35 | O que eu sou agora?

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Luara Narrando

2 semanas depois

Passei uma semana trabalhando igual uma desgraçada e não tive tempo pra nada, consegui mandar mensagem pro lennon uma vez, o coitado deve ter achado que eu morri.

Pra completar tudo essa semana eu estava insuportável com minha tpm, era surto atrás de surto e resolvi ficar afastada de tudo.

- Maurício some da minha frente, capeta -taquei meu travesseiro nele-

Tinha dois dias que voltei pra casa do meu pai, mas graças a minha agenda cheia de trabalhos não conseguia parar em casa pra ter que aturar as piadinhas da Laís ou a cara emburrada dela.

- tá muito estressada, Luara -tacou o travesseiro de volta e o mesmo bateu na minha cara- isso é falta de óh -segurou seu pau por cima da bermuda-

Ele estava todo feliz porque passou no semestre da faculdade e resolveu vir encher meu saco pra comemorar.

- MAURÍCIO SOME DO MEU QUARTO AGORA -taquei o travesseiro nele novamente- nojento

- mas é sério, Lua -riu- quer que eu desenrole alguém pra tu?

- eu fui muito bem comida há alguns dias atrás, então pode ter certeza que não é falta de rola

- agora o assunto ficou interessante -riu- quem foi o azarento que meteu o pau em você?

- Maurício, fala direito comigo

- direito comigo -riu-

- nossa que engra, idiota -revirei os olhos-

- mandioca?

- sai daqui cara -ri- tu é muito chato

- me conta logo, to me coçando aqui de curiosidade

- de sujeira né, vai tomar banho -abanei o rosto- tá fedendo

- aqui pra você óh -mostrou o dedo do meio- vou descobrir sozinho

- tenta a sorte

Ele riu, olhou minha escrivaninha e pegou o bilhete que veio junto com a caixa que o Lennon me deu.

- minha mãe sempre disse que a melhor maneira de se conquistar alguém é pelo estômago -leu o bilhete e gargalhou- pelo estômago e depois pelo útero né -me encarou- tu deu pro L7, safada?

Um barulho de algo caindo no chão invadiu o quarto e virei o rosto vendo a Laís em pé na porta e olhei pro chão vendo os livros que ela provavelmente segurava caídos.

- quer ajuda? -perguntei me aproximando-

- não precisa -catou os livros e desceu as escadas em silêncio-

Mordi o lábio com um pouco de força e olhei o Maurício.

- que foi? -ele perguntou enquanto se aproximava-

- eu não devia fazer isso com a minha irmã

- não me mete nisso, odeio ficar entre vocês duas

- ela gosta dele cara -suspirei- e eu só to ficando com ele por capricho

- é -deu de ombros- mas você vai abrir mão de algo que pode virar uma coisa mais séria lá na frente por drama da Laís? ele nem gosta dela, Lua

- é pode ser -encolhi os ombros-

                           (...)

Terminei de fazer meu brigadeiro, botei a panela no congelador e revirei os olhos escutando a campainha.

Fui até a porta e abri a mesma dando de cara com o Lennon todo agasalhado, estava um frio absurdo no Rio.

- tá fazendo o que aqui? -dei espaço pra ele entrar e assim ele fez-

- tu sumiu, vim ver se você tá viva

- aí -fechei a porta e joguei o cabelo pra trás prendendo em um coque- e resolveu vir aqui sabendo que a casa também é da Laís?

- ué, queria que eu fizesse o que? mandasse uma mensagem pra ela "sai de casa que eu quero ver sua irmã" -riu nasalado e o encarei seria- desculpa, o que houve?

- nada. Eu tava atolada de trabalho semana passada e essa semana eu to de tpm

- se tu normal já da fora no vento imagine de tpm -riu fraco-

- eu não faço isso -minha voz embargou e ele me olhou assustado- faço? -sequei as lágrimas que caíram-

- não precisa chorar, nega -secou minhas lágrimas- desculpa -funguei e ele depositou um beijo na minha testa-

- você me acha grossa?

- não -riu fraco-

- por que você ta rindo?

- porque você tá fofa assim

- idiota -cruzei os braços e caminhei até o quarto sendo seguida por ele.

Me deitei na cama toda encolhida, me cobri e olhei o Lennon que me observava.

- que foi?

- cólica

- já tomou remédio?

- não quero me render ao remédio

- tu é marrenta até com isso? -riu-

- deita aqui comigo

- chega pra lá

Cheguei um pouco pro lado e ele se deitou, me aproximei dele deixando nossos corpos colados e ele levou a mão até minhas costas fazendo um carinho gostoso.

Ele me olhava com os olhinhos brilhando e com um sorrisinho divertido nos lábios.

Ele de pertinho é tão lindo, passaria horas admirando seu rosto.

- você é tão lindo -fiz carinho no seu rosto e ele sorriu-

- eu só sou um detalhe perto da sua beleza

- tu não perde uma né?

- não

Ficamos um tempo em silêncio curtindo a companhia um do outro.

Eu não curtia muito ficar quieta, talvez por ser muito elétrica, mas com ele o silêncio era algo confortável.

- você já se machucou muito? -perguntou enquanto contornava os dedos nas minhas costas-

- como assim?

- você já teve varias paixões, sei lá né

- ah -ri nasalado- muito

- e você não se sente insegura ou com medo de se machucar de novo?

- deveria?

- sei lá pô

- cara -suspirei- a nossa vida é muito curta e se você viver com medo de se machucar, você não vai aproveitar nada -umideci os lábios- é normal quebrar a cara, se decepcionar, depois passa, sempre passa, como você mesmo diz nada é pra sempre -ele sorriu-

- achei que cê fosse só uma menina gostosa que eu ia dar uns beijos

- é? -ri- e o que eu sou agora?

- a mulher que eu to apaixonado

••

sabotaram meu copo, fudeu

QQCQDM - L7nnonOnde histórias criam vida. Descubra agora