãe Ludmilla. E pelo que eu saiba nem tem idade para
isso.

Ele diz com mau humor.

Mas sou sua irmã mais velha e tenho todo direito de querer seu bem.

Digo séria.

Irmã mais velha? Mas você é só um mês mais velha que eu.

E sem contar que era eu quem sempre te protegia, eu que batia nos garotos do orfanato quando eles queriam te bater, eu é que deveria ser lutador.

Ele diz sarcástico.

Ainda dá tempo de tentar ser lutador. Digo depois de fazer meu pedido ao garçom.

Olho no relógio e vejo que tenho menos de uma hora para almoçar.

Esse meu movimento chamou a atenção dele, fiquei à espera das gracinhas que ele iria dizer.

Está preocupada com a hora por que maninha? Ele quis saber.

Marcos, o que está acontecendo com você? Por que a cada palavra que
você me diz a metade vem com sarcasmo?

Digo levando a comida à boca.

Fico encarando-o. Não estou te reconhecendo. Vamos, me fale o que houve?

Só não quero que você a magoe, pois eu seria capaz de te socar inteira
se a fizer chorar. Ele diz sério.

Que papo é esse agora? Você nunca se preocupou com nenhuma mulher que peguei ou deixei de pegar, se as fiz sofrer ou não.

Realmente não estou te entendendo Marcos.

Ela é adulta e quer tanto quanto eu.

Só não quero prolongar o inevitável, eu a terei de qualquer jeito.

E ela sabe que depois disso
não virarei namorada ou coisa assim.

Qual é o seu problema?Digo com a voz furiosa, pois ele nunca foi de se meter nos meus casos.

A Brunnaé diferente Ludmilla, será que você não percebe isso?

E eu sei que ela gosta de você e é uma mulher muito inocente.

Você acha que ela tem alguma
experiência com mulheres,ainda mas com um pênis? Ele diz furioso.

Marcos, você acha que eu serei  tão idiota assim com ela? Acha que
depois que transar vou fingir que não a conheço?

Também não sou nenhuma monstra assim.

Fico encarando-o esperando uma resposta.

Eu sei que você não é tão canalha assim Ludmilla, Mas é do tipo que
deixa bem claro para as mulheres que fica, que não quer nada além de sexo.

Só que a Brunna não vai saber lidar com isso, eu já a vi sofrendo e chorando por sua mãe, ela é frágil.

Imagina se ela sofrer por sua causa? Por Deus Ludmilla, ela já sofreu tanto por um ex-padrasto que na frente da mãe a tratava como filha e por trás queria devorá-la.

Ela precisa de alguém que a ajude e a proteja desse canalha que está à solta sabe se Deus onde.

Ele termina me olhando.

Terminamos nosso almoço num silencio absoluto, quando acabamos
Marcos pede a conta ao garçom e saímos do restaurante sem trocarmos uma palavra .

The solitude of a fighter( Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora