Sweet Home

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Foram longos dias no hospital vendo a cada dia ela se recuperando e voltando a ser como era, cheia de energia e alegre. Nesse período as mensagens aumentaram parece que a pessoa tem a certeza do que acontece, por mais que me esconda . Conseguir explicar para Ludmilla o porque assim que ela acordou fui um pouco fria com ela e combinamos de nos tratar como sempre fizemos, não sei parece que ela estava querendo esquecer tudo que acontecia e apenas viver nossa vida. Alguns dias se passaram e as mensagens não paravam tanto que tenho certeza que um desses dias ela me viu ou ouviu chorando tanto que veio em minha direção e me perguntou o que estava acontecendo, desconversei ela aceitou minha fugida do assunto.

O medico liberou a alta dela e estava tão feliz de vê-la bem na medida do possível e confiante com o restante do tratamento em casa com a agenda sendo adaptada aos poucos movimentos que ainda pode ser feito, as atividades que vão retornar aos poucos. Arrumo nossas coisas ela diz que vamos sair juntas do hospital, digo para ela que vou descer primeiro e ficarei no carro a esperando, não quero lhe trazer problemas, ela não aceita.

Espero ela ir no banheiro e saio do quarto indo em direção ao Marcos pendido para ele a chave do carro que ia esperar por lá, como o hospital ainda não está movimentado e nunca sai do quarto disfarço meu rosto com o boné que coloquei. Quando entro no carro um alivio passa pelo meu corpo, não queria ver ninguém e muito menos falar com ninguém estou evitando ser vista com ela, a cada mensagem que recebo por mais que não responda leio todas e não tenho para onde fugir, penso em quando tudo se acalmar em conversar com ela mostrar o que tem acontecido, só que por enquanto preciso esperar as coisas se acalmarem.

No carro fico pensando que em casa posso relaxar e entender tudo que aconteceu em nossa vida, sinto muita falta da privacidade de nós duas, de ficar um tempo abraçadas mais só o fato de chegar em casa e tomar um banho relaxante. Ela entra no carro e já coloco sua playlist tocando alto e eu olho para janela agradecendo por tudo que estava acontecendo, quando o carro para na garagem a ajudo descer do carro e ela me agradece, em casa estão todos que a amam esperando para lhe abraçar e comemorar que finalmente teve alta.

A casa estava em uma alegria só eu estava mais tranquila em saber que agora sua recuperação seria mais rápida porque não tem nada melhor do que voltar pra nossa casa, conversava com um amigo ou outro e do nada meu telefone acende com uma nova notificação, já pensei em bloquear esse contato mais não tem jeito, ele vai criar uma outra maneira de mandar mensagem. Saio devagar e vou em direção ao quarto, preciso tomar um banho e relaxar, deixo meu telefone em cima da cama e vou em direção ao banheiro, passo ali no banho tentando me acalmar para não transparecer para ela o que está acontecendo ainda não é o momento.

Quando me viro para tirar o shampoo a vejo parada na porta do banheiro me observando e eu continuo o que estava me propondo em fazer, parece bobeira mais fico com vergonha de estar pelada em sua frente, nessas  semanas sem intimidade e preocupada com a sua saúde não parei para me cuidar e nem ao menos verificar se precisava fazer algo no corpo. Ela me olha com um olhar de desejo e ao mesmo tempo de curiosidade e eu fico intrigada e então decido falar alguma coisa.

- Não era para a senhorita estar lá embaixo comemorando com seus amigos o seu retorno.

- Eles já foram embora, minha mãe pediu para irem porque preciso descansar e eu vim saber o porque da minha namorada ter saído sem nem ao menos se despedir.

- Ah eu precisava de um banho, não consegui tomar no hospital preocupada em arrumar tudo para sua alta.

- Ate quando você vai fugir de mim amor?

- Eu não estou fugindo não, é que é tanta coisa né e você precisa se recuperar.

- Bruna eu te conheço não é de hoje! Eu via você chorando e via quando aparecia alguma coisa no seu celular, vamos conversar agora que estamos em casa.

- Não é nada amor, só cansaço mesmo. Deixa eu trocar de roupa que nós vemos alguma coisa para você comer.

- Você quer que eu saia, Bru?

- É rapidinho amor, deixa só eu terminar.

- Amor não acredito que está com vergonha de mim, já vivemos essa fase, por favor né.

- Ah amor não é vergonha não, tudo bem fica ai, é que você me olha desse jeito que fico com vergonha.

- Ue estou olhando para minha namorada com saudades, com desejo, doida para entrar ai te agarrar e fazer amor com você já que naquele hospital não tínhamos privacidade nenhuma.

- Ludmilla você não pode se esforçar, fazer movimentos bruscos, muito menos esforço, esquece isso.

- Bruna não vou fazer nenhum movimento brusco, eu vou estar deitada inclusive, e outra vai ser demorado, não tenho pressa.

- Só você para me fazer rir uma hora dessas vê se pode!

Saio do banheiro com ela me olhando e quando vou em direção a porta ela me pega de jeito e me imprensa na parede me dando um beijo de tirar o folego, ficamos sem ar. As saudades que estamos uma da outra nos faz perceber o quanto estamos mais leve por estar em casa.

Realmente ela me cobra explicações de como estamos e das coisas que aconteceram enquanto estava adormecida e meu telefone apita novamente e então ela me olha e diz que não precisa mais dizer nada. Me abraça e diz que vamos passar por tudo juntas e que vamos resolver isso só que não hoje, hoje era dia de desligar o telefone e nos trancar no quarto.

- Falei para minha mãe que ia descansar e que não queria ser interrompida e ninguém vai nos atrapalhar, amor eu estou com saudades de você, saudades de nós duas, não gostei de você ter saído antes do hospital.

- Lud por favor, não faz assim comigo, amor você precisa descansar.

- Mais eu vou descansar, amor eu vou descansar mais relaxada, só você me faz relaxar, só seus abraços e beijos, vem pra mim vem.

Ficamos então trancadas no quarto matando as saudades e recuperando o tempo que não podemos ficar juntas, nosso amor e nossa cumplicidade é maior que tudo . Hoje vou começar a cumprir minha promessa , vê-lá aqui bem conversando comigo , rindo me faz perceber o quanto sou uma mulher de fé e que acredita em Deus .
Meu telefone aparece uma notificação no Instagram e já fico logo apreensiva , meu corpo fica rígido e ela percebe.

- Quem te mandou mensagem Bru?

- Não sei , não vou ver isso agora não , tô ocupada tenho coisas importantes para resolver.

- As mensagens continuam né ? Eu vi você chorando no banheiro do hospital , só pode ser isso 

- Ah amor não quero falar de coisas desagradáveis agora , estamos em casa , você vai fazer seu tratamento , vai conseguir se apresentar é isso que importa .

Desconverso para que ela esqueça do assunto , esse não é o momento , quero focar em sua recuperação, ajudar a conseguir alcançar seus objetivos .
Voltamos aos poucos com a programação de antes isso tudo acontecer, alguns programas de televisão , ele dando entrevistas explicando o que aconteceu , fazendo os shows na medida do possível, e eu me desdobrando em várias para acompanhar tudo e dar conta .
Eu praticamente não volto em casa pra nada, Silvana brincou comigo que ela já conta com a minha presença para o almoço , café da manhã e qualquer coisa que seja feita em família .
Realmente essa poderia ser minha casa , meu lar doce lar.

Brumilla- Nosso destino, é que você me faz bem!Onde histórias criam vida. Descubra agora