- Que brincadeira é essa, Donaldo? - Giliene perguntou ainda chocada.
- Por quê? Casamento é uma brincadeira pra você?
- Nós não podemos fazer isso.
- Então essa é a sua resposta. Não. Você está dando um 'não' bem na minha cara quando eu estou te pedindo em casamento.
- Só tem um pouco mais de dois meses que nós estamos nesse... Relacionamento.
- E daí? O que mudaria?
- Tudo mudaria! Não dá pra deixar as coisas continuarem do jeito que estão?
- Você sem assumir que somos um casal? Só fodas casuais e eu sem ser parte significante da sua vida? Não, Gi. Se é assim que você quer continuar então não dá. Não pra mim. - Donaldo disse por fim e saiu do quarto.
Na hora do almoço no dia seguinte, Clarinha caminhava pelo estacionamento dos estúdios Pau Brasil acompanhada de Paula, a nova recepcionista que também funcionava como a sua assistente pessoal em qualquer oportunidade vaga.
- O pessoal fala muito bem da recepcionista que trabalhava aqui antes de mim.
- É. Ela estava aqui desde que a Ronda abriu o estúdio, mas ela me odiava, então não tinha como eu permitir que ela continuasse no cargo. - Clarinha explicou.
- Nossa, como alguém pode odiar você?
- Tem muita gente aqui nesse estúdio que me odeia. Sabia não? É porque todo mundo era muito apegada a Ronda. Eu sei que vai demorar até que todos se acostumem. O que acontece é que ninguém gosta de mudança.
- Uau. Você é forte.
- Tá com medo de mim? - Clarinha perguntou sem nunca parar de caminhar.
- Medo? Não. Você é um exemplo pra mim. Mas você parece um pouco tristinha hoje, desanimada. Não parece ser só cansaço. Tá distante.
- Eu não tive uma boa noite ontem. Eu tive um pesadelo horrível e quando eu acordei no meio da madrugada, assustada e olhei pros lados, a cama, o quarto... Tão vazio. Foi quando eu me dei conta de que eu tô muito sozinha.
- Está sozinha porque que quer, né? Convenhamos. Novinha, gata e dona de um grande negócio... Eu aposto que dever ter uns dez, vinte machos se arrastando aos seus pés ao mesmo tempo.
- Ter macho correndo atrás de você é fácil. O difícil é que algum desses seja um macho que preste.
De repente, Clarinha notou a figura se escondendo atrás dos carros estacionados. Ela notou que estava sendo observada, vigiada e então correu até lá. O flagrante! Clarinha agarrou a figura sorrateira pela blusa, impedindo que ela fugisse e essa figura misteriosa era Mila.
- O que você tá fazendo aqui na área do meu estúdio, sua rata?! - Clarinha esbravejou.
- Eu...
- Não. Nem precisa explicar. Tá na cara. A ratazana mor, aquela bruxa da Giliene mandou você, a cachorrinha particular dela, pra me espionar. O que ela tá fuçando na minha vida, hein?
- Se você não tem nada a esconder, então não deveria se preocupar. -Mila disse bem confiante e puxou a sua blusa com raiva para que Clarinha deixasse de segurá-la.
- Clarinha, você quer que eu ligue para a polícia e denuncie essa aí por invasão? - Paula perguntou prontamente.
- Olha, olha... Parece que quem arrumou uma cachorrinha particular foi você.- Mila ainda provocou e se virou partindo.
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Quando Corações Pegam Fogo (NOVELA +18)
RomanceNa indústria pornográfica, duas rivais donas de estúdios de filmagem vão travar uma batalha para determinar quem tem o estúdio de filmes pornôs mais bem-sucedido, porém tudo ficará mais complicado quando paixões, armadilhas e grandes revelações entr...