Azriel indicou o caminho até a varanda de entrada da Casa do Vento para que eles pudessem voar de volta até a cidade e almoçar.Eles voaram juntos até uma rua pouco movimentada, o vento gelado do começo do inverno fez cócegas na asa dela. Assim que pousaram no chão, ela estremeceu de frio; devia ter pegado a capa.
Sem comentar nada, Azriel chegou perto dela e ofereceu o braço, o qual ela aceitou com um sorriso gentil. Ele a puxou mais para perto e, sem encostar nas costas dela, a aninhou com uma de suas poderosas asas. Um gesto tão íntimo, tão carinhoso; o coração dela se aqueceu e ela se aconchegou de volta no calor dele.
E assim, Azriel e Adelina seguiram para um restaurante ter um almoço agradável.
☀︎
Os maravilhosos aromas da cidade preenchiam o nariz de Adelina; a felicidade e o êxtase dos cidadãos era contagiante.
Ela e Azriel estavam sentados na varanda, numa mesa um pouco afastada, do restaurante de Sevenda – de acordo com o illyriano, o melhor de Velaris. Ele havia ficado desanimado quando soube que a chefe não estava trabalhando aquele dia, mas voltou a exibir um leve sorriso quando Adelina afirmou que podiam voltar outro dia também.
Uma feérica de pele alaranjada e cabelos vermelhos já havia anotado os pedidos deles, que aguardavam num silêncio confortável; isto é, até o mestre espião perguntar:
– Como era sua cidade?
– Não vai nem esperar a comida chegar para começar o interrogatório? -Ele pareceu envergonhado, mas Adelina riu e respondeu a pergunta- era bonita, menor que esta, porém com mais campos abertos e campinas floridas. -pausou e bebericou o vinho antes de continuar- Veja bem, casas de fada não são como estas nem como a minha cabana, gostamos de escavar troncos de árvores gigantes e construir pequenos quartos interligados por pontes.
A ideia pareceu despertar muita curiosidade no illyriano.
– Como uma vila em casas na árvore? – ela riu baixinho da comparação.
– Pode se dizer que sim. As casas maiores podem tomar uma árvore inteira, enquanto as menores apenas uma seção da árvore, como se apenas um andar. As varandas eram ligadas por pontes de madeira e, numa parte da cidade, corria um rio calmo entre as árvores.
– Parece divertido.
– Era lindo – Ela suspirou triste, e ele imediatamente se arrependeu por tocar no assunto – a Casa Grande, o que vocês considerariam o castelo, ficava na copa da árvore mais alta, no meio da cidade. Os aposentos e as salas se espalhavam desde a parte mais baixa do tronco até os galhos mais altos, a vegetação da árvore cobrindo o sol apesar de alguns raios passarem pelas folhas... – Adelina sussurrava agora, apoiava as mãos no colo e as fitava intensamente, sem desviar o olhar – ... na primavera as flores da grande árvore cobriam a sala do trono, formavam um tapete amarelo de pétalas.
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The Fairy ☀︎ ACOTAR
FanfictionUm poder amaldiçoado para uma princesa amaldiçoada. Adelina Artemisia é a ultima Fada, a única que sobrou dos massacres que seu antigo povo sofreu. Após sua família ser assassinada, Adelina fugiu e continuou fugindo desde então. Porém a jovem não c...