Está chegando.Grande poder.
Cuidado.
Ela sabe.
É ela!
As sombras falavam todas ao mesmo tempo, algumas sussurravam e outras quase gritavam. As vozes eram uma confusão e, pela primeira vez, ele não conseguia controlar ou compreende-las.
Azriel estava dentro do casebre, escondido nas sombras. Cassian e os dois outros jovens estavam espalhados por volta da casa, no ar e no chão, esperando qualquer sinal de Az para darem reforço.
Ela sabe.
Ela sabe.Um minuto.
Minha.
É ela.
Azriel parou para refletir. O dia de hoje estava cada vez mais bizarro, primeiro teve que acordar cedo no inverno, depois foi obrigado a investigar uma bruxa e agoras suas sombras haviam enlouquecido.
A cabana não era o que ele esperava de um covil de bruxa: não era escura e com uma aura sombria, não tinha um caldeirão para cozinhar criancinhas, nem frascos com poções e muito menos olhos conservados ou dedões enlatados.
A casinha era simples porém meiga, com uma estante com exatos cinco livros, uma mesinha de cabeceira com pedrinhas coloridas e um vaso de flor. Na bancada da cozinha havia uma torta de frutas vermelhas que parecia saborosa. Uma das paredes de madeira estava pintada de rosa claro, quase branco, que descascava em alguns pontos.
Azriel foi despertado de seus pensamentos pelo barulho da porta abrindo. Ele se escondeu mais nas sombras quando uma figura encapuzada adentrou a casa.
A luz de fora batendo contra a figura tornava impossível distinguir qualquer traço que não fosse o contorno do ser.
– Eu sei que tem alguém aqui – Disse uma voz delicada – Consigo sentir você, apareça por favor. – O dia acabara de ficar dez vezes mais bizarro. Essa fêmea conseguiu senti-lo? Mesmo nas sombras? Isso devia ser impossível.
Azriel não deixou a surpresa transparecer em seu rosto quando saiu das sombras para a sala.
É ela
É ela
É ela
É ela; As sombras continuavam a murmurar.– Não queremos problemas, bruxa, somente averiguar a situação para saber se sua estadia em Illyria deve nos preocu... – Azriel parou de falar quando a fêmea abaixou o capuz e entrou mais na casa. Ele provavelmente parou de respirar também.
– Eu não sou uma bruxa! – Ela disse, cruzando os braços, franzindo as sobrancelhas e o encarando com seus vibrantes olhos cor de framboesa.
Ela realmente não era uma bruxa;
Não era velha nem corcunda, definitivamente não parecia má.
Era linda.Apenas um cruzar de olhares foi o bastante para perceber isso e... ela...
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The Fairy ☀︎ ACOTAR
FanfictionUm poder amaldiçoado para uma princesa amaldiçoada. Adelina Artemisia é a ultima Fada, a única que sobrou dos massacres que seu antigo povo sofreu. Após sua família ser assassinada, Adelina fugiu e continuou fugindo desde então. Porém a jovem não c...