Cap. 8 - VINTE MACHOS

302 4 0
                                    

- Que brincadeira é essa, Donaldo? - Giliene perguntou ainda chocada.

- Por quê? Casamento é uma brincadeira pra você?

- Nós não podemos fazer isso.

- Então essa é a sua resposta. Não. Você está dando um 'não' bem na minha cara quando eu estou te pedindo em casamento.

- Só tem um pouco mais de dois meses que nós estamos nesse... Relacionamento.

- E daí? O que mudaria?

- Tudo mudaria! Não dá pra deixar as coisas continuarem do jeito que estão?

- Você sem assumir que somos um casal? Só fodas casuais e eu sem ser parte significante da sua vida? Não, Gi. Se é assim que você quer continuar então não dá. Não pra mim. - Donaldo disse por fim e saiu do quarto.


Na hora do almoço no dia seguinte, Clarinha caminhava pelo estacionamento dos estúdios Pau Brasil acompanhada de Paula, a nova recepcionista que também funcionava como a sua assistente pessoal em qualquer oportunidade vaga.

- O pessoal fala muito bem da recepcionista que trabalhava aqui antes de mim.

- É. Ela estava aqui desde que a Ronda abriu o estúdio, mas ela me odiava, então não tinha como eu permitir que ela continuasse no cargo. - Clarinha explicou.

- Nossa, como alguém pode odiar você?

- Tem muita gente aqui nesse estúdio que me odeia. Sabia não? É porque todo mundo era muito apegada a Ronda. Eu sei que vai demorar até que todos se acostumem. O que acontece é que ninguém gosta de mudança.

- Uau. Você é forte.

- Tá com medo de mim? - Clarinha perguntou sem nunca parar de caminhar.

- Medo? Não. Você é um exemplo pra mim. Mas você parece um pouco tristinha hoje, desanimada. Não parece ser só cansaço. Tá distante.

- Eu não tive uma boa noite ontem. Eu tive um pesadelo horrível e quando eu acordei no meio da madrugada, assustada e olhei pros lados, a cama, o quarto... Tão vazio. Foi quando eu me dei conta de que eu tô muito sozinha.

- Está sozinha porque que quer, né? Convenhamos. Novinha, gata e dona de um grande negócio... Eu aposto que dever ter uns dez, vinte machos se arrastando aos seus pés ao mesmo tempo.

- Ter macho correndo atrás de você é fácil. O difícil é que algum desses seja um macho que preste.

De repente, Clarinha notou a figura se escondendo atrás dos carros estacionados. Ela notou que estava sendo observada, vigiada e então correu até lá. O flagrante! Clarinha agarrou a figura sorrateira pela blusa, impedindo que ela fugisse e essa figura misteriosa era Mila.

- O que você tá fazendo aqui na área do meu estúdio, sua rata?! - Clarinha esbravejou.

- Eu...

- Não. Nem precisa explicar. Tá na cara. A ratazana mor, aquela bruxa da Giliene mandou você, a cachorrinha particular dela, pra me espionar. O que ela tá fuçando na minha vida, hein?

- Se você não tem nada a esconder, então não deveria se preocupar. -Mila disse bem confiante e puxou a sua blusa com raiva para que Clarinha deixasse de segurá-la.

- Clarinha, você quer que eu ligue para a polícia e denuncie essa aí por invasão? - Paula perguntou prontamente.

- Olha, olha... Parece que quem arrumou uma cachorrinha particular foi você.- Mila ainda provocou e se virou partindo.

Quando Corações Pegam Fogo (NOVELA +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora