62 | Poesia acústica

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Luara Narrando

Levantei no susto pela música alta nos meus ouvidos e revirei os olhos vendo o Lipe gargalhando da minha cara.

- você é muito escroto -tirei meus fones-

- tinha que ver sua cara de susto

- to morrendo de rir, não tá vendo?

- tava escutando seu namorado enquanto dormia? -riu-

- pior que tava mesmo -cocei o rosto e ri- ele não é meu namorado

- ainda

- que horas são? -mudei de assunto-

- oito e meia

- e você me acordou pra que mesmo?

- bora dar uma corrida, to tentando voltar a me exercitar aos poucos

- viu que só usar droga não é vida né?

- vai se foder

- em 10 minutos eu desço

- beleza, vou tomar um café com teu pai

- boa sorte

Dei uns tapinhas nas suas costas e me levantei indo pro banheiro, tomei um banho rapidinho, me troquei, fiz um coque, peguei meu celular e desci.

- Luara acordando cedo em dia de folga? -o Maurício perguntou rindo- que milagre é esse?

- esse corno aqui -dei um tapa na nuca do Lipe que se engasgou com o suco-

- chaveirinho de rapper

- sou mesmo -empinei a bunda e fiz um sinal com a mão-

- daqui a pouco vai sair em vários sites de fofoca -meu pai falou, inconveniente como sempre-

- mas achei que meu trabalho era ser vista

- gente, que omelete gostosa -o Lipe falou tentando mudar o assunto- quem fez?

- eu -a Laís falou-

- aí vou gorfar -fez careta e gargalhei-

- vamos na praia amanhã?

- aniversário do meu pai -o Lipe falou-

- almoço de domingo em família -o Maurício falou enquanto fazia careta-

- vou levar meu pretinho -dei um gole no meu suco-

- iala -a Laís riu- tá assim já é?

- to, você vai né?

- nem da, vou agilizar um trabalho da faculdade

- morte -olhei o Lipe- bora logo, Lipe. Vou sair daqui a pouco

- vamos

QQCQDM - L7nnonOnde histórias criam vida. Descubra agora