Capítulo 9 🌿

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As asas dela eram engraçadinhas; não funcionavam como nenhuma outra que ele já tivesse visto

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As asas dela eram engraçadinhas; não funcionavam como nenhuma outra que ele já tivesse visto. Elas se fechavam nas costas, como asas de borboleta, mas também se fechavam para trás, como as de uma abelha, de forma que, com a capa, era quase como se Adelina não tivesse asas.

Azriel estendeu a mão direita para a fêmea, que segurou e deslisou os dedos pelas cicatrizes. Um rompante de vergonha desceu pela coluna dele e, antes que ele pudesse puxar a mão, ela entrelaçou os dedos nos seus e acariciou as marcas, como se não sentisse nojo delas. Ela era perfeita. Seria errado ele querer toma-la para si naquela cabana minúscula e abandonar aquele jantar?

– Podemos ir  – ela murmurou baixinho. O vento frio da noite batia contra eles, fazendo com que as longas madeixas louras dela esvoaçassem ao vento. Puta merda, era o fim dele: ele estava completamente apaixonado. Azriel mal conseguia parar de olhar na direção dela, ainda estavam de mãos dadas e ela continuava a tracejar delicadamente uma das cicatrizes com o dedão.

– Sim.

Ele invocou as sombras, estas que ficavam muito mais calmas quando Adelina estava por perto, e não perdeu tempo ao atravessar até uma rua pouco movimentada de Velaris, deixando o clima frio e úmido das montanhas de Illyria para trás. A fêmea calmamente soltou a mão dele, o calor do breve contato físico se dissipando aos poucos, e olhou em volta. Ele podia jurar que os olhos rosa-escuro dela brilharam ao olhar para a cidade, para o céu e para o rio, que corria lá em baixo.

– É lindo aqui. – Afirmou, e Azriel não evitou o sorriso orgulhoso que subiu ao rosto. Ela havia amado a cidade dele. – Onde vamos jantar?

– Na Casa do Vento – Ele apontou para o cume de uma das grandes montanhas que cercavam a cidade. Ela seguiu com o olhar para onde ele apontava e soltou um murmúrio de compreensão. – Consegue voar até lá? Por causa do frio, eu digo.

– Acho que sim, não parece ser muito longe e aqui não é tão frio quanto na floresta. Podemos ir? – Az confirmou a pergunta dela com um aceno da cabeça, então a fada desprendeu a capa, que caiu ao seus pés antes de ser recolhida pelas mãos delicadas da fêmea, e, sem nem se quer esperar por Azriel, se lançou aos céus com uma leveza surpreendente.  Ele subiu aos céus logo em seguida, acompanhando a velocidade dela e planando logo ao lado.

Adelina olhava a cidade por cima, um sorriso repuxava seus lábios e o vento gelado já começava a deixar a ponta do nariz e as bochechas avermelhadas. Ele não pode deixar de ficar hipnotizado pelas asas dela, estas que praticamente refletiam as cores do céu da Corte Noturna, adquirindo tons roxos, azuis e esverdeados. Azriel decidiu naquela noite que o sorriso dela era mais lindo que mil Velaris.

☀︎

Eles haviam acabado de pousar na varanda da casa em cima da montanha e, por causa do frio, Adelina sentia um leve latejar nas asas, porém não era nada que um pouquinho de calor curasse. A cidade abaixo era linda e o céu conseguia superar aquele que ela apreciava na floresta. De todas as cortes que ela ja morou, sempre preferiu a Corte Noturna - mesmo com os invernos rigorosos e verões escaldantes -, era como se houvesse um sentimento de pertencimento inexplicável.

The Fairy ☀︎ ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora