13 | Nem te conto

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Luara Narrando

Empurrei a porta da confeitaria da minha mãe com força de tanta raiva que eu estava.

Tinha atravessado a rua há uns 15 minutos e o cara simplesmente me assediou, xinguei tanto ele que minha garganta estava coçando de tão seca.

- quer quebrar a porta, Luara? -minha mãe perguntou-

- eu to puta, você acredita..

Ela me repreendeu com o olhar e só então reparei que tinha gente.

Uma casal que aparentavam seus 40 e poucos anos, um casal de crianças que julguei ser seus filhos e parei meu olhar no preto sentado ao lado deles que me olhava curioso.

- desculpa -mordi o lábio e o casal assentiu-

- esse seu amigo é um gato e muito educado

- foi por isso que você deu meu número pra ele? -cruzei os braços-

- não, ele disse que tinha perdido e esqueceu de te pedir de novo, não foi isso?

filho da mãe!

- deve ter sido -encarei o Lennon com os olhos semicerrados e ele deu um sorrisinho divertido-

- mas o que aconteceu que você chegou tão nervosa?

- um babaca me assediou na rua -voltei olhar minha mãe-

- ele te encostou?

- graças a deus não -suspirei-

- vou pegar uma água pra você

- valeu

Fui até o banheiro, abri a torneira molhei a mão e passei na nuca soltando um suspiro.

O perfume amadeirado do Lennon invadiu o local e neguei com a cabeça, tão previsível.

- por que será que eu sabia que você viria atrás de mim? -umideci os lábios e olhei seu rosto-

- tu sumiu

- edai?

- tu é muito marrenta né garota

Ele ficou me encarando com o maxilar trincando e mordi o lábio.

- não é marra, você só encontrou uma pessoa que não rende pra você -sorri-

Ele riu nasalado e foi se aproximando lentamente enquanto eu recuava pra trás.

Senti minhas costas baterem na parede gelada e engoli em seco.

- Lennon -o repreendi-

- que foi? -sussurrou já com o corpo colado no meu-

- não faz isso

- o que? -puxou minha cintura com força deixando nossos corpos mais colados- eu fiz alguma coisa? -umideceu os lábios-

Ele levou os lábios até meu ouvido e me arrepiei sentindo sua respiração calma.

Ele segurava minha cintura com tanta força que eu tinha certeza que ficaria a marca dos seus dedos, mas aquilo estava longe de ser uma coisa ruim.

- gostosa -sussurrou-

Sentia todos os pelos que nem cresceram ainda do meu corpo se arrepiar e um fogo surreal subir pelas minhas pernas.

- Lennon -sussurrei-

- luara, tá aí? -escutei a voz da minha mãe e soltei o ar que nem sabia que estava preso-

- to, saindo -empurrei o Lennon que passou a língua lentamente pelos lábios-

Não acredito que quase cai na lábia desse filho da mãe.

- nem um beijinho? -fez bico e ri fraco-

Caminhei até ele com um sorriso nos lábios e encarei seus olhos que estavam focados em mim.

- sabe quando eu vou te beijar? -ele balançou a cabeça- nunca

Sorri e sai rapidamente do banheiro dando de cara com a minha mãe.

- oi mãe -sorri-

- tava cagando garota? demorou

- é -ri fraco- nem te conto -sussurrei-

••

a batata de alguém tá assando

QQCQDM - L7nnonOnde histórias criam vida. Descubra agora