Cap. 4 - DOIS FILMES

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Donaldo defendeu Giliene rapidamente. Ele se atirou na frente dela e segurou os braços de sua esposa descontrolada.

Giliene correu para fora do apartamento coletando as suas peças de roupa pelo caminho.

Na manhã seguinte, Donaldo estava prontamente nos portões do estúdio esperando pela chegada de Giliene.

Ela saiu de seu carro importado antes mesmo de cruzar os portões e caminhou serenamente até ele.

- Gi, se você me dar uma chance de explicar tudo, eu posso--

PÁ! Giliene interrompeu e calou Donaldo com o tapa que acertou com força no rosto dele.

- Ok, ok. Eu sei que eu mereci isso.

- Casado? Casado?! Mas que caralhos! Qual é o seu problema?!

- Escuta aqui... Em minha defesa, você nunca me perguntou se eu era solteiro, casado, divorciado ou o diabo que fosse! Você nem sequer se importou em saber o meu nome! Lembra? Agora o quê? Vai me julgar? Um homem só porque é casado não pode trabalhar nessa indústria e estrelar em filmes pornôs?

- Eu quero que você vá embora. Dá meia volta e nunca mais mostra essa tua fuça aqui. É uma ordem.

Giliene voltou para o seu carro e dirigiu em direção ao portão.

- Gi, você tem que me perdoar. Gi, por favor. Eu não menti quando eu disse que queria me aproximar de você. Você é especial! Gi!

Donaldo ainda entrou na frente do carro, mas quando Giliene acelerou ao invés de parar, ele foi obrigado a se jogar para o lado. Ele ainda perambulou por ali na frente do estúdio até que partiu de vez. Não restava outra opção.


Enquanto Giliene lidava com aquele momento estressante, do outro lado da cidade, em sua mansão, Ronda tinha mais uma manhã agradável na companhia de Clarinha. A jovem que havia se tornado a sua grande amiga tão rapidamente, morando na mansão dela, chegava em seu quarto para servir o café da manhã de Ronda na cama como vinha fazendo há semanas. Clarinha colocou a bandeja no colo de Ronda, que se apressou em pegar o copo cheio de suco de laranja e deu um gole no saboroso suco natural. 

- Ai, Ronda, eu estou tão animada com as filmagens do meu novo filme que vão começar. - Clarinha disse sentando-se na beira da cama tão ampla.

- O seu primeiro filme já provou ser um grande sucesso. Estreou ontem como um dos maiores números de vendas de estreia da história do estúdio. É bem natural que você já esteja envolvida na sua segunda produção. Embora... Bem, nós já conversamos sobre isso. Você sabe que por mim você poderia muito só ficar trabalhando como aminha assistente aqui em casa e não precisaria mais atuar nos filmes se não quisesse.

- Mas eu quero. Isso é o que eu sei fazer, é o que eu gosto de fazer. E, além do mais, eu não me sentiria confortável. Morando aqui na sua casa... Todos iam achar que eu estou me aproveitando de você.

- Foda-se o que as pessoas acham ou deixam de achar. - Ronda declarou e terminou de tomar todo o suco.

- Ei, por acaso você ouviu os boatos que começaram a rolar sobre nós lá pelo estúdio? - Clarinha perguntou e deu risada.

- O quê? O boato de que eu trouxe você pra morar aqui porque você é minha amante ninfetinha lésbica? Aquele povo do estúdio não passa de um bando de depravados. - Ronda disse e riu também. - Se eles soubessem o quanto nós duas amamos uma boa e grande piroca...

Clarinha e Ronda caíram juntas na gargalhada, até que de repente Ronda levou a mão a testa, ficou pálida.

- Meu Deus, Ronda. O que houve?

Quando Corações Pegam Fogo (NOVELA +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora