22 | Duvido muito

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Luara Narrando

- Lua? -escutei a voz do Maurício atrás da porta-

- late

- venho ver ser a fudida tá bem e é assim que ela me trata

Ele se aproximou, se sentou do meu lado e me analisou por uns segundos.

- vai me julgar? falar que eu sou uma péssima irmã? aproveita

- tu sabe que eu nunca faria isso, até porque eu já talariquei varios amigos

- amigos, não seu irmão -mordi o lábio-

- por que você beijou ele?

- eu tava bebada, maurício

- exatamente, bebada e não maluca

- achei que você não fosse me julgar

- foi mal -suspirou-

- por que você tá aqui? -sussurrei- era pra você está lá com ela

- eu não escolho lado, Lua -suspirou- e a Laís saiu com a Flávia

- filha da puta

- o que houve?

- acredita que ela me chamou de recalcada hoje de manhã? -ele riu-

- quem usa a palavra recalcada em pleno 2021?

- sei lá -dei de ombros- garotinha nojenta

- não liga pra ela, eu sei que você seria incapaz de fazer algo pra machucar a Lais

- eu sempre fiz de tudo por ela, nunca me importei dos garotos preferirem ela e quando eu erro uma vez ela surta comigo

Eu sei que foi errado o que rolou, mas eu sempre fiz de tudo por ela, sempre abri mão da minha felicidade por ela e quando eu erro uma vez ela não consegue me perdoar.

- você sabe bem como a Laís é

- tudo culpa daquele idiota

- ele não beijou sozinho -estalou a língua no céu da boca e bufei-

- me deixa quietinha?

- deixo -ele beijou minha testa e sorri- vou pedir um lanche pra gente, pode ser?

- uhurum -sorri-

Ele me deu outro beijo e saiu do quarto em silêncio.

O Maurício apesar de toda maluquice e ser inconsequente as vezes, é mestre em cuidar das pessoas que ele ama e eu o admiro muito por isso.

Olhei pra janela do quarto vendo que chovia lá fora e me encolhi na cama entre os lençóis na tentativa de tirar um cochilo.

Escutei umas batidas na porta e revirei os olhos.

- entra -murmurei-

- licença

- o que você tá fazendo aqui?

Levantei da cama rapidamente e encarei o Lennon em pé ao lado da porta com as mãos dentro do bolso da sua calça preta.

- a gente pode conversar?

- não temos nada pra conversar, não aconteceu nada

- para de fugir, Lua

- não estou fugindo, porra você me deixou te beijar sabendo que eu estava bebada

- eu não pensei direito

- não pensou direito -ri- você é ridículo. Você sabe que minha irmã gosta de você

- isso não te impediu de me beijar -ele riu e dei um tapa no seu peito-

- não me irrita

- é sério, Lua -suspirou- foi mal

- foi péssimo -passei a língua nos lábios-

- ela tá muito irritada com você?

- muito -suspirei-

- desculpa, não queria causar problema entre vocês, mas é que você me atrai muito

- não vai rolar, Lennon. Eu já deixei bem claro isso

- Lua, eu não devo nada a ninguém -ri fraco- você também não, podemos fazer o que estivermos afim

- Lennon -suspirei- qual é a parte de que minha irmã é apaixonada por você, você não entendeu?

- acontece que eu não sou apaixonado por ela, Luara

Ele se aproximou lentamente me pressionando na parede e engoli em seco tentando desviar minha atenção dele.

Era difícil resistir a esse filho da puta me encarando com o maxilar trincado e seus lábios carnudos recém umedecidos.

- eu quero você -ele sussurrou tão baixo que quase não o ouvi-

- Lennon -murmurei- não faz assim

- você me dizer que não quer?

Levei minhas mãos até seu peito e o empurrei com força invertendo as posições.

Deixei ele prensado na parede e sorri olhando seus olhos curiosos.

- não -sorri- agora sai do meu quarto

- vou acabar com a tua marrinha, Lua

- duvido muito -soltei ele que caminhou até a porta- vai pela sombra, Lseven

- fica com as estrelas, luazinha -piscou e neguei com a cabeça-

QQCQDM - L7nnonOnde histórias criam vida. Descubra agora