Luara Narrando
- Lua? -escutei a voz do Maurício atrás da porta-
- late
- venho ver ser a fudida tá bem e é assim que ela me trata
Ele se aproximou, se sentou do meu lado e me analisou por uns segundos.
- vai me julgar? falar que eu sou uma péssima irmã? aproveita
- tu sabe que eu nunca faria isso, até porque eu já talariquei varios amigos
- amigos, não seu irmão -mordi o lábio-
- por que você beijou ele?
- eu tava bebada, maurício
- exatamente, bebada e não maluca
- achei que você não fosse me julgar
- foi mal -suspirou-
- por que você tá aqui? -sussurrei- era pra você está lá com ela
- eu não escolho lado, Lua -suspirou- e a Laís saiu com a Flávia
- filha da puta
- o que houve?
- acredita que ela me chamou de recalcada hoje de manhã? -ele riu-
- quem usa a palavra recalcada em pleno 2021?
- sei lá -dei de ombros- garotinha nojenta
- não liga pra ela, eu sei que você seria incapaz de fazer algo pra machucar a Lais
- eu sempre fiz de tudo por ela, nunca me importei dos garotos preferirem ela e quando eu erro uma vez ela surta comigo
Eu sei que foi errado o que rolou, mas eu sempre fiz de tudo por ela, sempre abri mão da minha felicidade por ela e quando eu erro uma vez ela não consegue me perdoar.
- você sabe bem como a Laís é
- tudo culpa daquele idiota
- ele não beijou sozinho -estalou a língua no céu da boca e bufei-
- me deixa quietinha?
- deixo -ele beijou minha testa e sorri- vou pedir um lanche pra gente, pode ser?
- uhurum -sorri-
Ele me deu outro beijo e saiu do quarto em silêncio.
O Maurício apesar de toda maluquice e ser inconsequente as vezes, é mestre em cuidar das pessoas que ele ama e eu o admiro muito por isso.
Olhei pra janela do quarto vendo que chovia lá fora e me encolhi na cama entre os lençóis na tentativa de tirar um cochilo.
Escutei umas batidas na porta e revirei os olhos.
- entra -murmurei-
- licença
- o que você tá fazendo aqui?
Levantei da cama rapidamente e encarei o Lennon em pé ao lado da porta com as mãos dentro do bolso da sua calça preta.
- a gente pode conversar?
- não temos nada pra conversar, não aconteceu nada
- para de fugir, Lua
- não estou fugindo, porra você me deixou te beijar sabendo que eu estava bebada
- eu não pensei direito
- não pensou direito -ri- você é ridículo. Você sabe que minha irmã gosta de você
- isso não te impediu de me beijar -ele riu e dei um tapa no seu peito-
- não me irrita
- é sério, Lua -suspirou- foi mal
- foi péssimo -passei a língua nos lábios-
- ela tá muito irritada com você?
- muito -suspirei-
- desculpa, não queria causar problema entre vocês, mas é que você me atrai muito
- não vai rolar, Lennon. Eu já deixei bem claro isso
- Lua, eu não devo nada a ninguém -ri fraco- você também não, podemos fazer o que estivermos afim
- Lennon -suspirei- qual é a parte de que minha irmã é apaixonada por você, você não entendeu?
- acontece que eu não sou apaixonado por ela, Luara
Ele se aproximou lentamente me pressionando na parede e engoli em seco tentando desviar minha atenção dele.
Era difícil resistir a esse filho da puta me encarando com o maxilar trincado e seus lábios carnudos recém umedecidos.
- eu quero você -ele sussurrou tão baixo que quase não o ouvi-
- Lennon -murmurei- não faz assim
- você me dizer que não quer?
Levei minhas mãos até seu peito e o empurrei com força invertendo as posições.
Deixei ele prensado na parede e sorri olhando seus olhos curiosos.
- não -sorri- agora sai do meu quarto
- vou acabar com a tua marrinha, Lua
- duvido muito -soltei ele que caminhou até a porta- vai pela sombra, Lseven
- fica com as estrelas, luazinha -piscou e neguei com a cabeça-