Chocada

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Feliz sábado e bom final de semana !

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Alex 

— Um comitê de iniciativas femininas? Sério?

Suspirei enquanto minha irmã Eliza entrava no meu escritório. — Nós já tivemos essa discussão depois que a reunião acabou, lembra?

— Eu não terminei de discutir isso.

— Claro que não terminou, — eu murmurei baixinho. 

— Por que o comitê? Há uma razão?

Eu mexi nos papéis na minha mesa. — É uma iniciativa em que estou pensando há muito tempo. Eu achei que tinha mencionado isso a você.

Eliza estreitou os olhos. — Quanto tempo? 

— Quanto tempo o quê?

— Há quanto tempo você vem pensando sobre essa iniciativa?
 
— Há muito tempo. — Empilhei os papéis que reuni em uma pilha no meio da minha mesa e os endireitei. Minha irmã ficou quieta. Ela estava esperando que eu olhasse para ela. Eu respirei fundo e levantei meus olhos para encontrar os dela.

Ela estudou meu rosto antes de falar novamente. — Por que eu não acredito em você?

Revirei os olhos. — Porque você é uma narcisista que me odeia. — brinquei.

— Verdade. Mas não é isso.

Eu conhecia todos os tons da minha irmã. Havia a chateado, quando ela achava que eu estava sendo uma idiota e estava começando a perder a paciência, e havia o quente e gentil que ela usava quando discutia temas como nossos pais. O mais comum era que eu recebesse o tom sarcástico, que geralmente eu merecia. Mas esse tom agora? Esse era o seu tom de cão de caça, aquele em que ela afundava os dentes em cada palavra que eu dizia para procurar um significado subjacente. Ela sabia que eu estava mentindo sobre o meu interesse em uma iniciativa feminina, e estava a matando não saber a verdadeira razão pela qual eu tinha feito o que fiz.

Abri a gaveta da mesa e puxei um arquivo. Estatelando-o sobre a mesa, eu disse: — Eu tenho uma reunião em cinco minutos, então por que você não vai bancar a detetive em seu próprio escritório. Se você encontrar mais pistas, peça a sua assistente que envie um memorando para a minha.

Minha irmã fez uma careta para mim. — Você é uma idiota, sabia disso? 

Meus lábios se curvaram em um sorriso genuíno. — Também te amo mana. 

Eliza revirou os olhos. — Não se esqueça da arrecadação de fundos One World  Broadcasting na sexta à noite. Você vai levar Arlia?

— Arlia e eu não estamos mais nos vendo. — Fiz uma anotação mental para avisar Arlia sobre isso.

— Oh. Quem você vai levar?

— Nem sempre preciso levar uma acompanhante para as recepções.

— No entanto, você sempre leva... — Ela caminhou em direção à minha porta. — Ah, eu quase esqueci. A mulher que você recomendou para substituir Caputo, Reznikov Newton, voltou limpa em sua verificação de antecedentes atualizada. Eu a entrevistei depois que meu diretor terminou. Nós dois concordamos que ela é uma boa opção. Vou lhe fazer uma proposta no final desta semana. Mas podemos convidá-la para o evento, se você quiser. Joe  sempre foi, e temos o assento vazio em nossas mesas.

— Claro, isso é bom. — Eliza se virou para sair.

— Espere — eu a chamei. — Quem geralmente é convidado para essas coisas se não há chefe de departamento?

Ela encolheu os ombros. — Ninguém. Ou às vezes o chefe de departamento temporário.

— Pensando bem, vamos adiar a proposta a Reznikov por uma semana ou duas. — Eu puxei uma mentira da minha bunda. Era tão crível que, quando disse as palavras, me perguntei se elas eram verdadeiras. — Ouvi dizer que ela se candidatou na Eastern Broadcasting. Eu gostaria de ver se ela aceita esse trabalho, se não o fizer dê-lhe a posição imediatamente, vejamos quão leal ela é e o que está disposta a arriscar para ficar conosco. 

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