Giliene nem se importou que era madrugada. Ela fez a ligação de dentro do seu carro mesmo enquanto dirigia da zona rural de volta para o centro da cidade. Giliene conversava com Mila do outro lado da linha, contando os detalhes da impactante revelação que Dona Muriel havia feito.
- Gigi, repete isso direito. Isso é muito sério. - Mila pediu ao telefone.
- Foi exatamente do jeito que você ouviu. As câmeras de segurança da mansão filmaram por vários dias quando a Clarinha colocava escondido coisa na comida que ela levava pra Ronda. Você não entende? Aquela putinha envenenou a Ronda aos poucos. Ela matou a Ronda lentamente! Meu Deus! Eu fui buscar provas de que ela tinha dado um fim no mordomo e acabei tendo provas de que ela matou a Ronda! A velha disse que o marido dela, o mordomo, entregou a fita pra ela porque estava com medo... E agora essa fita está comigo! Avelha me deu a fita. Mila, você tem noção do que isso significa? A Clarinha agora está nas minhas mãos. Sou eu que tenho a prova que pode mandar ela direto pra cadeia.
- Mas e o mordomo?
- Depois que eu descobri que a Clarinha teve o sangue frio pra envenenar a Ronda em prestações? Eu não duvido nem por um segundo que a Clarinha deu um jeito de provocar o ataque cardíaco no velho se ele a confrontou sobre essa fita também.
- Gigi, vai com muita calma. Nós estamos falando de assassinato. É gravíssimo. E daí se dá pra ver na filmagem que ela coloca algo na comida? Por acaso dá pra ver que o rótulo é de veneno mesmo? E se o que ela colocava era vitamina ou remédio recomendado pelo próprio médico?
- Mila, você está defendendo aquela arrombada?
- Eu só quero que você tenha cautela e não vá fazendo tudo as pressas, afoita, pra meter os pés pelas mãos. E agora, hein? Você vai direto na polícia entregar as filmagens?
- Quer saber? Não. Esse trunfo que eu tenho contra a Clarinha é valioso demais. Eu vou guardar. Pode chegar um momento em que será mais necessário que eu use.
- Mas se você está com tanta certeza assim que a Clarinha envenenou...
- A Ronda? - Giliene completou a frase dela. - Ah, tá. Como se a Ronda e eu fossemos amiguinhas de infância. Mila, todo mundo sabia que agente se odiava. Claro que eu não acho justo que ela tenha tido o seu fim pelas mãos daquela putinha miserável, mas também eu não vou ser hipócrita agora em dizer que tenho pressa em entregar essas provas pra "fazer justiça pela Ronda" ou algo do tipo. Me poupe. Eu estou bem longe de ser mocinha justiceira de novela. As mocinhas são as mais chatas.
Assim como Mila, Deivridi também era acordado no meio da madrugada. Após ouvir a campainha em horário tão inesperado, ele abriu a porta do seu apartamento para encontrar Pablo ajoelhado no tapetinho da entrada, segurando uma cesta com doces e flores.
- Me perdoa, por favor. Foi muito idiota o que eu fiz com o seu carro. Eunão estava pensando.
-Pablo...
- Você precisa me perdoar. Eu juro que nunca mais vou fazer nenhuma loucura daquele tipo. Tem que me perdoar, porque eu não vou conseguir viver longe de você. Você tem que ficar comigo.
Então Pablo começou a chorar. Muitas lágrimas. Soluções intensos.
Por mais que Deivridi já tivesse tido a prova de que Pablo significava problema, foi demais para o seu coração que ficou apertado ao ver o jovenzinho desabando ali em choro por causa do amor descontrolado quede repente sentia por ele e assim Deivridi estendeu a mão para ajudá-lo a levantar, segurou a cesta que Pablo trazia como um presente de paz.
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Quando Corações Pegam Fogo (NOVELA +18)
RomansNa indústria pornográfica, duas rivais donas de estúdios de filmagem vão travar uma batalha para determinar quem tem o estúdio de filmes pornôs mais bem-sucedido, porém tudo ficará mais complicado quando paixões, armadilhas e grandes revelações entr...