10 anos antes da guerra.
10 anos antes do fim do reinado de Amarantha.Era comum que ela fugisse e se escondesse, afinal esta era a quinta vez que alguém a descobria.
Da mesma forma que era normal que a perseguissem: a última de sua espécie, a mais poderosa de seu antigo – e já destruído – clã.
A fêmea andava por sua pequena cabana num frenesi, empacotando seus ítens mais preciosos: alguns livros, frascos com poções, uma antigo colar e suas poucas roupas. Ela sabia que estavam vindo a buscar (fazendeiro, soldados ou quem quer que tenha a descoberto dessa vez).
Já conseguia ouvir os gritos à distância. Era incrível a imaginação dos machos, que lhe davam tantos nomes distintos mas mesmo assim nunca pareciam acertar quem ela realmente era.
Monstro; Aberração; Demônio; Feérica. Todos chegavam perto, mas ninguém acertava. Ninguém queria verdadeiramente a reconhecer.
"Saia, Bruxa. Sabemos que está aí" gritaram à porta no exato momento em que Adelina terminou de encher sua bolsa. Era uma pena que precisaria abandonar sua nova casa, ela havia acabado de comprar um tapete bonito.
A casa dessa vez era simples, assim como todas as outras que já habitara. A cozinha emendada com o quarto e a sala, uma porta que dava para o jardim e uma janela estreita que dava para o quintal.
A fêmea se espremeu pela janela, com cuidado para não arranhar as asas delicadas – estas que lembravam às asas da libélula mais linda, da borboleta mais graciosa e da abelha mais furiosa. As últimas asas de Fada. A última Fada.
Adelina sabia que os Feéricos estavam na entrada de sua casa, então voou sem hesitar para a floresta que cercava o quintal. Não esperou para ver se estava sendo seguida, ou se sua fuga havia sido percebida. Entrou dentro da floresta, no labirinto infinito de árvores e na armadilha mortal das bestas.
Havia muito que não usava sua magia – sua maldição. Havia muito que não buscava dentro de si aquele poder sombrio, aquele que mexia na essência, que dominava e mudava. A Fada buscou fundo, naquele abismo de poder, pela magia que não veio nem da mãe e nem do pai, mas sim que veio com ela. Uma magia amaldiçoada para uma princesa amaldiçoada.
Destro da floresta, ouvia os gritos enfurecidos dos aldeões que a seguiam. Não era segredo que estavam com medo dela, aquela que os ajudava mas tinha o poder de mata-los em instantes. Péssima escolha a deles, de segui-la para dentro da mata.
Ela não planejara matar ninguém naquele dia, e pretendia continuar com seus planos, então simplesmente tomou conta das plantas à sua volta. Ela odiava fazer isso, desequilibrar a natureza, mas sabia que seria necessário caso quisesse sair da aldeia sem causar nenhum mal aos feéricos que ali habitavam.
Sem pensar duas vezes, obrigou as árvores a se mexerem, à mudarem. Conseguia ouvir os protestos das plantas mas os ignorou. Fez a mata se fechar, formar uma muralha entre ela e os machos, um labirinto para os mau intencionados e sua rota de fuga.
Andou por entre as árvores até determinar que seria seguro voar (que não estaria sujeita à flechas que rasgariam sua pele e destroçariam suas asas), e então levantou voo da mesma maneira que um inseto gracioso e potente faria.
Feiticeira de almas.
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Adelina não era muito boa em ler mapas e saber exatamente onde estava. É claro que tinha uma vaga idéia e sabia que estava em algum lugar das montanhas de Illyria, habitadas por aqueles brutos dos Illyrianos, que tinhas asas ossudas, pareciam morcegos e de alguma maneira conseguiam voar na neve sem suas asas congelarem.
Ela havia chegado em uma pequena clareira, protegida pelas árvores, que escondiam parcialmente o espaço aconchegante, que seria perfeito para uma casinha na floresta. Ao fundo podia se ouvir o correr da água de um rio e nas árvores o piar dos pássaros.
Mesmo odiando o frio congelante que machucava as asas desprotegidas, Adelina quase se sentia em casa, como se finalmente uma pequena parte de si estivesse completa. Sentia-se feliz, de uma maneira que não se sentia há quase 200 anos.
Foi naquele momento em que a jovem, não tão jovem assim, decidiu que ficaria ali, naquela clareira semi congelada, com cheiro de chuva recém caída e viveria sem se preocupar com o resto do mundo. Os feéricos e seus problemas que se ferrassem.
Toda vez que ela oferecia ajuda, recebia o desgosto dos machos e o medo das fêmeas, então que ficassem sem sua ajuda. A partir de hoje Adelina viveria ali. Viveria para si.
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8 de Abril de 2021
Oii ^-^ Se vcs gostaram do capítulo, favoritem e comentem <3
Pretendo publicar o primeiro capítulo nessa semana ainda :)
Até mais S2 as
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The Fairy ☀︎ ACOTAR
FanfictionUm poder amaldiçoado para uma princesa amaldiçoada. Adelina Artemisia é a ultima Fada, a única que sobrou dos massacres que seu antigo povo sofreu. Após sua família ser assassinada, Adelina fugiu e continuou fugindo desde então. Porém a jovem não c...