Thirteen

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Yang Jeongin point of view

  A gélida chuva e suas gotas escorriam pelo meu corpo, perturbando todos os hematomas, cortes e queimaduras, me fazendo ficar desconfortável. A chuva molhava o papel velho em minha mão, tornando-o distorcido e ilegível. Também tornava todo o processo de caminhada muito cansativo e escorregadio, mas eu corria muito e incansavelmente, eu não podia e não iria parar, somente se estivesse prestes a perder a vida.

  Eu estava fazendo algo que nenhum deles havia pensado antes, logo no início, fugir, escapar, sair da maldição que nos consumia.
  Por estupidez ou medo, os outros seis nunca ousaram tentar direito.
  Perderíamos dinheiro, mas que diferença isso faria? Perderíamos as férias, mas o que mudaria? Todos estariam vivos, salvos e fugindo comigo neste momento.

— Eu deveria ter obrigado vocês a irem embora. — sussurrei, sentando na grama fria e úmida. — Que merda.

  De acordo com o mapa caótico de Felix, demorava muito para chegar ao menos na metade do caminho, depois da metade meu destino era o ponto de início da cidade e depois a rodoviária.
  O garoto fez um mapa por dois dias consecutivos, não havia engano, eu conseguiria chegar lá se seguisse exatamente as ordens pedidas e as localizações referenciais.

"Mochila na árvore três."

  Procurando outro ponto de referência, encontrei a mochila no topo da árvore e os sinalizadores dentro. Se eu estivesse gravemente ferido, se escureceu, ou se cheguei ao ponto de partida da cidade, eu poderia usá-los. Mas se nada disso acontecesse, eu não poderia executá-los, pois havia uma quantidade exata para apenas três coisas. Eu não poderia desperdiçar por nada mais.

  Ao lado da árvore, estava posicionada a casa de Sarah, a mulher ajudou Lee antes, quando o menino escorregou e machucou, na tentativa de fugir, há uns dias atrás.
  No mapa, ele deixou claro que a moça ficaria feliz em me ajudar, se necessário.
  E certamente eu precisava de ajuda, tudo bem, eu estava bem vestido mas deveras molhado, com sede e exausto, eu precisava parar por um breve tempo.

  Duas batidas foram necessárias para a jovem aparecer, me cumprimentou gentilmente e logo me entregou uma toalha. Ela deveria estar esperando por mim ou era tudo uma coincidência.

— Seja bem vindo. — sorriu. — Eu estava esperando por você, Lee avisou que você iria embora hoje.

— Olá, senhorita Sarah, obrigado. Sim, na verdade estou indo embora graças a ele. Creio que ele te contou tudo, as mortes e...

— Ele me contou sim e bem, eu sinto muito por vocês. Há treze anos, há exatos treze anos, tudo isso ocorreu conosco. — apontou para a fotografia com inúmeros jovens. — Eu sou a única sobrevivente.

— Meu Deus. — todas as palavras eram impossíveis de serem pronunciadas no momento. — Eu não sabia de acontecimentos passados. Poderia me contar?

— Segundo boatos acontece há treze anos. Irei te contar tudo.

  A senhorita começou a contar, ela disse exatamente como começou e como terminou. Este foi um ataque trágico envolvendo mais de duas dezenas de assassinatos, suicídios e mortes naturais.
  As coincidências eram muitas, como a frase com sangue no banheiro, as mãos nas janelas e o quarto, que esteve fechado há treze anos. E também, da mesma forma em que a madeira enfraquecida quebrou quando chegamos ocorreu com Sarah, mas na época o acidente foi fatal e precisou de amputação.
  Ela me mostrava também suas cicatrizes, o vestígio de seu pé amputado, seus falecidos amigos e o que restou no final.

— Foi algo terrível. — me mostrou a última imagem fotografada. — Isto foi no dia final, minutos antes da última morte ocorrer.

— Temos algumas fotos também, são poucas, mas todos estão reunidos.

The Hut of Death | Stray Kids.Onde histórias criam vida. Descubra agora