Capítulo 6 🌿

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Adelina não sabia o porque de ter aberto a porta

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Adelina não sabia o porque de ter aberto a porta. Ela também não fazia ideia do porque havia convidado ele para entrar. Talvez tenha feito isso apenas para ser educada, ou talvez para descobrir o porquê dele ter voltado. Na realidade não era nada disso, mas ela não iria admitir que fez isso apenas para acalmar aquele sentimento estranho.

Desde ontem ela sentia esse vazio. Não era como a saudade que sentia de sua família e seus súditos há mais de 200 anos. Não era como o desespero triste que sentiu a ver seu povo sendo massacrado.

Não era uma sensação ruim, era quase engraçada. Uma força que apertava seu coração e fazia cócegas na barriga. Parecia medo, mas não bem era isso. Ela não sabia se gostava ou não de sentir aquilo.

Azriel (era esse o nome dele?) estava sentado no sofá, olhando para ela. Para ser mais exata, encarando as delicadas asas dela, que não estavam escondidas de baixo da capa dessa vez. Ele era lindo, e ela se sentiu envergonhada de admitir isso; uma beleza clássica que era destoada pelas curiosas sombras – estas que pairavam em seus ombros, sussurrando em uma língua estranha da qual ela não entendia nada – e pelas mãos marcadas fisicamente por fantasmas do passado.

Um silêncio desconfortável assolava a cabana. Que droga, ela devia ter fingido que não estava em casa; odiava esse tipo de situação.

Ela limpou a garganta e disse:

– Você... quer bolo? – ela tinha acabado de tirar o doce de morango do forno à lenha. Por conta de morar sozinha há tanto tempo, Adelina pegara o costume de cozinhar ela mesma quase todas suas refeições. No começo era um horror, já que ela não sabia cozinhar e a maioria das comidas ficavam completamente carbonizadas ou com gosto de queimado, mas depois de dois séculos ela pegou o jeito.

Agora parecia que o Illyriano tinha visto um fantasma; ele olhou para o bolo em cima da bancada e depois encarou-a.

– Eu sou alérgico a bolo – soltou em um sussurro. O silêncio desconfortável voltou por alguns instantes. – Não tive a chance de perguntar seu nome.

– Adelina. Adelina Artemisia – Ela não sabia ao certo o porquê dera seu nome à ele. Não é muito recomendado falar seu nome para estranhos, principalmente estranhos que invadem casas, são de uma posição alta no governo e são bonitos até demais.

– É um nome lindo.

Se ela não soubesse melhor, diria que os olhos cor de avelã de Azriel brilharam ao escutar seu nome. Isso era maluquice, é claro, mas não pode evitar o rubor que subiu às bochechas.

  – Você tem asas – ele disse.

– Você também.

– Sim, tenho... o que quero dizer é que nunca vi asas como as suas. - Óbvio que não, ela pensou, eram as últimas que existiam e, mesmo antes de serem as últimas, todas as outras estavam muito bem escondidas numa cidade secreta; bom, quase secreta.

The Fairy ☀︎ ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora