Luara Narrando
Troquei os lençóis da minha cama e dei uma ajeitada no quarto enquanto tocava a playlist que o Lennon montou pra mim no spotify antes de ir embora.
Todas as musicas tinham algo que lembrava ele ou nós dois juntos, ele nomeou ela como L11, porque é a soma dos nossos apelidos.
Meu quarto estava impregnado com seu perfume e seu moletom estava jogado encima da minha penteadeira.
Aos poucos ele ia tomando conta de tudo e isso porque eu não queria ele nem pintado de ouro.
Sai do quarto indo até a sala pra ver se não tinha nenhuma bagunça e minha mãe passou pela porta.
- fala dona vitória
- fala insaciável -passou por mim e notei varias sacolas na sua mão-
- oi?
- tive que dormir de fone porque tava impossível dormir com vocês gemendo -mordi o lábio com força sentindo meu rosto arder-
- ah
Segui ela até a cozinha, enquanto ela organizava o armário com sua mania de organização.
- tá apaixonada né?
- não -fui sincera- mas até que to gostando de passar um tempo com ele
- vocês são lindos juntos
- me poupe dona Vitória -ri- nem queria dar um beijo nele e agora to ficando de quatro por aquele homem
- literalmente né -pegou minha calcinha que o Lennon jogou no chão ontem- usou camisinha né Luara?
- e eu lá sou mulher de transar sem camisinha?
- olha lá em Luara, tenho idade pra ser avó não
- tem pra ser bisa né -gargalhei-
- seu cu -tacou a calcinha em mim- bota pra lavar esse troço
- cheirosinha tá -sentei no balcão-
- como foi?
- como foi o que?
- o sexo ué
- gostosinho -sorri me lembrando dos toques do Lennon- mãe, a piroca dele é enorme
- ôh Luara -arregalou os olhos e gargalhei-
Minha mãe sempre me deu liberdade pra falar sobre esses assuntos com ela e como eu não tinha um pingo de vergonha na cara, contava tudo.
- você aguentou?
- se deus fez é porque cabe né
- criei uma guerreira hein -riu-
- sim, dona Vitória
- conta mais -falou curiosa e gargalhei-
- mãe -a repreendi- não né
- por favor, filha! foi fofo ou bruto?
- eu tenho cara de quem transa fofo?
- não -gargalhou-
- ele sabe exatamente como me tocar, parecia que conhecia cada pedaço do meu corpo -sorri e minha mãe me encarou-
- de todas suas paixões essa eu sinto que vai dar certo
Sempre fui uma pessoa de me apaixonar muito por achar a vida muito curta pra ter poucos amores, todas as minhas paixões serviram de aprendizado pra alguma coisa.
A principal coisa que eu aprendi foi que pra dar certo não precisa durar pra sempre.
Minha mãe sempre me apoiou em ter esse amor pela vida e pelas pessoas, já meu pai odiava isso e falava que é coisa de pessoas fracas, mas nunca dei ouvidos pra ele.
- por que? -perguntei curiosa-
- porque eu sinto algo leve e uma vibração boa de vocês
Minha mãe é uma das pessoas mais sensitivas que eu conheço.
- dessa vez a senhora está enganada
- por que?
- porque não existe paixão -pisquei- eu só to aproveitando a vida dessa vez
- vamos fazer uma aposta?
- que aposta?
- em um mês você se apaixona por ele -sorriu convencida-
- mãe, claro que não
- claro que sim, Luara
- não vou apostar nada com você
- porque você sabe que eu vou ganhar, já tá toda bobinha aí sorrindo pelos cantos
- aí quer saber? -sai da cozinha- vou dar uma volta