My sister?

💔Capitulo 35💔 -Você acabou comigo

ISABELLA

Por que isso tá acontecendo? Não é possível, eu devo ter sido uma pessoa horrível na minha vida passada. No mínimo fui uma serial killer, de repente matei crianças, ou parti corações. Depois de dez minutos andando pela mata, não sei mais o que tá acontecendo. Lucas esmagou o meu coração. Antes de eu sair, ele me disse coisas horríveis. Antes de eu sair, achei os comprimidos do Dean. Estão no meu bolso. Começa a chover. Tá de noite e tá tudo escuro. Não consigo enxergar quase nada na mata. Meu celular eu não faço ideia de onde esteja, talvez no meu quarto, ou no dele. Não pensei muito, quando sai do quarto dele sabia que não aguentaria ficar dentro de casa, estava me sentindo sufocada, parecia que não tinha mais oxigênio na casa. Eu simplesmente sai correndo, não sei mais por quanto tempo estou aqui, sozinha. Sentei me apoiando em uma árvore, a chuva caindo em cima de mim, as lágrimas caindo dos meus olhos. As palavras dele, parece que ainda consigo ouvi-lo.

-Estava entediado e achei que seria divertido.

Foi divertido, mas agora doi. Doi muito. Quanto mais tempo passo aqui sentada chorando, mais a chuva aumenta. Parece que minhas lágrimas e a chuva estão em sincronia. Não sei se alguém tá me procurando. Lucas disse que ia embora, não sei se ele já foi. Meus pais não voltariam hoje, não sabem o que está acontecendo. Agradeço por isso. Não saberia nem por onde começar a explicar.
É estranho como sua vida muda tanto de um dia pro outro. Em um dia você é a filhinha boazinha. No outro é uma menina que foi drogada em uma festa e acabou na cama com o meio-irmão. A menina que se apaixonou perdidamente e que agora está aqui com o em pedaços. A menina que sempre precisou dos cuidados do irmão. Talvez eu sempre tenha amado ele assim, não me lembro quando começou. Mesmo só tendo vontade de chorar e gritar, me obrigo a levantar. Me obrigo a andar até em casa. Me obrigo a encara-lo.

Andei por tanto tempo que pensei que estava perdida. Quando cheguei em casa, ele não estava. Ele já tinha ido. Dean e Bia estavam sentados no sofá preocupados. Minutos depois de eu entrar, Bernardo entrou também.

Bernardo: como você sai assim sem avisar ninguém, Isabella?

Não consigo responder, ele parece preocupado, com raiva. Mas quando eu olho pra ele, e ele vê o meu estado. A raiva desaparece e ele solta um suspiro, vem na minha direção e me abraça. Me permito chorar novamente. Sem eu ter que pedir, como se ele soubesse o que estou pensando. Ele me leva até meu quarto, me ajuda a tomar banho. Uma coisa que sempre foi função do Lucas. Sempre que eu estava bêbada, ou qualquer coisa do tipo, era sempre ele que me dava banho, que me abraçava de noite, que me dizia que ia ficar tudo bem. Que ficava horas acordado comigo quando eu tinha pesadelos, que largava tudo pra ficar comigo. Mas agora não é mais.

Bernardo me ajuda em tudo, como ele fazia. Me coloca na cama, como ele fazia. Deita comigo. Exatamente como ele fazia. É impressionante.
Ele só não consegue me acalmar como Lucas fazia. Não consegue me ajudar a dormir. Não consegue fazer a dor passar. Mas nem todo mundo consegue, não é?
Mas ele não parece se importar. Passo a noite toda chorando no peito dele, e ele fica ali. Não se mexe, não pede para eu sair. Ele simplesmente fica ali, alisando meu cabelo, me abraçando, dizendo que vai ficar tudo bem. Quero gritar que não vai ficar nada bem, mas não faço. Só fico ali, deixando as lágrimas caírem e me sentindo acabada.

Infelizmente preciso dele. Preciso dele como se ele fosse meu oxigênio. Como se sem ele eu não conseguisse respirar.

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