Cap. 6 - NOTAS DE DUZENTOS

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- Morta?! Como assim a Ronda morreu? O que é isso?!

Chocada, Giliene reagiu a notícia que Mila trazia pra ela em seu escritório na manhã seguinte.

- Assustador, não é? Uma mulher forte feito ela. Só tinha 30 anos, bem-sucedida. São coisas desse tipo que quando acontecem nos lembram como a vida é frágil. Vai embora num sopro. Agora a gente tá aqui e daqui a pouco não temos certeza se vamos continuar.

- Eu...Eu ouvi que ela estava de cama nesse mês que passou. Eu sei que ela nem estava indo mais para o estúdio, mas... Uau. Eu não esperava por isso mesmo. - Giliene desabafou. - Onde e quando será o funeral?

- Tem certeza que você quer ir? Vocês sempre se odiaram.

- Mila, a gente era rival no mercado de trabalho. Eu também não sou esse monstro que todo mundo pensa. Eu quero ir me despedir. Claro. Respeitosamente.

- A Clarinha vai estar lá.

- E daí? Foda-se aquela ninfetinha. O que ela tem a ver com isso?

- Talvez você não queira encontrá-la lá porque... A Clarinha herdou os bens da Ronda. Ela é a dona dos estúdios Pau Brasil agora.

- O quê?! Aquela filha de uma... Ah, mas agora mesmo que eu quero estar lá!


À noite, Giliene chegou na capela onde o funeral de Ronda acontecia. Ela vestia branco da cabeça aos pés e caminhou diretamente até Clarinha, que vestia preto da cabeça aos pés de pé ao lado do caixão aberto.

- Giliene? Você era a última pessoa que eu esperava ver por aqui. -fragilizada, Clarinha a disse.

- Você conseguiu, né garota? Chegou de mansinho, foi comendo pelas beiradas e olha onde você chegou. Herdou tudo o que era da Ronda agora que ela bateu as botas.

- Tenha respeito!

- Respeito? E é você que vai abrir essa sua boquinha imunda pra falar de respeito? - Giliene a confrontou quando agora todos os convidados do funeral olhavam para ela. - Como foi que você conseguiu, hein? Você está agora com a sua bunda enfiada na cadeira da presidência dos estúdios Pau Brasil. Como conseguiu isso? O que você fez com a Ronda, afinal?

- Se você insinuar que eu fiz algo de mau contra a Ronda, que foi como uma mãe pra mim, eu não sei do que eu sou capaz... - Clarinha a enfrentou dizendo.

- Bem que a minha intuição me alertou quando eu coloquei os olhos em você pela primeira vez. A minha intuição nunca falha. Eu senti que você não era flor pra se cheirar. Era esse o seu plano desde o início? Se tornar a dona dos estúdios Pau Brasil? Pois bem. Isso também significa que agora você se tornou a minha rival, então é melhor você se preparar. - Giliene disse e se virou indo embora.

- Vai me ver por aí, Giliene! - Clarinha disse alto enquanto Giliene saía da capela. - Você vai me ver por aí!

 - Você vai me ver por aí!

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Quando Corações Pegam Fogo (NOVELA +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora