Que vergonha

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Quando recebi o bom dia do amor da minha vida, fiquei vermelha de vergonha, meu Deus como não percebi que estava ali. É claro que ela não me deixaria sozinha, eu não lembro de nada do que aconteceu.

Sento ao seu lado e a mesa do café da manhã estava linda, tinha de tudo. Renatinho, Marcos e tia Silvana estavam em uma conversa tão interessante que não quis interromper. Por mais que já tenha tomado o remédio pra dor de cabeça, preciso tomar um café forte para encarar mais um dia.

Fico em silencio total, com medo do que possa ouvir e falar, ainda não estava me sentindo bem, não era eu mesma. Sabia que alguma coisa tinha acontecido e ia esperar o momento certo para que tenha as informações. Minha cara está péssima, se minha mãe me visse ia falar que estou passando vergonha e que não foi essa educação que me deu.

Como de tudo um pouco, frutas, pães, bolos, estava com uma fome que parece que não como há muito tempo. Eles me respeitam me deixando comer calada, vez ou outra olhavam pra minha cara e eu sentia vontade de me esconder em qualquer lugar que não fosse ali.

Terminei meu café da manhã e ela me pergunta se tomei o remédio e se estou melhor, balanço a cabeça e não falo mais nada. Levanto pedindo licença a eles para ir ao quarto e me preparar para ir embora.

Seguindo em frente ao banheiro para tomar um banho relaxante, ela entra em seu quarto pedindo que eu sente na cama. Não conseguia olhar pro seu rosto, o fato de não saber o que aconteceu me faz ficar decepcionada comigo mesma, pois não lembro de nada, preciso de uma pílula que me fizesse entender o que aconteceu.

L: Bru ta tudo bem? Você está sentindo dor de cabeça?

B: Estou bem sim, obrigada pelo remédio.

L: Sabia que você ia precisar, você bebeu muito e não comeu nada, então era certo de sentir essa ressaca hoje.

B: Ludmilla desculpa pelo que eu te fiz passar, não foi minha intenção. Eu já vou me arrumar para ir embora, não vou te atrapalhar.

L: Amor você está falando de que? Tá maluca!

B: Eu sei que não temos nada sério e você não tem obrigação nenhuma e não fique presa a mim, sou adulta e sei o momento de sair e não atrapalhar ninguém.

L: Bru não tenho ideia do que você está falando. É claro que temos algo sério sim, esqueceu da nossa conversa? Ah não ser que você não queira mais, é isso?

B: Lud eu não sei de nada, a decisão é sua. Vou te falar que aceito qualquer proposta que você me faça, só não quero ser feita de trouxa ou palhaça. Sou adulta e sei que é preciso ser sincera, não gosto de mentiras e espero que você nunca minta pra mim.

L: Amor eu não minto pra você, porque estamos tendo essa conversa? Ainda mais depois de ontem não to entendendo você falar essas coisas.

B: Ludmilla eu não vou poder ter falar sobre ontem, só posso reforçar o que disse ou fiz das coisas que tenho certeza e sobre ontem não tenho certeza de nada do que aconteceu.

L: Você não lembra do que aconteceu ontem?

B: Claro que lembro! Fomos pro camarote, assistimos os desfiles das escolas de samba.

L: Sim e depois?

B: E depois o que?

L: Hhahahahahahahahahahahahahaha, você não lembra!

B: Que odio! Não lembro, satisfeita.

L: Bru você ficou na parte debaixo do camarote com os meninos e quando eu apareci você não falou comigo e nem olhou na minha cara. Te ofereci minha bebida e você não aceitou, tive que beber para então você beber, perguntei se queria comer algo e não aceitou.

L: Tudo que eu falava com você ou oferecia não aceitava, estava com raiva de mim, não sei bem o porque. Fiquei do seu lado porque já estava mais vazio o camarote e estava sentindo sua falta, só que quanto mais chegava e ficava próxima você bebia mais. Nunca vi você beber daquele jeito Bru, você é tão centrada e preocupada. Na hora parei de beber e prestar atenção em você.

B: Não me lembro, se fiz algo de errado, me desculpa de verdade.

L: Amor você não fez nada, estava bêbada e eu te guiei até a van porque você não conseguia andar, fiquei ao seu lado o tempo todo. Chegamos em casa e você estava muito mal. Foi um sacrificio tirar seus sapatos, parecia que não sabia onde estava, quem estava te tocando.

Foi aí que começou a dizer que amava muito uma pessoa, que a respeitava, que não aceitava que fosse forçada a algo que era pra te deixar ir embora e eu achei tão lindo! Tirei seus sapatos e te levei até o banheiro, te pedi pra levantar os braços pra tirar sua roupa e você chorando me pediu me implorou que não era pra fazer nada com você, que você não queria nada comigo.

No auge do seu porre, quando tirei seu vestido, você quase me cai com a cara no chão, fiquei desesperada você não tinha equilíbrio nenhum Bru, te coloquei embaixo do chuveiro na água gelada mesmo e você chorava igual uma criança.

Na cama após te colocar um blusão meu, dormiu feito pedra, quietinha encolhida em um canto. Eu estava achando engraçado tudo ainda mais que sabia que não ia lembrar de nada, então filmei tudo com o celular, posso te mostrar.

Quando achei que você estava melhor, eis que me levanta da cama e começa a fazer xixi no meio do quarto, o pior tirou a blusa sendo que não estava com nada por baixo. Ai sai andando, vai até o banheiro e senta no vaso.

Não acreditei quando vi! Levantou várias vezes e na última quando te segui, simplesmente você estava jogando o papel higiênico no armário do banheiro. O armário estava lotado, meu Deus Bruna, tive que catar tudo e colocar na lixeira.

Com muito sacrifício eu te levei pra cama e dormimos abraçadas, você tinha medo de quem estava te abraçando e eu falava que estava tudo bem que era eu e te amava. Acho que reconheceu minha voz e ai se acalmou. Amor você me falou tantas coisas que não imaginava que sentia tudo isso. Vou guardar esse video pra sempre no meu celular você quer ver?

B: Ludmilla eu te dei trabalho, mil desculpas não foi minha intenção, não tinha noção que ficaria desse jeito. Quero ver sim, ai que vergonha!

Brumilla- Nosso destino, é que você me faz bem!Onde histórias criam vida. Descubra agora